Levei outra vez o cappuccino aos lábios sem me dar conta que queimavam a pele, deixando-a sensível. Meu coração saltava no peito parecia que todos ali poderiam ouvi-lo.
Minha mente se atormentava com uma infinidade de coisas que poderia dar errado, desde que sai do prédio, deixando Santiago nas mãos de Fernanda. Será que eu não tinha ido longe demais?
Suspirei pensando em Felipe. Ele havia desaparecido há quase vinte e quatro horas e eu sabia que cada segundo poderia representar a diferença entre encontrá-lo com ou sem vida.
Quando soube que o responsável fora Santiago, não havia dúvidas de que ele planejara a morte de Felipe. E, sibilei, seria uma morte lenta e dolorosa.
Arrepios percorreram meu corpo, enquanto eu me convencia de que não havia outra saída. Se eu quisesse ver Felipe com vida outra vez, teria que apelar para o obscuro, aceitar romper limites e princípios que sempre cultivei.
E foi exatamente isso que fiz quando me encontrei com Fernanda no lounge do prédio onde Santiago estava preso.
A primeira coisa que vi quando ergui os olhos foi o cabelo loiro sedoso cascatear em ondas abaixo dos ombros. Ela era linda, uma das mulheres mais bonitas que eu já tinha encontrado.
O meio sorriso encontrou minha expressão tensa.
− Ana! − cumprimentou daquele jeito sério e seco de sempre.
− Fernanda! − retribui e senti vontade de lhe abraçar, agradecendo por ter ido me ajudar, mas não o fiz, sabia o quanto era avessa a toques e demonstrações de carinho − agradeço por ter vindo tão rápido.
− Eu lhe devia isso.
− E se seu pai? − tive que perguntar, eu me preocupava com ela.
− Estou muito perto de encontrá-lo. − um meio sorriso brotou em seus lábios, mas logo ela voltou a ficar séria e mudou de assunto − O que aconteceu?
Contei sobre o sequestro de Felipe. Obviamente não entrei nos detalhes do casamento de contrato, tão pouco na relação conflituosa que tinha com meu marido de mentira.
− Você o ama muito para ter apelado para mim, não é? − ela confirmou aquilo que eu não mais conseguia esconder sequer de mim mesma.
− Sim! − sussurrei pela primeira vez.
− Você esta com o cara que sabe onde ele esta?
− Esta lá em cima... − apontei − nesse meio tempo meus agentes tentaram que ele falasse algo, mas foi em vão. Ele parece se divertir com a demora em descobrirmos sobre Felipe.
− Deixe comigo! − a voz dela soava calma e um sorriso desenhou em seus lábios.
Senti um arrepio. Fernanda me assustava sobremaneira. Ela gostava daquilo que fazia e isso me apavorava. Como alguém podia sentir algum tipo de prazer em machucar outra pessoa? Por mais que Santiago fosse um monstro, eu não conseguia me imaginar fazendo algo real contra ele.
− Precisa de alguma coisa? − questionei, desviando os olhos para que ela não percebesse meu desconforto. Eu só não desistia porque era a vida de Felipe em jogo.
− Não! Tenho tudo o que preciso aqui. − apontou para um bolsa grande Luis Vitton que carregava em um dos ombros.
Não tive coragem de imaginar o que havia ali dentro.
− Não... não o mate, Fernanda... − criei coragem para pedir.
− Ana, Ana! Não se preocupe, minha querida. Mortos não falam e precisamos que ele fale. Fique em paz, sei o que estou fazendo... − tentou me acalmar e eu entendi que tudo o que ela fazia estava muito além da minha percepção.
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Marido de aluguel [COMPLETO]
RomanceAna precisa de um marido Felipe de dinheiro Dois corações endurecidos pela dor Um contrato de casamento Um ano Uma vida Um amor Se vc estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma q não seja o Wattpad provavelmente esta correndo riscos d...