CAPÍTULO 31 - BRECHAS

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||CASSIE||



ME ENFIO NO CHUVEIRO puta por ter falhado no primeiro dia de operação. Fecho os olhos e deixo a água cair sobre meu rosto afastando dos meus pensamentos o dia de merda que tive hoje. Fui imprudente, deveria ter percebido que ele estava com a faca além da arma. O pior de tudo é saber que ficarei fora da operação por causa da porra do corte na minha perna. Não tem frustração maior do que falhar na minha primeira operação grande, mesmo que eu não seja uma policial eu estou ali como se fosse uma e também analisando as vertentes como detetive. Mas errei, errei miseravelmente nas duas coisas.



Ao voltar para o meu quarto lembro-me de algo, a correntinha que Trish me deu e que eu enfiei no meu bolso da calça antes de sair. Corro até o resto de jeans que sobrou da minha calça com a ferida e enfio as mãos nos bolsos, o desespero bate quando eu não encontro nada. Sacudo o casaco que usei na esperança que ela esteja grudada em algum canto mas é em vão. Ando por cada canto desse quarto olhando o chão, embaixo da cama, da cômoda, no banheiro mais não acho.



Puta que pariu.



Perdi a correntinha da Trish.



Provavelmente caiu na hora da briga, merda, merda, merda. Trish não vai me perdoar.



Minha cabeça tá a mil, preciso beber algo. Lembro do bar que tem no terraço do hotel, vou até minha mala e escolho uma roupa simples. Coloco um vestido midi canelado, uma sandália baixa e pego o cartão antes de subir para o 20° andar. Caminho com dificuldade e bem de vagarzinho por causa da minha perna machucada, o certo seria eu não sair do quarto mas eu odeio me sentir presa e desabilitada.



A saída do elevador leva direto ao bar, é um lounge elegante e descontraído. As bancadas todas de vidro, luzes de iluminação tornam o lugar ainda mais bonito.

Quando peço uma dose de whisky o garçom me olha com as sobrancelhas franzida

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Quando peço uma dose de whisky o garçom me olha com as sobrancelhas franzida.



- Mulheres também bebem whisky. - digo e ele sorri.



- E tem todo direito disso, desculpa é por que não é o normal entre as mulheres. - explica enquanto prepara a bebida.



- Eu sei, mas isso é culpa da sociedade machista do século 21. - reviro os olhos - Gosto da divergência.



Ele entrega a minha dose e da de ombros.



- É bom ter divergências e se impor, vocês foram caladas por muitas décadas - sorrio.



- Tá ai, gostei de você garçom da gravata azul.



Ele sorri e eu me afasto indo para a área aberta e descobrindo uma das vistas mais lindas que já vi. Como é início da noite o cenário é espetacular, da para ver a cidade inteira completamente iluminada daqui de cima.

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