Um brinde aos noivos.

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Allyson e Joel ao cruzarem os olhares viram seus mundos mudarem de uma maneira inexplicável, antes o nervosismo tomou conta de um sentimento que eles não sabiam explicar.


Os passos de Allyson a levaram logo ao lado do seu futuro marido. Nem eles acreditavam nos títulos que levariam por alguns meses: marido e mulher.

A cada palavra pronunciada seus olhares se procuravam e sorrisos sinceros apareciam. Frente a frente fizeram seus votos, juraram amar e respeitar até que os dias os separassem, sendo na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, juraram ser um só.

— Joel, aceita Allyson Miller como sua legítima esposa? — O padre pronunciou fitando o casal a sua frente.

— Sim. — Joel respondeu olhando diretamente nos olhos de Ally colocando a aliança em seu dedo, levando a mão ao encontro de seus lábios deixando no local um beijo.

— Allyson, aceita Joel Pimentel como seu legítimo esposo? — Para Allyson aquela pergunta foi a mais difícil de toda sua vida. Seus olhos fixos nos de Joel, sua mão segurando a aliança e todos ao redor esperando por aquela resposta.

Allyson? — Joel perguntou baixinho apenas para que ela ouvisse, por um instante parecia que ela ia desistir e sair correndo da igreja.

— Sim, eu aceito. — Respondeu prontamente colocando a aliança no dedo de Joel.

E antes que o próprio padre terminasse a cerimônia Joel se aproximou selando seus lábios em um beijo que pegou Ally de surpresa, sem ter muito o que fazer ela correspondeu.

Ao redor deles as pessoas aplaudiam, algumas olhavam com olhar de desprezo. Annelyse era alguma dessas pessoas.

Ao contrário do que Allyson pensava a saída a caminho da festa foi estilo moda antiga, com direito a tradição do arroz sendo jogado nos noivos na saída da igreja.

Por mais que ambos soubessem que era uma mentira a sensação que os consumia era tão boa que eles poderiam se acostumar com o fato de serem um só a partir daquele momento.

— Joel, você não esperou o padre terminar de falar! — Já dentro da limusine o repreendi pela atitude, não que eu não havia gostado, mas queria realmente entender as atitudes dele.

— Vi em um filme e as pessoas que estavam no casamento gostaram, então resolvi testar a teoria de surpreender a noiva na hora mais esperada da cerimônia. — Respondeu dando os ombros tirando alguns bagos de arroz do cabelo. Ótimo, éramos um filme.

— Entendi, sua teoria foi comprovada com muito sucesso. — Encostei na janela, queria ir direto para o hotel, mas ainda lidaria com algumas horas de festa. — Posso saber em qual lugar vai ser a festa? Escolhi tudo, mas até então eu não tenho ideia de onde vai ser.Não era mentira, tinha escolhido todos os detalhes, mas de acordo com Joel o local da festa seria uma surpresa.

— Allyson, você tem que aprender o significado da palavra surpresa. Espero que alguém tenha dado um dicionário de presente de casamento.

— Espero que você exploda, Joel.

[...]

O resto do caminho foi em silêncio, parecia que nunca chegaríamos ao destino final. Se para chegar na festa estava demorando, imagina chegar nas Maldivas? Um total de dezoito horas de voo, onde eu estava com a cabeça em exigir um lugar tão longe mesmo?Quando sai do transe vi que o destino era South Beach. Minha festa de casamento na praia mais badalada de Miami e detalhe: Joel havia fechado uma parte exclusivamente para a festa. Agora entendi a preocupação de Eleanor com o tempo, tudo estava mais claro.

— Não acredito que gastou uma fortuna reservando parte de South para nossa festa! Você é impossível Joel, surpreendente e impossível. — O olhei admirada e sei que assim como ele carregava um sorriso enorme nos lábios.

— Podemos ser uma mentira, mas vamos ser uma mentira com tudo que temos direito Ally. — Disse saindo do carro e estendendo sua mão para que eu conseguisse sair com aquele vestido pesado.

O local estava lindo e decorada como eu havia pedido, o cenário deixava tudo mil vezes melhor. Ao redor os convidados se divertiam, aparentemente, e estavam todos a vontade.

Sophie estava sentada com os amigos de Joel e pela primeira vez em meses vi um sorriso verdadeiro no rosto dela. Precisaria agradecer muito a eles por estarem fazendo um bem imenso a minha irmã.Seguimos o protocolo de cumprimentar mesa por mesa, pessoa por pessoa, incluindo Annelyse. Joel me pagaria por ter convidado ela.

— Vejo que finalmente conseguiu, vai carregar um dos sobrenomes mais importantes do estado. Qual o próximo passo? Golpe da barriga? — Não pensou em espalhar o veneno assim que nos abraçamos formalmente.

— O que eu eu conquistei não foi através de um golpe Annelyse, foi com amor e esse amor fez com que eu e Joel chegássemos até aqui. — Queria dizer que ela estava certa, que consegui tudo através desse teatro, mas em partes foi por amor, por amor a Sophie. — Guarde seu veneno querida, você vai engasgar com a quantidade que sai da sua boca. E guarde suas falsas felicidades, Joel e eu não precisamos delas.

Não esperei resposta de Annelyse e sai andando rumo a mesa dos meninos, Joel tentava entender o que havia acontecido e eu não queria um de seus questionários naquele momento.

— Posso saber o que foi aquilo com Annelyse? — Senti as mãos de Joel me segurando fazendo com que eu virasse na mesma hora.

— Aquilo foi o que ela mereceu por cuspir veneno no meu dia, na minha festa de casamento. — Soltei do aperto de suas mãos e segui em direção a mesa.

— Joel se superou Ally, nem eu sabia que a festa seria aqui. — Sophie comentou olhando admirada.

— Ele vem me surpreendendo muito, em todos os quesitos pra ser honesta, mas agora pula pra outra cadeira, preciso sentar.

— Ally, pretende voltar gravida da lua de mel? — Christopher perguntou assim que sentei, parecia que ele estava adivinhando que a pergunta dele poderia me fazer cair. Zabdiel não segurou e praticamente cuspiu o que estava bebendo, Christopher sabia como constranger alguém.

— Por que pensa que eu poderia voltar gravida? — O questionei de volta, meu medo era a resposta dele.

— Não é o tradicional dos casais? E outra Allyson, vocês não vão apenas ver a cor da água das ilhas Maldivas, fala sério! — Respondeu como se fosse q coisa mais óbvia do mundo.

E sim, queria dizer que ia admirar cada canto daquele lugar e nada iria acontecer entre eu e Joel. Mas antes que eu pudesse responder Zabdiel se levantou e foi em direção ao palco que estava logo a nossa frente.

— Boa tarde a todos e creio que devem estar se perguntando o que estou fazendo aqui atrapalhando a festa do meu amigo. Mas depois de muitas discussões entre nós 4, eu, Chris, Rich e Erick, chegamos à conclusão que eu falaria um pouco do quão felizes estamos por você Joel, por vocês. — Joel se sentou ao meu lado, seu semblante era de surpresa ao ver o que os amigos estavam fazendo por ele. — Nos conhecemos desde sempre, sabemos os segredos e as dores de cada um, mas você sempre se reservou mais e não o julgamos por isso. Ao contrário dos outros três você nunca foi muito mulherengo e creio que isso ajudou na conquista com a Ally.

Muitas vezes nós conversávamos sobre algum de nós se casando e você nunca demonstrou nada ate que em um dia, um jantar você chegou com Allyson e nos surpreendeu. Depois de ver tanta dor em seus olhos por inúmeros dias, especialmente ao lado de Allyson nós vimos você voltar para a vida e pode apostar meu amigo, se tem alguém que fez gosto desse casamento desde o começo fomos nós. Allyson, obrigada por trazer esse chato de galochas de volta, por fazer nosso amigo feliz, e Joel, acho bom cuidar da Allyson porque igual a ela você não acha mais. — A olhar para Joel vi seus olhos cheios assim como os meus, eu queria chorar pelo um todo e ele pela emoção ao receber o carinho dos amigos. Toquei gentilmente suas mãos trazendo seu olhar ao encontro do meu. Ele poderia contar comigo, de hoje em diante e sempre.

— Aproveitando o cenário lindo atrás de vocês. — Nos viramos rapidamente dando de cara com o pôr-do-sol. — Um brinde aos noivos! — Zabdiel anunciou fazendo com que todos brindassem a nós.

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