Salvação ou perdição?

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Conforme sentia as mãos de Joel subindo e descendo por todo o meu corpo, algo dentro de mim se acendia, era como se só ele tivesse a receita para fazer meu corpo implorar por ele, por seu toque e seus beijos.

Subimos as escadas cambaleando até o quarto, parávamos praticamente em cada degrau e minhas costas iam direto para a parede, e ele parecia gostar disso. Distribuía beijos pelo meu pescoço que faziam com que eu me arrepiasse em regiões que eu não sabia que era possível.

Chegamos em frente à porta do quarto, eu na frente e Joel atrás, com as mãos posicionadas na minha cintura. Levei a mão até a maçaneta, mas antes de tocá-la senti meus pés suspensos no chão. Eu estava no colo de Joel. Entrelacei minhas duas mãos em seu pescoço e ele estava com um sorriso maravilhoso no rosto, daqueles que parecem que podem salvar o mundo. Seus braços envolviam meu corpo com força.

— Seria a coisa mais linda do mundo se você me derrubasse agora... — Provoquei fazendo carinho com o polegar em seu rosto.

— Shhh — Levou o dedo até minha boca — Não acaba com o momento. Não fiz isso no dia em que nos casamos, então faço agora.

Senti seus lábios nos meus em um selinho rápido. Logo depois a porta se abriu e meu corpo foi colocado gentilmente na imensa cama, junto com o de Joel. Senti o peso do seu corpo sob o meu e aquela eletricidade conhecida me percorrendo. Levei minhas mãos em seu rosto e o segurei, fazendo-o olhar para mim, seus olhos escuros e vidrados me encarando, uma expressão já conhecida por mim em seu rosto. Mordi o lábio inferior e me inclinei, colando meus lábios ao dele em um beijo urgente.

Invertemos a situação algum tempo depois, quando sua camisa já estava no chão, junto com a minha blusa e calça também. Ele estava deitado e eu comecei a fazer uma trilha de beijos, indo desde o seu rosto, descendo por seu pescoço e depois seu abdômen. Parei antes de chegar na região que eu sabia que ele queria, mas foi por uma causa maior.

Me levantei e ele levantou a cabeça, me olhou sem entender e com uma carranca e eu ri, o que fez ele ficar ainda mais confuso. Fiz sinal com o dedo para que ele se sentasse e ele obedeceu, passando as mãos no cabelo e tirando alguns fios que insistiam em cair sobre seu rosto.

Não sabia direito como fazer o que eu tinha pensado, mas algo me dizia que mesmo se eu dançasse hip hop, ele gostaria. É esse tipo de sensação que Joel me dá, e sinto que quanto mais o conheço, mais sensações como essa vão existir.

Peguei o controle do home theater e procurei mais rápido do que eu pensei a música que eu queria. Drunk in Love estava na minha playlist há muito tempo, e eu lembro de pensar que essa música era ideal para um certo tipo especifico de situação. Esse momento chegou.

Sabia que Joel estava me olhando e observando tudo o que eu estava fazendo, mas mesmo assim não disse nada, permaneceu quieto, com o cabelo bagunçado, a respiração ofegante e os olhos pausados em mim.

Coloquei a música e o som invadiu o quarto. Nesse momento a expressão de Joel já mudou, estava mais provocativa e ele mordia os lábios constantemente.

Voltei a olhar para ele, agora deixando a música tomar conta de mim. Levei as mãos no cabelo, fazendo movimentos lentos e os mais sensuais que eu conseguia. Desci as mãos para o meu rosto, rocei os dedos na minha boca, sempre com o olhar em Joel. Minha respiração também estava mais ofegante, para acompanhar a dele. Minhas mãos desceram para o meu pescoço, e os olhos dele também. Mais alguns centímetros e eu estava tocando meu sutiã vermelho, e isso fez com que Joel até se ajeitasse na cama. Entendi que aquela região o deixava mais excitado, então fiquei ali até que a música quase estivesse no final. 

Minhas mãos subiam e desciam pelo meu corpo, desde a lateral das minhas coxas até meus seios. Me virei de costas e comecei a dançar lentamente no ritmo da música, fechei os olhos e deixei que as letras entrassem na minha mente, me dando os comandos para a dança. Ouvia Joel falar alguns palavrões e palavras desconexas em resposta ao que estava acontecendo a sua frente.

Ainda de costas, abri o fecho do seu sutiã, tirando-o e deixando que ele caísse no chão. Mordi o lábio inferior antes de me virar, passei a mão pelos fios do cabelo e olhei de canto de olho para trás. Joel agora estava sem calça, apenas com uma cueca preta. Estava com a boca entreaberta, seu olhar pesado em meu corpo, me observando.

Me virei e ele mordeu os lábios tão forte que eu pensei que talvez fosse machuca-lo. Deitei a cabeça de lado e me permiti observa-lo um pouco também. O corpo não tão musculoso, mas com o abdômen quase definido, e a melhor parte de tudo era ver ele tão vulnerável quanto eu naquela situação, tão entregue e desejando aquilo tanto quanto eu.

Comecei a mexer na tira lateral da calcinha, ameaçando tirá-la, mais isso fez com que Joel saísse da cama imediatamente e viesse em minha direção, cruzando os braços em volta da minha cintura e colando nossos corpos, junto com nossas bocas também. Um beijo ainda mais carregado de desejo, de tesão, de entrega. Era isso. Estávamos entregues um ao outro.

Voltamos para a cama nos beijando, até a minha perna bater nela e cairmos na mesma. Foi a vez dele de trilhar beijos pelo meu corpo, descendo do meu pescoço, passando pelos meus seios e os sugando com a boca, depois minha barriga, até chegar em minha calcinha. Ele a tirou lentamente, talvez para devolver a provocação que eu tinha feito há pouco tempo. Ao tirá-la, depositou toda a sua atenção a minha privacidade, beijando o lado interno das minhas coxas, até chegar na região que me fez fechar os olhos e apertar o lençol da cama.

— Joel, eu... eu... — Dizia com a voz falhada — Eu não vou aguentar muito.

Minhas mãos estavam emaranhadas em seu cabelo. Ele levantou a cabeça, me olhando com a sobrancelha erguida, um sorriso sacana no rosto, com os lábios rosados e molhados. Deve ter percebido minha urgência, pois tirou sua cueca em segundos. Subiu e deixou outro selinho em meus lábios, dessa vez um pouco mais demorado, mordendo meu lábio.

Joel entrelaçou minha mão a dele, e com um só movimento estava dentro de mim. Os movimentos eram variáveis, mas me davam todo o prazer que eu precisava no momento, invadindo cada célula do meu corpo. Quando os movimentos ficaram mais rápidos, foi a vez de Joel fechar os olhos e morder o lábio, o suor fazendo com que seu cabelo ficasse colado na sua testa. Minhas mãos arranhavam suas costas e eu sabia que algumas marcas iriam existir amanhã, mas nem eu e muito menos ele se importava.

Entrelacei minhas pernas em seu corpo e isso fez com que ele ficasse ainda mais dentro de mim, tão dentro que minha respiração chegou a falhar algumas vezes, ainda mais quando ouvi ele gemer o meu nome. Não bastou muito para que meu corpo inteiro parecesse estar em erupção, me fazendo gritar o nome de Joel tão alto que precisei levar minha mão até minha boca, depois sentindo meu corpo se relaxar. Os olhos de Joel ainda estavam fechados, e ele mantinha a boca próxima ao meu ouvido, sua respiração quente e pesada indicavam que ele estava próximo de chegar ao ápice. Mais algumas estocadas e sua respiração foi voltando ao normal, como a minha.

Ele saiu de dentro de mim e deitou sua cabeça no travesseiro e eu me aninhei em seu peito. Sua mão estava em minha cintura, fazendo um carinho gentil no meu braço descoberto. Puxei o lençol para cobrir metade do nosso corpo, e com o dedo indicador traçava um caminho sem sentido em seu peitoral.

— Você é, definitivamente, minha perdição Allyson. — Ele disse com a voz baixa, fazendo com que eu me arrepiasse.

Levantei o olhar e ele estava sorrindo, com o cabelo bagunçado e com o coração aberto para mim.

— E você é a minha salvação, Joel.

Ficamos em silêncio, então comecei a ficar sonolenta. O nosso silêncio não era incomodo, muito pelo contrário, dizia muito sobre a nossa relação. Estava quase pegando no sono quando o ouvi me chamar.

— Hm? — Falei ainda de olhos fechados.

— Vamos precisar ir a um leilão da empresa no próximo final de semana.

Percebi ele inquieto ao dizer isso, sua voz um pouco mais pesada que o normal.

— Leilão, é? — Respondi e ele assentiu — Tudo bem, então.

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