Ofereci meu braço para Mika, que aceitou alegremente. As portas da sala eram grandes e largas, para qualquer fada passar com suas assas tranquilamente, olhei para as assas da Mika, elas eram grandes em quesito altura, um dourado cristalino com detalhes azul, eram um lindo par de asas. Entramos na sala, as únicas coisas verdadeiras era a grama e os troncos de árvores, que serviam de acento para algumas pessoas, parecia que estávamos em uma floresta, o céu de um azul claro, grandes árvores nos cercavam, estávamos em uma floresta, uma linda ilusão,de uma floresta.
- Desculpe o atraso professor Adam.
Me sentei na grama, Mika preferiu se sentar em um dos troncos de árvores.
- Não se preocupe Nicolas. Alunos, como falei semana passada, a partir de hoje vamos aprender a controlar seus poderes, vamos separar vocês de acordo com seus poderes e linhagens.
- Como assim linhagens? - Me ousei perguntar curioso.
-Boa pergunta. - o professor se voltou para a sala. - Alunos, alguém sabe ao certo sua linhagem? - o professor aguardo alguns segundos, o silêncio prevalecia a espera de uma resposta. - Mika, toda sua família tem esses três losangos no alto da bochecha?
Olhei para o rosto da Mika, três losangos dourados estavam no alto da bochecha. Mais esse tipo de marca era normal, principalmente para as fadas, algumas tinham vários desenhos pelo corpo, alguns eram só linhas, mais cada uma dessas marcas tinham um significado, que foi se perdendo com o tempo, até que se transformaram apenas em enfeites espalhados pelo corpo.
- Sim, minha mãe disse que essas marcas são de família. - ela tocou sua marca levemente.
Todos olhavam para Mika, mesmo sendo popular, ela parecia não gostar da atenção que recebia, ela ignorava o olhar de todos, lhe deixando com um aspecto meio arrogante. Sim, ela era extremamente bonita, rosto fino e pouco anguloso, íris azuis que tinham as bordas douradas. Mesmo com tanta beleza a achava sem graça, não entendia o porquê a beleza era tão importante.
- Existem sete espécies diferentes de fadas. - o professor fez um gesto com as mãos, no centro da sala, a grama foi diminuindo, se tornando um chão liso e cinza. Sete fadas apareceram em um círculo perfeito, as fadas eram um pouco mais baixas que eu, eram hologramas perfeitos, elas se me mexiam e olhava para os lados. - Mika essa fada representa sua família, seus poderes vem do sol, fazendo de você uma fada da luz. Existem famílias como a sua que tem um determinado tipo de poder, mais é certo que existem muitos outros.
Um garoto com assas grandes e douradas estava agachado, os cabelos loiros estavam transados em um dos lados, quando ele olhou para mim,quatro, não três, losangos dourados brilhavam no alto de suas bochechas.
- Mais a marca dele é diferente, tem um losango para mais. - Mika se levantou e aproximou da fada.
- Sim. - o professor bateu as palmas, fazendo toda a luz se apagar, apenas um par de assas brilhava em dourado, junto com quatro losangos. - Seus poderes devem estar dormindo, sua raça é conhecida por ser o sol da noite, a própria deusa Kaline foi quem compartilhou esse poder com algumas fadas, afinal, Kaline é a deusa da Luz.
O professor bateu as palmas novamente, fazendo com que a ilusão da floresta voltasse, a luz voltou ao normal, fazendo-me enxergar várias fadas cochichando sobre sua família. Uma fada me chamou a atenção, ela tinha a pele negra e cabelos brancos, ela era a única no círculo que estava totalmente parada.
- Então significa que quando eu me transformar em uma vagalume, ganho uma marca a mais? Mas para que esse poder? Acho que vou ficar com a profissão da família.
Mika voltou para seu lugar, seu olhar de superioridade podia enganar muitas pessoas, mas seus olhos corriam desesperados pela fada da sua família, uma curiosidade crescia dentro de si.
-Mas e as fadas sem marca? - Plínio, um garoto com as maiores assas da sala perguntou, meu olhar foi para o garoto de pele bronzeada e cabelos verde claro. - Não que eu não tenha, mais só para saber.
O professor riu da fala de Plínio.
- A marca representa algo especial em uma determinada raça, tanto feiticeiros, encanto celest e elementistas podem ter marcas. Não ter marcas é comum, eu mesmo não tenho. - O professor sorriu para Plínio, que devolveu com um sorriso sem graça. - As marcas podem aparecer no futuro, o que é bem raro, ou você pode fazer uma tatuagem. Mais alguém aqui não tem marca?
Eu e mais uma garota levantamos as mãos, ela também não tinha assas, apenas os cabelos coloridos e orelhas compridas.
- Tudo bem. - O professor pegou uma prancheta atrás de um dos troncos. - Vocês sabem de algum poder que possam ter? Algum talento em especial?
A menina parecia entediada, ela passou as mãos nos curtos cabelos.
- Não. - respondeu, sua voz era suave, mais ao mesmo tempo era um pouco rouca.
- É você Nicolas? Sabe de algum poder que possa ter? - o professor Adam me encarava, assim como o resto da turma.
- Sim. - pensava, meus poderes ainda eram tão estranhos para mim. - Cura e proteção. - minhas palavras pareciam ser encobertas pelo vento, pois minha voz saiu levemente arrasta por causa dos meus pensamentos.
Olhares arregalados, o olhar de espanto era até mesmo demostrado pelo professor.
- Tem certeza?
O professor deixou a prancheta na grama, ele aproximou de mim se sentando a minha frente. Ele estava tão perto que dava para sentir seu cheiro de menta, suas assas eram totalmente transparentes, com detalhes em verde. Uma fada realmente poderia ser descrita por suas assas, ele não era um guerreiro, era algum tipo de ancião.
- Não o utilizo, mais sei que tenho. - coloquei toda certeza em minhas palavras.
- Não vou tocar em você, mais esse tipo de poder é muito raro atualmente, então é preciso ter certeza.
Adam olhava fixamente para mim, meus olhos seguiam seus leves movimentos, sua mão direita desceu até o cinto de acessórios, ele abriu um saco marrom e pegou algo de dentro. Tão rápido como um flash, ele jogou um pó cinza sobre meu rosto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As estrelas de Mir
FantasíaCatherina uma semideusa da morte sempre teve os mesmos sonhos, ou pesadelos? Depois de anos isolada em sua casa, Catherina se vê finalmente conhendo seu planeta, algo que sempre quis, no entanto, logo no primeiro dia de aula ela sente uma inesplicav...