CAPÍTULO 22 - ABRIGO

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||CASSIE||

Colima, México.

QUANDO CHEGO EM COLIMA já está de noite e para piorar a minha situação está chovendo.

Uma bosta.

Saio do aeroporto depois de ler e reler a tradução de "eu quero um táxi" em espanhol e mesmo que eu tenha esperado a chuva passar um pouco, encontro dificuldade de pegar um carro para ir até a casa do Sebastian. Como eu não sei a localização, não posso pegar um Uber o que facilitaria muito a minha vida, e ainda tenho que dar sorte de encontrar um taxista que saiba a onde o Sebastian mora.

Por sorte encontro uma mulher que fala inglês e consegui me informar a onde eu poderia conseguir um táxi, andei pela calçada ate sair na entrada principal do aeroporto onde há uma carreira de taxistas querendo cliente. Sim, eu fui burra e sai pela lateral do aeroporto, mas eu não sabia que não era a entrada principal até sair de lá.

Experiência para próxima Cassie.

Depois de conseguir um táxi com ajuda do google tradutor eu começo a embromar no espanhol depois que o taxista pergunta para onde eu vou

- Usted conoce o Sebastian Galvani?

- , , aquí todo el mundo lo conoce todo el mundo, esa ciudad es un cubículo moza y Galvani es muy respetado aquí. - demoro um pouco para entender se ele conhece ou não, mas pelo si si no início da frase, suponho que conheça.

- Então, eu irei para casita dele, sabe? lá casita a onde ele mora... - o motorista sorrir achando graça do meu espanhol fajuto.

- Ok, te dejaré allí senhorita.

Acho que ele disse que vai me deixar na casa do Sebastian, então fico mais aliviada... Ainda estou sem acreditar que estou no México por causa do Sebastian.

12h de vôo.

Deus, isso tudo é uma loucura.

(...)

Quando o taxista para em frente a uma mansão linda com design belíssimo eu fico de boca aberta. Há seguranças por toda parte e eu tenho a certeza que é sim a casa do Sebastian.

Há seguranças por toda parte e eu tenho a certeza que é sim a casa do
Sebastian, ele tem um bom gosto.

Pago táxi agradecendo pela ajuda, pego minha pequena mala de mão e desço do carro, graças a Deus parou de chover. Me aproximo da entrada e um dos seguranças se aproxima com cara de pouco amigo.

- A senhorita não pode entrar.

- Como não posso? Eu quero falar com Sebastian.

- E você é o que dele?

- Digamos hum... Conhecida do seu chefe, agora pode me dar licença.

Quando ele vai rebater a minha ousadia, Russel se aproxima chocado com a minha presença.

- Detetive? O-o que...

- Oi Russel, pode pedir para esse brutamontes sair da minha frente?

- Pode deixar ela entrar, é amiga do Galvani.

O tamanho de guarda roupa sai da minha frente e eu me aproximo de Russel, ele parece estar tentando entender o que eu estou fazendo aqui. E na verdade nem eu sei.

- Srta. Cassie, o que faz aqui?

- Eu vim ver o Sebastian.

Digo na maior naturalidade como se eu não tivesse atravessado os Estados Unidos da América por horas que pareciam infinitas para estar aqui.

- Mais ele sabe que você está aqui?

- Não, é uma história complicada...

Ele franze o cenho e sinto que ele quer me perguntar algo mas não pergunta e eu agradeço aos céus por isso.

- Vamos entrar.

Assim que entramos eu fico atordoada em ver como ela é fantástica por dentro, a mansão esbanja luxo.

- A onde ele está?

- No quarto repousando.

Vejo uma senhora de branco passar do outro lado da sala ao lado de um moço também de branco, suponho que sejam médicos.

- Vamos subir, você pode ficar em um dos quartos vagos. - ele parece um pouco receoso apesar da cara fechada.

Subimos até o segundo andar e ele abre uma porta próximo a escada.

- Você pode colocar suas coisas aqui, esse quarto está vago. - entro no quarto lindo mas sem muita decoração, coloco minhas coisas sobre a cama - Com certeza Sebastian vai querer que você fiquei ao lado do quarto dele quando souber que está aqui. Você quer que eu avise?

- Não. - me apresso em dizer - Eu quero vê-lo. - ele assente e me direciona para a porta ao lado.

- Esse é o quarto dele, pode entrar.

Respiro fundo e entro no quarto gigante de cores escuras, o encontro deitado sobre a cama parece está dormindo mas não tenho certeza pois o quarto está com meia luz. Fecho a porta com cuidado e me aproximo sentindo meu coração acelerar por vê-lo e fico aliviada em ver que está bem apesar de sua cabeça está enfaixada.

Paro próximo a sua cama, sorrio ao ver ele dormir tranquilamente, seu rosto sereno é tão lindo... Me sento na beirada da cama com cuidado para não fazer barulho e por impulso acaricio seu rosto levemente. Não demora muito para que seus olhos se abrem aos poucos, ao me ver ele abre mais um pouco os olhos e parece bastante confuso, sem acreditar no que está vendo.

