Capítulo 34

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Catherina

Gard saiu por uma das portas do salão a fechando em seguida. Olhei para a Deusa da morte, realmente ela merecia esse título.

- Agora vocês dois vão me dizer o por que um tentou matar minha irmã e o outro esconde-la?

- Isso é um assunto muito complicado e complexo Catherina.

- Então me diga pai, por que fragmentou minha alma? Tentou mudar quem eu sou? Sabe o quanto tudo foi difícil para mim? Quase morri!

- Nunca te deixaria morrer! Você sabe que não morreria assim.

Na verdade eu não sabia. Assim que fui para o Reino das Almas toda a verdade apareceu perante a mim. Lembro-me brevemente de todas as minhas "partes" conversando entre si, não entendia nada do que elas falavam, porém quando uma delas sorriu e entrou para dentro de mim pude sentir todo o lar dos meus ancestrais se conectar comigo.

- Eu sentia que iria morrer, uma parte de mim buscava a todo custo ir para aquele lugar. - agora não sentia o Reino das almas vazio, conseguia ver e sentir várias almas chegando e indo embora, almas vazias seguindo sem rumo em uma terra desconhecida. - A minha outra parte lutava para me manter segura longe de lá. Porquê?

- Você não podia descobrir da existência da sua irmã. Mas não é só sua alma que estava lá, como falei é difícil de explicar no momento.

- Só quero entender o que está acontecendo! O quê tem a minha irmã?!

- Ela assim como você são diferentes das demais pessoas no universo. Vocês são parte de uma coisa maior do que podem imaginar, existem um poder dentro de vocês que não deveriam existir.

Os olhos vermelhos de minha mãe repousaram sobre mim, estava assustada e meu coração disparava em meu peito.

- O quê é esse poder dentro de mim? É por esse motivo que vivi dentro de um caverna esse tempo todo? Eu tenho um poder maligno dentro de mim?

Todas minhas visões e atos vieram em minha mente como um pequeno filme. Nunca pensei que poderia ser do mal, não dessa forma. Mas porque me mandar para um colégio com esse poder dentro de mim? Será que eles queriam que eu encontrassem minha irmã?

- Nós três temos esse poder. Eu, você e sua irmã.

Como minha mãe falava isso com tanta naturalidade?

- Então a Morte realmente é mal. Você mata pessoas pelo puro ato de prazer?

- Catherina! - meu pai interveio. - Você ainda é uma criança ingênua que não sabe o que fala.

- Então me diga pai! Me dê as respostas das minhas perguntas!

- Você tem muito o que aprender. - minha mãe começou a se aproximar, sua altura foi diminuindo até que seus olhos estavam na altura dos meus. - Lamento que tudo isso esteja acontecendo, você ainda não entende e nem entenderá as escolhas que eu tomei.

- Para mim isso significa que não terei respostas de nenhum dos dois.

- Licença deuses. - A voz de Gard ecoou pelo salão.

Ele entrou pela porta que dava saída para a entrada principal. Gard Não estava sozinho, ao seu lado a deusa Kaline estava com um rosto sério, seus cabelos lisos não tinha nenhum cacho nas pontas. Ela estava meio cinza assim como seu vestido. Provavelmente pela falta de sol e pela precariedade de luz no palácio.

- Lembrava desse palácio com mais luz. - ela se aproximou de mim olhando em meus olhos. - Precisamos conversar Malice.

Ela olhou para minha mãe que agora estava ao lado do meu pai. Acho que já sabia o assunto da conversa.

Minha mãe se manteve calada, estava curiosa com que vinha a seguir. A única pessoa que conhecia nesse salão era Gard, Ele se mantinha em pé ao lado da porta.

- Uma outra filha? Até quando esperava esconder ela de mim?

Minha mãe olhou para meu pai.

- Ela também não sabia que a irmã de Catherina estava viva, eu a escondi.

As palavras do meu pai foram frias, mas isso era um ato de amor, não? Agora tudo ficou bem mais interessante e intrigante.

- Como você escondeu ela de mim? Sei de todos que nascem, não sou só a deusa da Luz.

- Diferente da Catherina que teve sua alma dividida, eu retirei toda ligação ou parte divina que poderia emanar ou vir dela. Em questão de você não saber que ela existia...

Meu pai começou a andar um pouco inquieto.

- Eu achei que tinha matado ela assim que nasceu. - agora ela havia confessado de alto é bom som.

- Matado uma recém nascida?!

- Você não sabe do que ela é capaz.

- Acho que essa discussão na frente da Catherina e Kovqueban não vão resultar em nada. - meu pai olhou para mim e Gard.

- Posso saber pelo menos o nome da criança? - Kaline não demonstrava raiva, mas ainda sim insistia em continuar a conversa.

- Drielly. - respondi. - Agora nos dêem licença.

Andei até Gard e o segurei pela mão, rudemente abri a porta para o hall de entrada. Assim que sai do palácio fui para a margem do pequeno rio que contornava todo o jardim.

- Drielly é mesmo sua irmã?

Retirei minhas botas cano médio assim como as meias, Gard também retirou os sapatos e juntos afundamos nossos pés a água fria do rio. Me deitei sobre as flores brancas dessa parte do jardim. Gard permaneceu sentado, sentia seu olhar sobre mim que me fez abrir um leve sorriso.

- Sim, ela é minha irmã gêmea.

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