Capítulo 32

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O caminho de volta foi confortavelmente silencioso e devo confessar que até estava sentindo fome. Foram muitas informações para uma noite, mas agora eu precisava colocar meu pequeno plano em prática. Gard estacionou o carro na garagem perto do jardim, tínhamos um total de quatro carros estacionados um ao lado do outro. A porta do carro se fechava sozinho enquanto andava em direção a porta de entrada.

- Tânia!

A garota tinha se esbarrado em mim quando adentrei em casa.

- Perdoe-me minha Deusa!

Suspirei. Quase não conversava com os outros empregados que viviam aqui. Eles me chamam de deusa e sempre evitam o meu olhar, provavelmente efeito da minha mãe.

- Não precisa se preocupar.

Sabia que qualquer tentativa de um sorriso seria falho, então simplesmente voltei a seguir meu caminho. Subir o pequeno universo em forma de escadaria sempre me foi prazeroso. Talvez uma pequena parte do universo realmente esteja ali. Entrando ao meu espaçoso quarto Gard fechou a porta.

- Tem certeza que quer tentar isso? Pode ser perigoso, além de que você nunca fez isso.

- Está enganado. - coloquei meu celular encima do criado mudo e fui para o meio do quarto. - Já fui para lá uma vez, assim como já abri um portal.

- Quando você fez um portal? Por que não me contou isso?

- Desculpe Gard, não entendia isso tudo muito bem, mas agora estou pronta.

Acho que estou pronta, não tinha muita certeza ainda, meu coração batia mais rápido do que podia contar, porém o chamado da aventura e curiosidade era maior.

- Eu sou uma semideusa, serei a próxima ceifadora então abrir portais não deve ser tão difícil. O poder corre em minhas veias, eu sei para onde quero ir, já estive lá.

O tempo e espaço. Tudo isso parece ser indecifrável, algo que existe porém que não podemos ver e compreender. Eu tentava criar um caminho estável entre esses dois pesos do universo, eu precisava passar por eles, me juntar com tudo e chegar aonde eu quero. O Reino das Almas era entre a vida e a morte, o tempo e espaço, meu futuro e o meu passado.

Não sabia quando eu havia fechado os olhos ou esticado meus braços para frente. Um portal estava a alguns passos de mim! Um portal! Não conseguia acreditar!

- Catherina!

Cai no chão, minhas mãos tremiam assim como o resto do meu corpo, minha respiração era rápida e pesada. Uma lágrima escorreu pelo rosto do Gard que agora estava me sacudindo.

- Vou ter que chamar seu pai!

- Não! N-não! - olhei para o portal, estar lá era tudo que eu mais queria no momento, tão perto e ao mesmo tempo tão longe. - P-p-portal! Preciso!

Gard pegou me pegou no colo. Estava fraca, meu coração que antes disparava de alegria agora morria aos poucos.

- Se esse for o Reino das Almas eu não posso te acompanhar. - eu concordei com a cabeça. Sabia que poderia ser perigoso para Gard passar pelo portal. Meu corpo já estava amolecendo e minhas mãos já não conseguiam segurar seu pescoço. - Que se dane! Eu vou com você.

Gard me segurou firme e entrou no portal.

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K. Gard

Não gostava de passar por portais, era muito desconfortável e as vezes até doloroso. Pessoas normais como eu não eram aptas para passar por portais, porém foi um pedido da Catherina que me fez passar por um, não só um pedido, mas vê-la daquele jeito foi de partir meu coração.O que você está fazendo Gard? Eu não só estava passando por um portal como também indo para o Reino das Almas. Talvez eu seja um pouco impulsivo, mas por ela... Uma lágrima escorreu em meu rosto. Não poderia deixa-la morrer, não em meus braços, não assim.

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