Não me provoca.

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"Não para – Pediu fechando os olhos – Por favor"

E lá vou eu de novo lidar com a mudança de humor repentina de Joel. E se ele ficasse frio depois de algumas horas como já aconteceu? E se amanhã ele agisse do mesmo jeito e me fizesse querer mata-lo novamente? Ele mesmo disse que não poderia ficar estranho. Tentamos, e ficou. Por causa dele. Eu acho.

Me perdi em meus pensamentos e esqueci que ele estava parado a minha frente. Sua boca a pouco centímetros de mim. Seus dedos roçando os meus. Ele pediu para eu não parar de o tocar.

Levanto novamente minha mão direita e a encaixo em seu rosto. Passo o polegar lentamente em movimentos de vai e vem. Ele ainda está com os olhos fechados. Percebo um leve sorriso se formar e isso faz meu coração se derreter.

Suas duas mãos estão na minha cintura e o sinto aperta-la, me trazendo mais para perto. Solto um riso baixo e ele abre os olhos. Joel é mais alto que eu, então elevo minha cabeça e ficamos nos olhando por alguns segundos.

— Chega de pensar muito – Ele me surpreende e chego até a pensar que ouvi coisa demais.

— Você me dizendo para não pensar? – Provoco sem me importar em estarmos no meio da prai— Essa é boa.

— Allyson... – Joel se inclinou para frente e encostou seu nariz no meu – Não me provoca – Diz pausadamente.

Desisto de fazer isso, por mais divertido que seja saber que consigo o tirar do sério. Entrelaço minhas duas mãos em seu pescoço e sinto aquela sensação de ontem à noite. Agora com muito mais clareza, já que não estou alcoolizada. Aproximo minha boca a dele e dou um selinho prolongado. O vejo fechando os olhos e tirando uma das mãos da minha cintura e a levando até meu pescoço.
Joel pede a permissão para aprofundar o beijo e eu permito, sem rodeios. Nosso beijo se inicia de uma maneira leve, diria até devagar. Eu estava gostando, mas queria algo... a mais. E sei que ele também. Mas tudo em seu tempo, tento me lembrar.

Levo minhas mãos até seu cabelo e ao mesmo tempo, Joel a tira do meu cabelo e as desce lentamente, de modo torturante, até parar na minha cintura. Ele me puxa para perto e sinto o jeans de sua calça me tocar. Resolvo o provocar também e desço minhas mãos até sua camisa. Fico feliz por ela ser de botões e alguns deles já estarem abertos.

Espera, por que eles estão abertos?

Tudo bem, isso não é hora de pensar nisso. Meus dedos encontram com seu abdômen facilmente e sinto ele o contrair. Não deveria estar esperando meu toque. A camisa é larga, então consigo levar minhas mãos até suas costas e passo a unha por elas. Joel rompe o beijo e morde o lábio interior. Deus, por que tudo que ele faz causa essa sensação estranha em mim?

— A gente não pode ficar se pegando no meio da praia... – Ele diz com a testa grudada na minha 

— Vão pensar que somos pervertidos ou algo do tipo.

Acho sua respiração ofegante engraçada, mas percebo que estou do mesmo jeito.

— Chega de pensar muito – Repito o que ele me disse antes de nos beijarmos. Ele levanta uma das sobrancelhas e nos afastamos um pouco. Bem pouco. Mas isso já me faz bufar e ele pareceu achar graça disso.

— Ah, é? – Falou em um tom divertido. Definitivamente, esse é o melhor tipo de Joel que conheço — Já disse pra não me provocar.

Antes que pudesse responder e provoca-lo ainda mais, ele segurou na minha mão e começou a caminhar na direção oposta em que estávamos. Caminhar na areia fofa de novo estava me deixando cansada e eu não fazia ideia de onde ele estava me levando.

— Você ao menos sabe para onde estamos indo? – Perguntei atrás dele – Parece que só estamos nos afastando.

— Essa é a ideia – Respondeu com um sorriso sacana no rosto.

Ele diminuiu o passo quando percebeu que eu já estava cansada. Ainda de mãos dadas, continuamos caminhando por mais alguns minutos. Quanto mais andávamos, mais distantes ficávamos e menos pessoas víamos. Se eu estivesse com qualquer outra pessoa começaria a me preocupar.

Paramos em frente a doca. Joel olhava o local e eu fazia a mesma coisa, mesmo sem entender porquê. Na verdade, eu até entendia. Mas é muito mais engraçado me fazer de desentendida. Quando finalmente pareceu ter checado o local todo, me olhou e apontou com a cabeça para irmos até embaixo da doca. Meu estomago gelou quando ele me olhou de cima abaixo. Só então fui perceber que estava com apenas uma saída de praia cobrindo o biquíni.

Com nossas mãos entrelaçadas, ele me guiou até embaixo dela. Minha boca estava seca de um jeito estranho. Meu coração batia cada vez mais rápido e eu sentia que minha respiração estava ofegante. Essa última parte deve ter sido por andarmos tanto.

— Posso perguntar o que estamos fazendo aqui? – Provoquei mais uma vez enquanto via ele olhando para o local afim de tentar achar algo mais... confortável.

Joel me olhou e aquele mesmo sorriso voltou, mas dessa vez muito mais safado. Não conhecia esse Joel, mas estava adorando. Não obtive resposta. Acho que nem precisava de uma. Ele começou a bater os pés na areia para tentar deixar alinhado. Dei risada e coloquei a mão na boca de brincadeira.

Ha ha – Ele tirou sarro – Estou tentando deixar isso confortável.

— Mesmo? – Mais uma provocação – Por que?

Caminhei até ele sem mesmo me importar se ele já tinha terminado de alinhar a areia ou não. Isso nem importava, mesmo que eu achasse o gesto fofo.

Joel terminou de desabotoar os botões de sua camisa e a tirou, esticando-a em cima da areia. Parei de caminhar na mesma hora que o vi fazer isso. 

Ele tinha os músculos definidos na medida certa, mesmo lembrando de nunca ter o visto frequentar a academia que ele tem em casa. Lembro que isso me assustou quando vi pela primeira vez e foi só então que entendi o quão rico ele era. A pele morena me deixava sem ar. Me sentia com quinze anos de novo.

— Quer parar de me analisar e vir aqui? – Ele estendeu a mão e deixou ela aberta para que eu a pegasse. Foi o que eu fiz depois de dar mais alguns passos.

Senti que ao toca-lo, uma eletricidade passou por nossos corpos. Dedilhei meus dedos pela sua parte de corpo exposta e ele acompanhou com o olhar enquanto eu fazia isso. Depois, levou suas duas mãos um pouco abaixo do meu peito e sem nenhuma dificuldade desfez o laço que prendia o tecido da minha saída de praia. Em seguida, as levou até meus ombros e delicadamente a tirou. Senti o tecido tocando meu braço e logo caindo na areia. Olhei para ele no chão e depois para Joel.

Os lábios quentes do garoto tocaram os meus. Suas mãos estavam nas minhas costas e brincavam com o laço que amarrava a parte de cima do meu biquíni. Me arrepiava constantemente ao sentir seu toque quente em mim. Para minha sorte, ele também estava sem camisa, o que me deixava livre para fazer o que quiser. Minhas mãos passeavam por suas costas e me permitia arranha-la um pouco, talvez muito.

— Vamos... – Ele disse, quebrando o beijo com selinhos repetitivos – Vamos deitar.


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