CAPÍTULO 9 - CINZAS

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||CASSIE ||

Wednesday, April 4.

ACABAMOS DE ATERRISSAR em Toronto e como o vôo do Keid é daqui a poucos minutos eu pedi que ele viesse para o aeroporto para eu me despedir já que não consegui chegar a tempo de encontra-lo em casa. Caminho pelos corredores imensos e movimentados do aeroporto de Toronto ao lado de Sebastian e de seus dois seguranças que vieram nos buscar, até a área de embarque e procuro por Keid no meio de tantas pessoas e malas espalhadas pelo lugar.

- Achei, ele está ali. - digo.

- Irei esperar aqui detective, parece que seu primo não foi muito com a minha cara. - Sebastian diz e assinto antes de ir até meu primo.

- Keid?

Ele se vira para mim segurando sua passagem e a pequena mala, abre um sorriso e me apresso para lhe abraçar.

- Nossa, pensei que iria embora sem me despedir de você.

- Claro que não. - desfaço o abraço e ele fecha a cara ao ver Sebastian lá trás.

- Você passou a noite com ele?

- Sim, mas não do jeito que você está pensando.

- Eu não gostei dele. - respiro fundo.

- Você já disse isso.

- Eu só não quero que você caia em uma furada.

- Já disse que não tem com que se preocupar. - ele força um sorriso e logo depois ouvimos a chamada do seu voô.

- Então semana que vem eu te vejo em Kingston né? - abaixo o olhar ao lembrar o principal motivo de eu voltar a minha cidade natal.

- Sim. - digo sem animação alguma.

Ele me abraça de novo e de longe vejo Sebastian olhando para nós dois com curiosidade.

- Você é forte Cass, vai ficar bem.

- Aquela cidade mexe demais comigo Keid. - digo encarando seus olhos.

- Eu sei mas você precisa ser forte, principalmente pelo seu pai. - assinto - Preciso ir, te aviso quando chegar. Por favor fique bem e mantanha-se longe daquela garrafa de bourbon.

- Vou tentar. - respiro fundo e me despeço - Mande um beijo para meus tios e para Loren.

- Pode deixar prima, até.

- Tchau.

Ele se afasta até o corredor de embarque mas antes de entrar me da tchau, respiro fundo e caminho de volta até Sebastian cabisbaixa.

- Podemos ir. - sua mão ergue meu queixo e ele me encara com cenho franzido.

- Está tudo bem?

- Sim. - minto.

Saio andando na frente em direção ao estacionamento, não quero que Sebastian saiba das minhas fraquezas assim como as poucas pessoas sabem das feridas que ainda guardo em meu peito.

(...)

Saturday, April 7.

Acordo com o toque estrondante do meu celular, remexo na cama e tateio a cabeceira a sua procura mas ele acaba caindo no chão.

- Merda.

Quando pego do chão já parou de tocar mas o que vejo na tela me assunta, 10 chamadas perdidas do governador George. Sento na cama estranhando as ligações e o retorno na mesma hora e ele atende no segundo toque.

Desejo Perigoso Onde histórias criam vida. Descubra agora