Três anos se passaram....
Depois de conseguir provar legítima defesa pela morte do delegado, o que nunca deixou de ser verdade porque Davi sabia que Guimarães era um caçador que nunca deixaria de levar sua presa, e mesmo que escapasse o homem não deixaria tão facilmente.
Agora ele e Linda se beijavam balançando na rede.
A pequena varandinha da fazendinha rezava um a tranqüilidade impensável a alguns tempos.Davi sentia a nuca de Linda em seu peito, deitados de lado observando o horizonte, além das nuvens que brilhavam como pérolas sobre o céu azul de Bougainville
Lá embaixo num pequeno morrinho de chão batido, um senhor subia a gargalhadas com suas irmãs.
Davi afastou o rosto animado com a música que tocava numa radiozinha promissora de Bouganville, Linda adorava.
Ele a olhou nos olhos e escutando a letra entendia o porquê da mulher gostar tanto.
A letra de uma não famosa banda chamada Dinastia dizia:
"Os sonhos são sonhos mas
Só depende de nós torná-los reais
Abra os olhos do seu coração
Movido por sentimentos de paz
Quem sabe veja um mundo tão bom
Onde ninguém precisará
Sonhar"Era a cara daquela mulher de atitude e eterna sonhadora, decidiu que a tocaria sempre que pudesse pra Linda, num velho violão.
"Viva um sonho num mundo de pedras, pra que a verdade seja a conduta da paz"
Cantaram juntos sem perceber, trocando a canção por um sorriso, trocando o sorriso por um longo beijo.
O pai de Linda subia devargar, enquanto servia de cavalinho para um garoto que quase soluçava de tanto rir, as irmãs ao lado brincando com o menino.
- Pai, o João vai passar mal.
- Deixe Linda, respondeu Davi, parece que você conseguiu realizar o sonho do seu pai ter um menino.
-Nós realizamos, ela corrigiu enquanto o homem chegava até eles.
- O que tem de almoço pra um neném e um vovô? Disse o pai de Linda oferecendo a criança que ela entrega a Davi.
- Cuide do João, tenho que cuidar dos detalhes da nova sede da fábrica, da filial no outro estado e a cooperativa.
Ele pegou o menino e começou a jogá-lo pro alto.
- Acho que a prefeita não vai negar o alvará a você.
-Ninguém negaria, está tudo de acordo com as exigências dos bombeiros e da vigilância sanitária, você sabe que não misturamos as coisas.
-Calma foi só uma brincadeira abraçando-a, até ele resmungar de fome.
Haviam recuperado o cãozinho em uma das propriedades de Vitória, como ela tinha previsto, agora era um cão enorme, começou a lamber as pernas deles, e todos começaram a rir acariciando o bicho.
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Marta olhava para as pessoas no comitê, agitadas pedindo sua pré candidatura para reeleição, depois de três anos recuperando pouco a pouco o período em que a cidade ficou parada no tempo, ninguém queria arriscar uma nova administração e ela sabia que nem concorrente teria dessa vez.
Queria se dedicar a outras coisas mas sabia que não teria como, aquelas pessoas confiavam nela e ela sabia que agora sim Bouganville estava mudando, era um lugar bem melhor.
As conspirações haviam acabado, invés de mapear e matar todos como sugerido por Vitória, seguiram seu próprio caminho, já havia se derramado sangue demais por aquelas bandas e só traria mais dor e ressentimento as famílias, e não era essa a cidade que nenhum deles queriam viver.
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Revolução ou Crise
Ficção GeralUma pequena cidade tradicional dos anos 90 em revolução. Desaparecimentos misteriosos em sequência. Uma grande conspiração. Marta enfrentará uma batalha política num jogo de assassinos calculistas, mas também não estará sozinha. A cidade é de m...