Sejamos Realistas

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Jungkook abriu os olhos, por causa do som incessante do despertador de seu celular. Oh céus, não se lembrava o porquê de ser tão burro ao ponto de colocar o celular para despertar no mesmo horário, todos os dias, incluindo os finais de semana. No entanto, acordou preguiçosamente, como em todas as manhãs e só então percebeu a dor de cabeça que sentia naquele momento. Suspirou, procurando lembrar-se do que havia acontecido na noite anterior, qualquer coisa que sossegasse sua mente por um momento.

E bem, ele lembrou-se de algo.

Um algo que o fez arregalar os olhos e querer gritar, puxar seus cabelos e arrancá-los, espernear, tudo o que demonstrasse sua incredulidade sobre aquilo.

Céus, por que raios havia dito ao Park que o mesmo era gostoso? E mais, lembrava-se vagamente de ter envolvido Taehyung no meio da história, o que lhe constrangia ainda mais. Queria sumir do mapa, talvez, nunca mais dar as caras, evaporar do planeta e de qualquer forma de vida existente no universo. Talvez seria menos doloroso do que aceitar que disse mesmo aquilo.

Suspirou mais uma vez e abriu a boca em um grito mudo e jogou-se para trás na cama, colocando o travesseiro em seu rosto, querendo chorar em puro ódio de si mesmo. Afinal: onde estava com a cabeça quando resolveu beber até esquecer do próprio nome junto com um garoto que... Oh, ele havia beijado um garoto. E esse garoto era o garoto mais esquisitamente popular da escola, apenas por cantar rap.

Estava puto. Realmente enfurecido consigo mesmo.

Se Jungkook pudesse se separar de seu próprio corpo e conversar consigo, realmente, não olharia em sua face por puro desgosto.

Porém, resolveu apenas seguir com sua vida, como se nada daquilo houvesse alguma vez acontecido.

Levantou de sua cama e caminhou até o banheiro, para tomar um banho rápido, para tentar diminuir sua dor de cabeça, que estava quase lhe matando. Porém, estava receoso. E se Jimin estivesse perambulando pelo corredor que levava ao banheiro bem naquele exato momento? Como reagiria? Bem, não queria dar de cara com ele logo naquele momento, estava com o tão famoso ranço.

Então, com esses pensamentos, Jeon resolveu esperar em seu quarto, alguns minutos, esperando que isso fosse resolver seus conflitos internos sobre “será que o Jimin está do lado de fora?”. Esperou por cerca de dez minutos, até a vontade de tirar a água do joelho lhe bateu à porta, fazendo-o ter de seguir até o maldito corredor que levava ao banheiro.

Se levantou da cama, ainda sentindo uma dor insuportável de cabeça e abriu a porta, olhando descaradamente para ambas as direções, apenas com a cabeça para fora da porta, vendo se Jimin não estava por lá. Quando constatou que não, sorriu tranquilo, caminhando tranquilamente até o banheiro. Sorriu ainda mais quando abriu a porta; a luz do sol invadindo o cômodo o deixando bonito e agradável, apesar de ser apenas um banheiro.

E bem, não demorou muito lá, estava apenas pensando quando enfim entrou debaixo do chuveiro se deveria ou não perguntar ao ruivo se realmente havia dito algo, no máximo inapropriado. Estava cismado. Estava em uma confusão interna, mas mesmo assim, resolveu pergunta-lo, apenas para saciar sua curiosidade.

Assim que saiu do banho, trocou-se devidamente e, ainda em seu quarto, começou a pensar se realmente deveria perguntá-lo.

E bem, assim que reuniu coragem, foi até a cozinha, onde provavelmente o Park estaria.

Assim que chegou, foi recebido por aquele sorriso radiante do Park, quando ouviu os passos de Jeon, logo depois abaixando o jornal que sempre lia de manhã.

– Bom dia, Jungkook. – Ele desejou com aquele sorriso inabalável, fazendo o moreno corar minimamente. Não sabia o porquê, mas resolveu ignorar. Jimin voltou a ler o jornal.

– Jimin? – Estava receoso, mas não deixaria que sua simples vergonha tomasse conta de seu orgulho. O mesmo abaixou o jornal para fita-lo.

– Hm? – Seus cabelos estavam erguidos em um topete charmoso, mas não deu-se ao luxo de continuar observando-o tão descaradamente.

– Sejamos realistas, Park – O tom irritadiço intrigou ligeiramente o citado, fazendo-o dobrar o jornal e prestar total atenção no moreno. ­­­– Ontem, eu estava um pouco... Fora de mim, certo? – Por mais que aquilo machucasse seu orgulho, precisava ter a certeza daquilo. O Park assentiu com os lábios espremidos. – Enfim, eu disse algo? – Perguntou firmemente.

Jimin riu.

– Do que está rindo, idiota? – Impaciente ele soou e bufou em seguida.

– É que você não parou de falar por um segundo sequer, e ainda me pergunta se você disse alguma coisa... – Continuou a rir, e, mesmo que fosse uma risada contagiante, o moreno apenas franziu o cenho, irritado. Tão irritado que poderia esganar o Park naquele exato momento.

– EU QUIS DIZER SE DISSE ALGO QUE NÃO DEVERIA! – Gritou. Estava irritado e Jimin sendo tão brincalhão estava deixando-o ainda mais irritado. Era como se o demônio houvesse tomado conta de seu corpo.

– Se foi algo que você não deveria contar, como eu saberei? – Arqueou as sobrancelhas, confuso. Falsamente confuso, devo citar.

– CARALHO, JIMIN! – Entredentes, o moreno gritou. Céus, Jimin era assim normalmente, ou estava tirando uma com sua cara? – Quero dizer se eu disse algo que... Sei lá, coisas demais. – Suspirou.

Jungkook sabia que quando estava sob o efeito de álcool, sempre dizia tudo o que não deveria, culpa de seus pensamentos reprimidos. Bem, sabia que o Park era um cara gostoso, então, com base nisso, sabia que os pensamentos a respeito de Jimin eram sempre sobre isso; sobre o dia em que o viu totalmente despido. Seus pensamentos não o deixavam enganar, porém, deixava os pensamentos ali mesmo, guardados em sua mente.

Porém, estava com medo, mesmo sabendo que fora exatamente aquilo que havia o dito.

Jimin pigarreou.

– Bom, há sim uma coisa que você me disse... – Suspirou. Fez um mistério papável naquela cozinha, tanto que percebeu o desespero do garoto á sua frente. Resolveu acabar logo com aquilo, enquanto desdobrava seu jornal fresquinho. – Você me disse que precisava fazer xixi, e se não fôssemos logo para casa, você iria fazer em mim. – Não mentiu quando disse isso, mas a expressão de indiferença foi o suficiente para que Jungkook acreditar que não havia dito nada demais, mesmo que, por momentos ainda recordava da bela frase que havia proferido.

Mesmo assim, saiu da cozinha a passos pesados em direção ao seu quarto, sem querer saber de mais nada naquela vida. Mesmo que Jimin houvesse lhe dito que não, ainda suspeitava. Mas não deixaria aquilo lhe atormentar tanto.

No entanto, assim que soube que Jungkook estava longe, Jimin riu. Lembrava-se exatamente das palavras do moreno voltadas à si, mas não diria à ele, não queria constrange-lo, então apenas fez aquele mistério todo de propósito.

Sorry Mom▪jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora