Golpe Certeiro.

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A noite no hotel não foi nada boa e muito menos tranquila, acordei diversas vezes com pesadelos horriveis e em todos eles a imagem de Joel destruido era nítida. O celular no chão desligado denunciava que nem bateria nele havia mais, deveria ter ligado para Sophie, ela merecia uma explicação plausivel já que não tinha culpa daquela confusão toda.

Juntei minhas coisas que estavam esparramadas pelo quarto e segui andando até a recepção para finalizar o pagamento da estadia. Ao sair a procura de um táxi fiquei totalmente a ver navios, não havia um mísero carro parado por perto. Segui andando até o próximo ponto de onibus a espera de que algum passasse o mais rápido possível.

Parecia cena daqueles filmes no qual você espera e quando aparece não é o seu, foi assim com os dez táxis e três onibus, já estava desistindo quando um carro preto quase igual ao de Joel parou ao meu lado. Aquele aperto no peito pedindo intensamente para ser ele se perdeu quando os vidros abaixaram e a aparencia desconhecida de um homem, bonito por sinal, se fez presente. O óculos escuro não deixava a mostra seu olhar, os cabelos castanhos escuros desgrenhados mostravam que apesar de vestir terno e gravata sério ele não era.

— Allyson Pimentel, não poderia escolher uma hora melhor para conhecer a esposa do meu querido primo. — Disse esticando o braço para abrir a porta do carro.

Primo? Desde quando Joel possuía um primo da mesma idade que ele não tinha mencionado nenhuma vez desde que nos conhecemos, nem quando fizemos a lista de convidados do casamento.

— Entre, não sei por qual razão meu primo a deixou andando sozinha por Miami ou sem um carro já que ele possui tantos naquela garagem, mas faço questão de deixa-la em casa.

Não. Foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça ao olhar assustada para ele pensando em diversos motivos para que Joel talvez tivesse escondido sua existencia. Ainda fiquei insegura ao olhar para ele que agora com o olhar acima do oculos me encarava sugestivo.

— Não sou uma pessoa ruim Allyson, Sebastian Pimentel a seu dispor. — Mostrou sua identidade, um pouco velha, para mostrar que não era um completo deconhecido. — Vamos, entre, prometo não fazer nada e realmente não vou.

Contragosto e ainda insegura preferi aceitar ou passaria boa parte do meu dia esperando algum milagre. Olhei para os lados na esperança de algum táxi aparecer, mas foi em vão. Respirei fundo e adentrei o carro.

— Até poderia chamar você de cunhada, mas não posso considerar uma irmandade o que tenho com Joel. — Comentou prestando atenção no trânsito, o som do carro tocava alguma musica latina, muito boa por sinal, enquanto o olhava falar coisas sem nexo. — Inclusive depois que fiquei sabendo do casamento me senti horrível por ser excluido de um evento marcando na nossa família, quem diria que Joel se casaria tão cedo.

— É Sebastian, foi tudo muito rápido. — Soltei um suspiro lembrando que foram os melhores meses os que fiquei organizando casamento, lua de mel, passei por ambos e agora não tinha absolutamente nada do que poderia me alegrar. — E peço desculpas por não ter chegado um convite até você, Joel nunca comentou do restante da família.

— Não se desculpe, tenho certeza que foi culpa dele mesmo, afinal ele é o único e a sua opinião é a única que vale. — Senti um tom infeliz ao ouvir aquelas palavras proferidas por Sebastian, o que aconteceu entre eles era um mistério e tanto para mim.

Apenas concordei e segui em silencio, ao mesmo tempo que queria explicações, descobrir o que ele escondia queria chegar em casa o mais rápido possível e parece que ele entendeu já que durante todo o caminho não tocou nenhuma palavra a mais comigo até o portão da casa de Joel.

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