- Detective? - pergunta sonolento.

Não respondo apenas fico admirando seus belos traços e o jeito sexy que ele fica ao acordar. Ele balança a cabeça e passa as mãos sobre e rosto.

- Ah porra agora estou delirando... Deve ser essas merdas de remédios. - não consigo segurar o sorriso.

- Sou eu Sebastian, você não está delirando.

Ele arregala ainda mais os olhos e se senta na cama surpreso e ao mesmo tempo desacreditado.

- Eita porra, é você mesmo...

Suas mãos apertam de leve meus braços para conferir se eu realmente estou aqui e não sou uma ilusão.

- É tatuado sou eu, em carne e osso.

Ele abre um sorriso enorme ainda absorto em me ver.

- Caralho...

Ele me puxa para um abraço e eu fecho os olhos por alguns segundos aproveitando as sensações que seu corpo transmite para o meu com sues braços em volta de mim. Lhe aperto respirando mais aliviada por estar perto dele e saber que realmente ele está inteiro.

- Como que... Deus, como você chegou aqui? - ele me pergunta animado com um sorriso de orelha a orelha que me deixa completamente de 4 por ele.

- Google tradutor.

- Mais você veio por...

- Sim, por sua causa Sebastian. - assumo e ele segura meu rosto com as suas mãos que estão um pouco trêmulas.

Eu não aguento com esse homem.

- É sério? Você atravessou os Estados Unidos por minha causa?

- Sim...

Ele abre e fecha a boca sem saber o que dizer, mordo os lábios um pouco insegura e ele intercala seus olhos entre meus lábios e meus olhos antes de aproximar seu rosto. Com delicadeza passa seu nariz no meu com os olhos fechados me envolvendo em uma atmosfera só nossa.

- Ah detective...

Sebastian junta seus lábios com os meus e ficamos parados sem nos movimentar por alguns segundos, apenas sentindo um o lábio do outro, depois ele começa a movimentar sua boca aos poucos contra a minha. Seus braços envolvem meu corpo me trazendo para mais perto dele, agarro seus curtos cabelos e puxo a respiração com força quando sua língua entra em minha boca. Saboreio seus lábios aproveitando suspiro que ele solta ao me beijar. Suas mãos sobem até meus cabelos e em poucos segundos o meu corpo se entrega ao seu.

Completamente sua.

Agora caiu a ficha de que nada mais será como antes.

Nós dois sabemos disso e ambos sentimos medo do que há por vir, mas a vontade de estarmos juntos é maior do que tudo e nada é capaz de mudar isso, nem o nosso medo.

(...)

Ao sair do banho relaxante vestindo uma de suas camisas, que ele mesmo pediu antes de eu entrar no banheiro, Sebastian me olha de cima a baixo me deixando levemente envergonhada.

- Estou indo para o meu quarto, que aliás é ao lado do seu... - digo ao me sentar ao seu lado.

- Não detetive, eu quero que você durma aqui, na minha cama. - ele acaricia meu rosto com seus dedos.

- Sebastian você sabe que não pode fazer... esforço. - digo sem jeito e ele sorri.

- É, eu sei... - revira os olhos - Não estou te chamando com a intenção de sexo, eu quero que durma comigo, apenas isso.

Seus olhos brilham ao encarar os meus. Não seguro o sorriso e por impulso beijo seus lábios rapidamente achando linda a sua atitude.

- Ok. - digo animada.

Me aninho em seus braços com minha cabeça sobre seu peito e meus braços sobre a sua barriga trincada. Seus braços estão em volta de mim e seus olhos inquietantes estão sobre os meus.

- Ainda estou sem acreditar que você realmente está aqui, e que veio aqui para me ver.

- Até eu ainda não acreditei nessa loucura Sebastian.

Ele observa meu rosto e seus dedos acariciam meus cabelos de leve, me fazendo relaxar em seus braços. A sensação que eu tenho de estar aqui junto com ele é tão boa que seus braços parecem o meu abrigo.

- Eu gosto quando você está por perto. - ele diz.

- Eu também...

- E quando se preocupa comigo... - sorrio quase dormindo.

Ele deixa um beijo em minha testa e me aperta mais contra seus braços.

- Durma mi angel... - fecho os olhos me entregando aos poucos ao sono mas antes de dormir ouço ele sussurrar - Eu gosto muito de você detective.

(...)

AO ABRIR OS OLHOS encontro duas esferas verdes me analisando enquanto decido se continuo aqui dormindo em seus braços ou acordo de uma vez. Merda, eu devo estar uma bagunça mas Sebastian não parece ligar muito pra isso.

- Buen día mi dulce.

Seus dedos acariciam as minhas costas e abro um sorriso para ele.

- Estava me olhando babar e roncar enquanto durmo? - ele sorri.

