Uma Chance

42 7 2
                                    

– Tae! – Ele chamou o amigo ao que chorava aflito. – Tae, e-eu não quero mais esse cretino na minha casa! – Disse, agarrando-se ao amigo.

– C-calma, Jungkook! – Ele arregalou os olhos. Estavam todos olhando para aquela cena, no intervalo. – Cara, qual é o problema dessa vez? – Revirou os olhos e espremeu os lábios.

– Caralho! – Ele exclamou. – Você não estava ouvindo as fofocas sobre mim?! – Perguntou, ainda com lágrimas nos olhos.

– Mas Jungkook... Eu não entendi nada do que estavam falando, então você poderia, por favor, me explicar de forma que eu entenda? – Pediu risonho e o moreno só queria se jogar em uma das cabines do banheiro da escola e chorar até que todo o líquido de seu corpo se esvaísse.

Ele fungou.

– Foi o pior dia da minha vida, caralho! – Gritou, chamando mais atenção. Agora sim, Taehyung conseguiu perceber que todos cochichavam sobre algo, enquanto olhavam para o Jeon. Havia entendido que algo, no mínimo constrangedor havia acontecido.

– Isso eu já entendi, mas no que o Jimin está envolvido agora? – Perguntou, entediado.

– Nem ouse pronunciar o nome desse desgraçado de novo, Kim Taehyung! – Era notável que Jungkook estava realmente irritado, mas o Kim só conseguia rir internamente. Era um excelente amigo.

– Tudo bem, mas vai, me conta. – Pediu, mais uma vez e o moreno apenas revirou os olhos e limpou as lágrimas.

– A porra toda começou hoje de manhã...

Flashback On ~

Jimin, pode levar o Jungkook para a escola de novo? Estou meio enrolada com uns assuntos aqui... – A mãe do moreno pediu e o ruivo apenas sorriu e assentiu.

– Claro, meu amor. – Ele sorriu, deixando que seus olhos sumissem.

– Jungkook, se arrume filho, o Jimin vai te levar hoje. – Ela sorriu. – Não grite comigo e nem com ele, apenas vá e não quero nenhuma briga entre vocês. – Yunjin pediu, educadamente. O Park apenas deixou um selinho no lábios da moça e pegou as chaves do seu carro.

. . .

Já estavam dentro do carro do ruivo. O mesmo era preto e bonito. Por dentro, Jungkook pensou estar dentro de uma nave espacial, já que havia uma infinidade de botões de diferentes funções e luzinhas que ficavam piscando, indicando coisas que o moreno não sabia. Gostaria de perguntar, mas não estava afim de iniciar um diálogo com o Park tão cedo. Na verdade, não queria conversas com o Park, gostaria de sumir com ele, para sua mãe nunca mais ter decepções em sua vida.

Bem, na cabeça oca do moreno aquilo fazia total sentido, até colocaria seu pequeno plano em prática, mas não queria correr o risco de ver uma expressão triste no rosto de sua mãe tão cedo.

– Sabe, eu trabalho perto da onde você estuda, Jungkook. – Park começou. Sem tirar os olhos da rua.
Naquele momento, o moreno realmente gostaria de ditar um debochado "e daí?" e sorrir com sua resposta um tanto quanto ofensiva. Mas preferiu continuar com sua boca calada, antes que falasse alguma merda.

– Eu gostava de estudar na sua escola, gostava muito... – Riu assoprado com a confissão. – Eu fiz vários amigos lá, conheci muita gente legal. – Sorriu, em meio as lembranças. Jungkook ouvia tudo quieto, mas sem fitar o ruivo em momento algum. Apenas prestava atenção no movimento do lado de fora do carro. – Na verdade, eu saí de lá não faz muito tempo.

– Quantos anos você têm? – A pergunta escorregou sem permisão pelos lábios do moreno, fazendo-o se assustar com o que perguntou. Não queria de fato saber qual era a idade alheia.

– Vinte. – Riu. – Farei vinte e um no final do mês que vem. –  Continuou focado na rua a sua frente. – Quando eu tinha dezoito anos, eu terminei os estudos e então, aquela questão rondou minha mente. – Uma pausa. – As pessoas me perguntavam o tempo inteiro: o que você quer ser quando crescer? – Fez uma voz fininha, imitando as pessoas. Mas não era como se sua voz já não fosse fininha. Apenas a deixou mais fina do que já era. – E eu sempre me questionei isso também. – Outra pausa. Jungkook suspirou, não entendendo onde o ruivo gostaria de chegar com aquele diálogo. – E então, eu comecei a perceber que fotografar coisas era algo completamente interessante, era algo que eu... Amava. – Sorriu, estacionando o carro, próximo à calçada. Haviam chegado. – Mas acontece que... Nada deu certo... – Suspirou, deixando o clima um pouco desconfortável. – Acho que já bateu o sinal, Jungkook. Vá, não quero que se atrase. – Sorriu e abriu a porta para que o moreno saísse.

– Por que abriu a porta? Eu mesmo posso abri-la. – Jungkook ainda processava tudo que o ruivo havia lhe dito, tentando encontrar um porquê para tudo, mas infelizmente, não havia encontrado. Mas então, para manter sua postura arrogante com o Park, apenas ditou, pouco frustrado.

– Eu sou um homem, não? – Riu e revirou os olhos, vendo o moreno sair do carro. – Homens precisam ser cavalheiros, certo? – Sorriu.

– Mas eu sou um homem também. – Bufou e segurou a porta, para fechá-la.

– Até mais, Jungkookie. – Sorriu de lado e piscou para o Jeon e o mesmo franziu o cenho e viu Jimin se apoiar no banco do passageiro, fechando a porta. O ruivo simplesmente deu partida no veículo e saiu, arrastando o pneu no chão, fazendo um barulho alto.

Claro que Jeon Jungkook fora o centro das atenções, quando o ruivo fez aquilo. Todos os alunos lhe olhavam com curiosidade, enquanto Jungkook apenas corava e mantinha sua cabeça baixa.

E porra, que merda foi aquela piscadinha e aquele sorrisinho?!

Claro que o moreno não tivera tempo de pensar direito, quando ouviu o sinal tocar do lado de dentro da escola, indicando que todos deveriam entrar. Sabia que ainda estava sendo o centro das atenções, mas continuou andando, dentre aquela multidão de alunos, todos comentando sobre o porquê de ter um cara lhe trazendo para a escola - de novo -.

Quando chegou em sua sala, sentou-se em sua mesa, ainda tendo alguns olhares sobre si, mas nada que lhe fosse importante. Apenas estava com raiva daquele ser de cabelos alaranjados. Aquele merda poderia não ter feito aquilo.

Flashback Off ~

– E ele é um babaca. – Completou, no final. Taehyung suspirou.

– Sabe, Jungkook, eu acho uma coisa.

– O quê? Concorda que ele é um babaca? – Sorriu, esperançoso.

– Não, idiota. – Revirou os olhos. – Eu acho que você deveria dar uma chance para ele.

Sorry Mom▪jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora