JOEL
Acordei sem Allyson do meu lado. Ainda de olhos fechados tateei o que eu achei ser meu celular, mas na verdade era um bilhete. O despertador ainda não tinha tocado, então era menos que sete e meia da manhã.
Ainda com um olho fechado e outro aberto, abri o papel com cuidado para não rasgar porque ele já estava todo amassado.
"Esqueci de um trabalho com prazo até hoje, precisei correr até a faculdade.
Não quis te acordar. "
Li o bilhete duas vezes pra ter certeza que tinha entendido. Achei estranho, mas Allyson não mentiria para mim. Tentei voltar a dormir, mas foi em vão porque o meu maior problema no momento estava me assombrando. Seja lá quem roubou o documento, desconfiava do casamento.
Resolvi levantar e tomar um banho gelado para colocar as ideias no lugar, raciocinar com mais clareza. Já com a água escorrendo por minhas costas, fechei os olhos e voltei para ontem, no leilão. Tudo estava indo muito bem, eu estava até me divertindo. Ter Allyson por perto me deixava ameno, até divertido.
"Até ela ir ao banheiro.", penso.
Voltou me dizendo que tinha se desentendido com Annelyse e que ela tinha dado a entender que duvidava do casamento. Quase na mesma hora Sebastian veio a minha mesa, sentou-se no lugar que minutos antes era de Allyson e me cumprimentou como quem não quer nada, até chegar onde ele queria desde o principio.
"O engraçado é que nem eu, nem ninguém do nosso núcleo ouviu falar de Allyson, muito menos de vocês dois juntos. Suspeito, uh?"
Desconversei na hora, frisando o fato de que ninguém a conhecia porque a conheci quando estava de férias. Por sorte, alguém o chamou na hora e ele saiu sem dizer mais nada.
Depois, no final do leilão, Vicent fez o comentário para fechar a noite, sobre ter ajudado meu pai com a clausula sobre a herança.
Horas depois o documento contendo o contrato inteiro, com detalhes e nossas assinaturas foi roubado.
Desde quando minha vida se tornou esse filme de ação?
Saio do banho e com a toalha enrolada no corpo, escolho um terno. Não sei como aguentaria ter que bancar o empresário hoje, porque a unica coisa que eu queria era sumir e não voltar tão cedo.
Depois de me trocar, desci as escadas e ouço Elanor conversando com Sophie.
— Bom dia. — falei, me sentando na bancada. Me servi de suco de laranja e peguei um iogurte.
— Bom dia, cunhadinho. — Sophie disse com um tom engraçado — Viu minha irmã?
— Não, ela saiu cedo. — dei os ombros e voltei a comer em silêncio.
Não percebi quando Sophie foi para a escola, acho que fiquei um bom tempo imerso em meus pensamentos. Precisava parar de ser assim.
— Eleanor — chamei. Ela estava colocando as louças na lava louça — Tire o dia de folga.
Ela agradeceu e eu apenas assenti, pegando minha pasta e meu celular, saindo pela porta logo em seguida.
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Choices.
Hayran KurguA vida tem o poder de fazer com que diferentes caminhos sejam cruzados a todo instante, no entanto o que eles menos esperavam é que por uma fatalidade cruel teriam que lidar com suas diferenças para atingir seus objetivos momentâneos. Ela precisava...