Capítulo 27

55 10 57
                                    

Depois do meu banho, eu e Lest andávamos para casa. Pensei em pegar um ônibus, mas Lest preferia ir a pé para casa, não demorou muito até estarmos em frente aonde ela morava.

- Quer ficar para comer algo? Estou com fome.

Olhei para o enorme prédio de vidro azul espelhado, Lest morava nos últimos três andares do edifício onde o resto era uma empresa do pai.

- Drielly, sei que onde você mora não é por aqui, mas a casa do seu pai não é longe. Então por favor vamos entrar e comer algo, você está bem magra.

Olhei para o ponto de ônibus do outro lado, daqui a dez minutos teria um ônibus que me deixaria na frente da minha antiga casa.

- Obrigada, mas fica para a próxima.

Sorri pegando a sacola com os frascos da sua mão, ela sorriu e entrou no edifício sendo recebida pelo porteiro.
Ainda faltava três horas até o começo do anoitecer, observando a movimentação na rua sorri.

- Pode sorri a vontade, você já passou por muitas coisas nessa vida, você é forte, mas merece mais! Por direito você tem mais, você tem um trono a conquistar.

- De novo você? Homem da minha cabeça, você só é fruto de traumas de infância. Agradeço por toda a ajuda que me deu no passado, mas quero traçar um futuro simples e feliz.

Olhava os dois lados da rua para me certificar que ninguém ouvia, ao que havia descoberto esse "trauma" só me respondia se falasse em voz alta.

- Minha querida, seu passado não faz parte de quem você realmente é, se aceitar minha ajuda novamente será uma Deusa nessa terra e em todas as outras.

Esperei que uma mulher de cabelos laranja e pele negra passasse por mim, ela sorriu e eu gentilmente retribui o sorriso de maneira simpática.

- Se você não estudou história, as deusas morreram a mais de oito mil anos atrás. Nesse planeta não existe uma religião oficial, mas posso acreditar nos deuses da Lest se quiser.

Esperei até o ônibus chegar, o trauma não havia me respondido. Entrar no ônibus foi de certo modo reconfortante, como a maioria daqui eu costumava a andar a pé.

- Quantos que está a passagem?

Perguntei ao ônibus, podemos até ser o continente da magia, porém a tecnologia nunca foi abandonada.

- Dois dols, cinco relks ou trinta hofdra.

Procurei na minha pequena mochila meu dinheiro. Tenho que comprar uma bolsinha para colocar meu dinheiro. Fiz uma nota mental enquanto depositava duas moedas de dols na máquina. As barras de metal se abriram deixando um grande espaço para poder passar. Como o esperado o ônibus estava vazio, no máximo com dez pessoas no seu interior, me sentei ao lado do grande vidro que circulava o ônibus. Assim que me sentei no banco frio o ônibus deu partida, no suave som do automóvel observava a cidade em silêncio.

Nunca tinha saído de Adacse, mesmo que a cidade seja a maior do mundo, ainda sim queria conhecer mais! Olhando para o céu vi Addomora, ele era uma planeta com o dobro de tamanho de Adomoc, dava para ver o verde das densas florestas de Sons da Natureza um dos países daquele imenso planeta. Voltei a observar a cidade, prédios altos de vários estilos, Adacse era uma mistura de culturas de vários planetas, porém ao mesmo tempo a nossa cultura continuava predominante. Assim com esse pensamento passei em frente ao um antigo templo das deusas, o templo estava longe, nunca havia entrado dentro dele. Nota mental : Tenho que visitar esse templo algum final de semana. Depois de mais alguns minutos o ônibus parou em frente ao ponto de uma área residencial da magia.

Desci pela porta de trás respirando fundo sentindo o grande peso de magia naquela região. As casas ali não eram grandes e luxuosas, mas em compensação eram cercadas por magia e coloridas, muitas delas eram até divertidas, com tobogãs do terceiro andar até o quintal. Depois de andar por mais de cinco minutos cheguei a antiga casa do meu pai, o tempo não foi gentil com a casa na qual morei durante dez anos, a tinta antes amarelo brilhante hoje parecia verde. Lágrimas borravam minha visão, fui para aparte de trás da casa onde um quintal grande e com a grama acima da minha canela estava em péssimo estado, tinha lixo por todas parte. Como tudo isso veio parar aqui? Aproximei-me de uma antiga árvore na qual eu vinha derramar minhas lágrimas nos meu piores momentos.

- Está viva.

Sussurrei para o ninguém, quando criança jurava que essa árvore havia morrido a tempo. Encostei-me em seu tronco, um pedaço de mim parece ter voltado, como uma brasa prestes a pegar fogo senti toda minha magia, todo o meu ser parecia estar mudando nesse instante. Fechei meus olhos sentido essa magia ou poder queimar sobre minha pele, era algo frio e insalubre. Meus olhos pareciam queimar, algo caiu sobre mim levemente, olhando para minha perna esticada ao chão, uma folha cinza estava da minha coxa.

- O quê?

Olhei para cima, a árvore estava cinzenta assim como as folhas que caiam como uma chuva de verão a tarde. Levantei-me sem entender o que estava acontecendo, o vento soprava forte contra meu rosto. O céu estava sobrecarregado de nuvens escuras. Chuva? Soltei um longo suspiro enquanto caminhava em direção a casa. Senti um poder, algo sutil sobre minha pele, olhando para a grama me assustei.

- Você tem mais poder que imagina.

O trauma finalmente havia falado novamente. Por algum motivo, ver toda a grama do quintal morrendo me fez sentir bem, a árvore agora estava como me lembrava, cinza ou melhor dizendo, morta.

As estrelas de MirOnde histórias criam vida. Descubra agora