Meia hora depois que tomei o tal remédio mágico que Lucas me deu acordei como se tivesse dormido a noite toda, meus olhos se recusaram a fechar e minha mente começou a trabalhar na velocidade da luz.
Sabendo que o sono não chegaria, levantei-me e peguei todos os planos que Paula tinha me enviado sobre as buscas por Felipe. Ela tinha feito aquilo como gentileza, mantendo-me informada de tudo o que faziam.
É claro que eu não entendia nada de navegação, mar e resgates em situações de riscos. Todavia, conhecia muito sobre gráficos, perímetros e mapeamento lógico-matemático.
Olhei para o mapa do lugar onde Felipe foi deixado como se fosse uma grande pedra preciosa a ser lapidada. Eu sabia que deveria olhar cada milímetro para que o resultado final ficasse perfeito.
Ali não era diferente.
Felipe com a lancha eram como uma pequenina falha naquele imenso mar que eu precisava encontrar.
Entendi de imediato que, com a quantidade de pessoas que Paula dispunha, a tarefa de achá-lo tinha uma chance minúscula de ter sucesso. Havia ainda o agravante do tempo, cada hora de Felipe no mar, era uma hora a menos de chance de encontrá-lo com vida.
Era preciso pensar, fechei os olhos e deixei minha mente divagar sobre os números e proporções. O plano começou a se formar e a se tornava mais e mais concreto na medida em que os detalhes iam sendo modelados.
Era isso, eu sabia o que fazer. Não me importei que fosse madrugada, sem nenhum pudor peguei o telefone e comecei a acordar pessoas que, por sua vez, iriam acordar outras.
Quando Lucas veio me chamar as seis horas, eu já tinha feito todas as ligações necessárias e estava pronta para sair.
− Vamos tomar um café reforçado porque preciso estar na marina em vinte minutos − ordenei assim que meu irmão abriu a porta.
− Ana, ainda não...
− Eu sei. Se tivessem encontrado Felipe eu teria sido avisada - sentenciei apressada − tentamos do jeito da Paula ontem e não tivemos resultados. Hoje será do meu jeito.
Lucas me olhou, mas percebi que não estava surpreso. Nunca em minha vida eu sentei e esperei as coisas acontecerem. Em todos os momentos eu fui a protagonista, agi e lutei para conquistar tudo o que eu desejava.
Aquela situação não seria diferente. Eu não ficaria apática esperando que outras pessoas fizessem tudo para encontrar o meu marido.
Minha amiga ficaria furiosa com as decisões que eu tomei, mas nada me faria retroceder.
Assim, não foi surpresa quando entrei em sua sala com minha comitiva de dezesseis pessoas e ela me fulminou com o olhar, mal sabia ela que sob o comando daquelas que me acompanhavam existiam dezenas de outras.
− Esta me tomando por incompetente, Ana? − questionou entre dentes se erguendo e batendo a mão na mesa.
− Não, Paula. Estou oferecendo ajuda humana, embarcações e aeronaves. Se você aceitar, serão mais olhos a procurarem Felipe. Sei que você não responde apenas pelo sumiço do meu marido, então não pode designar todo o efetivo para encontrá-lo, mas eu posso colocar todos que eu puder à sua disposição...
− Ana! Essas pessoas não são treinadas para resgate...
− Eu sei. E por isso você nos liderará na busca. Podemos não conhecer as técnicas de salvamento, mas todos aqui tem bons olhos, são inteligentes e perspicazes. Serão mais olhos procurando e as chances aumentarão... - vi que ela ia retrucar e emendei - por favor, minha amiga, toda a minha intuição grita que se não o encontrarmos hoje, será tarde demais.
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Marido de aluguel [COMPLETO]
RomanceAna precisa de um marido Felipe de dinheiro Dois corações endurecidos pela dor Um contrato de casamento Um ano Uma vida Um amor Se vc estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma q não seja o Wattpad provavelmente esta correndo riscos d...