- Você não faz isso, parece um anjo dormindo de tão linda. - coro.

- Vou fingir que acredito.

- A Selina está fazendo o nosso café da manhã.

- Quem é Selina?

- Uma amiga que cuida de mim todas as vezes que venho ao México. - aperto meus olhos desconfiada e ele concluí - É uma senhora de meia idade Cass.

- Mais eu não disse nada...

- Mas pensou.

A senhora de cabelos grisalhos trouxe a bandeja de café da manhã recheada de coisas gostosas e agradeci mentalmente por isso já que quando cheguei ontem a noite não comi nada. Os médicos passaram para examina-lo  logo após o café, parece que Sebastian estará 100% bem até amanhã o que me alegrou completamente. Durante a manhã mais duas enfermeiras vieram medir sua pressão e eu fiquei me perguntando quantas pessoas trabalham para ele.

- Infelizmente não dará para eu te mostrar a cidade, tenho que voltar o mais rápido possível. Mais se quiser peço para alguém te levar para fazer um passeio turístico.

- Não precisa se preocupar, eu estou bem aqui com você. - ele sorri - Então essa era a mansão que você morava na época que estava morando no México?

- Em parte sim, eu morei aqui por pouco tempo pois comprei ela depois que engatei nos negócios, foi poucos meses antes de voltar para Toronto.

- A cidade parece legal.

- Não gosto muito daqui, me trás lembranças ruins...

- Você quer falar sobre isso?

Ele respira fundo e começa a contar seu tórrido caso com uma mulher filha da puta que o traiu com seu melhor amigo e que no final ela caiu fora da cidade obrigada pelo pai e pelo que entendi Sebastian não a suporta e eu também. A desgraçada acabou com a vida dele e ainda abortou um ser inocente, que não tinha culpa de nada nessa confusão toda. Já peguei ranço dessa tal de Marie mas ao mesmo tempo tenho receio de Sebastian ainda sentir algo por ela mesmo que ele demonstre que a odeia.

A insegurança sempre será um problema para nós dois.

- Agora mudando de assunto detective...

Ele me puxa pelas minhas pernas e me coloca em seu colo, solto um gritinho sorrindo e coloco uma perna de cada lado de seu corpo.

- Diz...

- O que te levou a tomar essa decisão de vir atrás de mim no México?

Acaricio seus curtos cabelos e fico um pouco sem jeito de falar, na verdade estou com vergonha de assumir a real.

- Louise me convenceu de fazer essa loucura. - ele me da um selinho envolvendo seus braços em mim.

- Eu adoro essa sua amiga. - sorrio.

- Eu fiquei muito preocupada e através do telefone eu senti você bastante abalado pelo que aconteceu lá no Texas, eu nem imagino o quanto você deve ter sofrido quando viu Stacy nas mãos naqueles desgraçados.

- Eu ainda estou...

Sebastian para de falar quando uma voz ecoa pela casa.

- EU VOU VER ELE, ME SOLTA...

Seus olhos se arregalam e ele engole seco, ele aperta meu corpo contra o seu e o sinto tenso ali eu tenho a resposta. É a vagabunda da Marie.

Tento sair do seu colo na intenção de ir até lá embaixo e acabar com a graça dessa filha da mãe mas ele me segura.

- Cassie por favor não faça...

- Me solta Sebastian, ela não vai te deixar em paz enquanto não ver que você não quer nada com ela. E eu só vou dar um aviso.

- Não acho uma boa ideia você se meter nessa merda toda.

Consigo descer de seu colo e enfio meu short no corpo enquanto ele pede:

- Cass fica aqui, eles vão colocar ela pra fora. Já impedi a entrada dela na minha casa.

- Não Sebastian, ela vai me ouvir.

Saio do quarto em passos firmes enquanto Sebastian chama meu nome mas não dou ouvidos. Desço as escadas e encontro Russel segurando uma mulher de cabelos claros encaracolados, ela deve ter a minha altura mas isso é a única coisa que temos em comum. A cara de puta não engana ninguém, essa dai não vale nada.

Ela não me viu ainda e então me aproximo de cara fechada odiando seu jeito prepotente, e como o ranço já se instaurou dentro de mim o nojo que eu tenho dela quase me faz vomitar.

- Eu acho melhor você ouvir o Russel ou terá sérios problemas. - digo de braços cruzados lhe encarando friamente.

Ela me olha de cima a baixo surpresa com a minha aparição e consigo ver em seus olhos a raiva que tem ao me ver com a camisa de Sebastian.

- Quem você pensa que é? - pergunta balançando os ombros.

Me aproximo alguns passos, fixos meus olhos nos seus e digo firme.

- A mulher do Sebastian.

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NOTA DA CAAH: TEEEEYYYYY 😎😎
Eu amo essa mulher, nunca critiquei hahahah

Agora o babado vai ser forte!

Boa noite, amanhã tem mais 😘

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