- Tem base por onde quer começar? - perguntei a Catherine que passava as mãos pelo cabelos.
- Eu não sei...
Cath parecia destemida para saber a verdade, seus olhos circulavam o salão em busca de algo na qual eu não sabia o que era. Ela fez um gesto que eu sempre achei adorável, inclinou a cabeça um pouco analizando um quadro grande de sua mãe que ficava pendurado a uns dois dois metros e meio do chão.
- Que estranho...
- O que?
Para mim era um quadro qualquer, a imagem a Deusa Malice ao lado de um belo campo de rosas negras em um céu estrelado. Catherina rodou olhando rapidamente todas os quadros com a mãe pintada.
- É estanho pois em todas as pinturas assim como na estátua os olhos da minha mãe são pretos, negros como carvão. Só que na realidade são vermelhos, minha mãe nunca usaria feitiço para mudar a cor dos olhos ou lente, e também acho muito improvável eles terem errado esse detalhe...
Ela parecia agora resolver essa questão internamente.
- Cath, eu não consigo saber o que está pensando. - ela sorriu. Sorriu? - Catherina você está bem? Sei que sua alma estava fragmentada, mas ainda está difícil saber quem é você agora.
Ela mudou de novo? Pois a antiga Catherina não gostava do apelido, quero dizer a nova antiga, pois antes dos nossos doze anos ela não se importava de ser chamada assim.
- Na verdade não conversei muito depois disso, só com o Gard, mas não cheguei a falar tudo.
Gard. Não tenho nada contra, ele é até uma pessoa legal que ajudou bastante a Cat, mas algo me fazia não gostar dele, eu não sabia o que era, eu e ele nunca nos demos bem, mas e claro como sendo um semi deus da luz sempre que o via deveria abrir um sorriso para ele.
- Então vamos conversar, podemos nos sentar aqui...
- Aqui não! Pelo menos não nessa sala, todas essas pinturas são assustadoras. Sinto como se ela podesse estar olhando para mim com esses olhos de julgadora.
Não consegui evitar de rir alto. "Olhos de julgadora", acho que nunca havia ouvido o termo.
- Isso é porquê você não viu os hologramas dela. - Cath riu me deixando maravilhado com a sua risada.
- O que mais tem nesse Templo?
Pensei, o Templo possuía algumas salas, mas nada de muito interessante, pelo menos não esse Templo.
- Salas de estudo, uma pequena biblioteca. O Templo foi construído na cidade voltado adoração das Deusas. Se quer respostas creio que o templo azul terá, ele foi fundado quando as deusas vieram para esse planeta.
- Então vamos para lá, tenho muitas perguntas e creio que estou chegando perto das respostas. Eu dirijo.
Arregalei os olhos surpreso.
- Desde quando você dirige? Não me diga que você só pegou o carro?
- Eu não digo nada, só vem logo antes que a sarcedotisa volte.
Saímos do templo e meu corpo foi cercado por um calor abundante. Retirei meu colete me espreguiçando enquanto andava em direção ao único carro a frente do templo. As portas se abriram mostrando um interior moderno, apenas foi bancos, um carro rápido com certeza, mas não era só isso, olhei para os pneus, tinha algo diferente que eu não sabia o que era.
- Vai entrar ou não? - ainda estava tentando identificar o que esse carro tinha de diferente - Você não vai morrer sabia? Ou esqueceu que é um Deus? Deus Nicolas Kinelle. Soa bem.
Entrei no carro ainda em silêncio pensando. Não entendia muito de carros, mas esse em especial chamou minha atenção, ele tinha uns botões diferentes além de... A marcha. Sorri, entendi perfeitamente que carro era aquele.
- É meio longe, vamos perder as duas primeiras aulas. - Cath ainda analisava o mapa que o carro mostrava.
- Creio que você não se preocupe com isso.
- Não mesmo.
Cath sorriu enquanto o carro foi para trás saindo da vaga e depois partindo rapidamente para o nosso próximo ponto. O templo mais antigo ficava no meio do ponto central da cidade, nunca o havia visitado por um motivo no qual a Cath saberia daqui a alguns minutos. O peso do que realmente significa ser um deus ou uma deusa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As estrelas de Mir
FantasyCatherina uma semideusa da morte sempre teve os mesmos sonhos, ou pesadelos? Depois de anos isolada em sua casa, Catherina se vê finalmente conhendo seu planeta, algo que sempre quis, no entanto, logo no primeiro dia de aula ela sente uma inesplicav...