Catherina
Corri adentrando em um beco no final da rua, estava escuro, mas não queria enxergar, queria ir embora, minha mente ainda fervilhava com tudo o que tinha acontecido. Passava os dedos pelo meu bracelete, Por Mir! Ainda bem que nunca o retiro. Meus dedos percorreram o bracelete até sentirem um pequeno botão, apertei.
-Catherina?
Gard apareceu em holograma miniatura sob meu bracelete.
-Gard preciso ir embora agora, pode abrir um portal aqui.
-Catherina acho melhor mandar um carro...
-Gard! - a supresa pela meu grito era evidente - Por favor. - falei entre dentes.
-Tudo bem Catherina.
Ele suspirou fundo é desligou a conexão holograma. Não gostava de ser dura com alguém que fez tanto por mim. Um portal se abriu a minha frente, passando pelo portal, dava para sentir a diferença de temperatura, o ar ficou mais pesado e úmido.
-O que aconteceu Catherina? Você sabe que não pode utilizar os portais em lugares públicos assim!
Sentia as lágrimas em meus olhos. Eu sentia medo, e nada, sentia meu corpo começar a tremer, estava confusa com todos os meus sentimentos, minha alma parecia sair do meu corpo a qualquer hora.
-Gard... Eu...Eu estou, e-e-eu não sei. Tudo esta acontecendo tão rápido! Eu estou perdida. - tentava sem sucesso conter as lágrimas que escorriam pelo meu rosto - Sabe o que eu descobri? Que minha vida é uma mentira! Que simplesmente o meu sonho de viajar é conhecer tudo sempre foi difícil, mas percebi que é impossível, e que...
Parei de falar, não sei porque falava aquelas coisas, nesse momento não sabia mais quem eu era. Ao lembrar dos acontecimentos da noite me deixou confusa, não sabia o que tinha acontecido comigo. Soquei a parede.
-Catherina! -Gard tentou se aproximar.
-Não! - senti uma leve dor em meu punho, no qual tinha socado a parede.
Minhas mãos desceram se juntando ao meu corpo, Gard caiu no chão, o som do impacto do seu corpo me fez voltar ao normal.
-Gard! Gard!- eu o sacodia tentando-o fazer acordar.
Abri aporta é sai pelo corredor, dois dos empregados estavam caídos no chão. Fechei os olhos e me concentrei, um frio me subiu pela espinha quando percebi que não tinha nenhuma alma viva em casa, meus olhos começaram a arder, feche-os com força, quando abri os olhos novamente a alma do Gard estava parado a minha frente, ele parecia falar algo, mas não conseguia escutar.
-Pai! - gritei, minhas costas encostaram na parede - Pai!
Um barulho alto me assustou, um portal se abriu no meio do corredor. O olhar do meu pai era de fúria, seus passos eram pesados, meu coração acelerava, eu sabia bem o que estava acontecendo, temia por todos ali. Meu pai fez um rápido movimento com as mãos e se agachou, quando suas mãos encostaram não chão os dois empregados acordaram assustados. Corri de volta ao corpo de Gard, ele estava fraco, tentava se levantar com muito custo.
-Gard! - eu o ajudei a levantar, o guiei até a cadeira para que pudesse se sentar.
-Catherina!- o seu grito era como um trovão caindo ao meu lado. - Gard só tinha mais um segundo.
-Obrigado por vim. - estava realmente agradecida, amava o Gard, e saber que poderia tê-lo matado,seria algo com que eu não poderia viver.
Olhei para Gard, não conseguia imaginar ele morto por minha culpa, a verdade é que não conseguia me imaginar sem ele.
-Eu não vim por você, ou você acha que eu não sentiria várias almas indo para a vida pós morte, na minha própria casa? - como ele considerava essa sua casa se nunca passou uma noite aqui? Estava com raiva, não só do meu pai mais comigo mesma. Meu pai me analisava, ele não tinha mais raiva, apenas uma súbita curiosidade. - Mais fico feliz por ter herdado os poderes da minha família.
-Esses poderes vem do seu lado da família? - finalmente estava descobrindo um pouco sobre a minha família.
Minha família. Era tão estranho isso, sempre pensei minha família como Gard, e talvez um pouco Kaline.
-Sim. Mas seus poderes são um pouco diferentes, afinal você é parte deusa. É somente me preocupo, porque não sei o seu limite, o que você pode fazer eu não tenho ideia. - ele me olhava com uma súbita curiosidade, seus olhos pareciam o de um caçador, olhando sua presa.
Agora não sabia o que dizer, nunca gostei de usar meus poderes, simplesmente nunca gostei, mas agora... Eu não sei. Ainda estava muito confusa.
-Agora tenho que ir. - ele abriu um portal as suas costas - E Catherina? - olhei para ele, seu olhar voltou por toda a sala - Vou ignorar o motivo de você estar aqui.
Ele andou de costas é entrou no portal desaparecendo.
-Gard, você está bem?
Me aproximei de Gard é agachei para olhar em seus olhos cansados.
- Já me senti melhor, mais nadas que dormi não resolva.
Segurei ele pela cintura é o ajudei a ir para seu quarto, quando sai da sala dos portais, os outros empregados já estavam em pé, pedi para que todos fossem descansar. Descer para o quarto do Gard foi um pouco difícil, como era no segundo andar tinham muitos degraus, ele estava tão fraco que tropeçou diversas vezes, tive que o segurar com força para não cairmos. Quando chegamos no corredor do quarto, outros empregados também estavam indo dormir. Abrir a porta do quarto do Gard, a luz se acendeu automaticamente, o quarto não tinha decoração, apenas uma cama, uma cômoda e uma poltrona perto de uma estante com alguns livros. Ajudei Gard a se deitar na cama.
-Você quer ajuda com mais alguma coisa? Posso chamar alguém para te ajudar a tomar banho, ou você quer comer alguma coisa? - não sabia como cuidar de alguém, mas estava tão preocupada que só queria tentar ajudar.
-A única coisa que eu quero é saber, o porque seu pai falou que eu só tinha mais um segundo.
- Quando uma alma saiu do corpo, a pessoa tem seis segundos até voltar, o mundo das almas e diferente, seis segundos aqui e um dia lá, depois dos seis segundos seu corpo fica preso lá, é não tem como voltar.
Gard estava pensando em silêncio, eu não sei se ele estava com raiva de mim, o único poder que eu tinha controle era olhar a alma das pessoas, mas agora estava com medo.
-Me desculpa Gard.
Sai do quarto rápido. Só queria passar o resto do dia treinando ou dormindo.
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As estrelas de Mir
خيال (فانتازيا)Catherina uma semideusa da morte sempre teve os mesmos sonhos, ou pesadelos? Depois de anos isolada em sua casa, Catherina se vê finalmente conhendo seu planeta, algo que sempre quis, no entanto, logo no primeiro dia de aula ela sente uma inesplicav...