Após uma noite de velório e depois de um emocionante enterro, Davi lavava o rosto abatido, daqueles de quem passa a noite velando um familiar querido, estava exausto e cheio de perguntas.
"Qual o sentido daquilo?" Era a pergunta que martelava sua mente incessantemente.
Seu amigo derepente havia desaparecido após o sumiçodo filho, o tio assassinado, e nenhum deles tinham sequer inimigos.
Ele observava o movimento, será que o assassino estaria ali.
Misturado no luto das pessoas, notava que o salão tinham muitas mulheres, era um retrato fiel da cidade.
Muitas senhoras em uma dor real de quem perde alguém sempre alegre e solidário, muitas ele reconhecia pelos passeios que fazia com Maurício quando era criança.
Era sempre uma aventura, entrar no Jeep e visitar lugares que ele jamais imaginava existir em Bougainville, ao chegar sequer precisavam ser anunciados, normalmente as pessoas os esperavam na porta.
Aos poucos começou a se lembrar da felicidade delas ao vê-los, como descia animado do carro carregando sacolas, e só agora entendeu o real propósito dos passeios.
Mesmo em um momento de dor deixou sem querer um sorriso tímido escapar dos lábios.
Mas sua tia notou, o sorriso não apareceu nos lábios dela mas o olhar de ternura demonstrava que ela entendeu.
Sem explicação mas parecia saber o que ele estava pensando.
- Sabe filho olhando pra você vejo o quanto ele foi um grande homem.
Disse ela aconchegando suas mãos.
- Você é um grande homem também, tenho muito orgulho de vocês dois.
Uma moça passou oferencendo-a um chá de camomila, Davi recusou, precisava estar mais aceso que nunca, precisaria protege-la.
Afinal a amava também, apesar de perder um amor de uma vida aquela mulher ainda se preocupava com ele.
Enquanto um funcionário atravessou o salão e os abordou.
- Desculpem interromper o momento de vocês, mas tem um ligação para o senhor Davi e é urgente.
Nesse momento sua tia e ele se entre olharam, a aquela altura não tinha mais como saber se a notícia séria boa ou apenas mais uma tragédia.
Ela apenas fez um sinal com a cabeça e ele se levantou para ir até o telefone.
" Enfim respostas"
Chegando a recepção do cemitério o homem o acompanhou até um orelhão velho ao lado, já que o único cemitério da cidade não tinha um.
- Bom dia! Começou ele.
Davi falando
- Bom dia senhor Davi Abraão! Meu nome é linda, meus sinceros sentimentos.
Ele agradeceu.
O senhor delegado meu pediu para entrasse em contato lhe pedindo para comparecer a delegacia o mais breve possível.
Ele anotou o endereço sem saber o porquê, afinal já sabia o endereço, uma atitude banal mas que o dizia internamente que não seria uma visita qualquer.
Se despediu de sua tia, a orientou que ficasse sempre acompanhada do máximo de pessoas que pudesse, o assassino não a atacaria no meio de todos.
Além disso sabia que ela estava acompanhada por amigos, colhia um pouco da solidariedade que plantaram.
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Revolução ou Crise
Genel KurguUma pequena cidade tradicional dos anos 90 em revolução. Desaparecimentos misteriosos em sequência. Uma grande conspiração. Marta enfrentará uma batalha política num jogo de assassinos calculistas, mas também não estará sozinha. A cidade é de m...