Capítulo XXI - Parte 1 Final

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Todo cavalheiro sabe que a maneira mais elegante de se casar é por meio de uma licença especial.

Três horas mais tarde, a nova condessa de Rothbury foi levada para a carruagem dos Faramond que, naturalmente, a conduziria direto para o marido que a aguardava.
Charlotte mal podia esperar o momento.
Depois do choque inicial de Hyacinth ter arrefecido, todos se sentaram para conversar, inclusive o devoto sr. Greene.
O pai de Charlotte era um homem caseiro que se ocupava em ler e interpretar textos religiosos, para desalento dela e da mãe. Ele ficava na residência londrina durante a temporada, mas jamais as acompanhava em eventos sociais.
Ela se preocupara muito com a reação do pai diante da situação inusitada, mas contou com a presença apaziguadora de Hyacinth. Assim, Charlotte e Rothbury puderam explicar como o casamento acontecera e como ambos estavam felizes com o desfecho.
Hyacinth estava visivelmente descontraída, mas o semblante de Willian Greene mudou da descrença para o assombro e depois para um olhar feroz dirigido a Rothbury.
Por pouco Charlotte não gemeu alto, por saber o que viria.
A postura de Willian mudou. Ele permaneceu rígido, de queixo erguido.
- Precisamos ter uma conversa particular em meu gabinete, Rothbury - ele afirmou com severidade.
O homem levantou-se e, depois de uma breve hesitação, Rothbury ficou em pé e seguiu-o para fora da sala. Rothbury virou-se por um momento, fitou Charlotte de viés e ergueu as sombrancelhas, mas ela deu de ombros com expressão de inocência e fez sinal para ele prosseguir.
Pobre Rothbury.
Nada como um sermão inflexível proferido por um ancião religioso a respeito de como se manter fiel aos votos ssgrados do matrimônio para apavorar um recém-casado. Isso era péssimo. E se Rothbury desistisse? Charlotte gostava muito de ser uma mulher casada.
Durante meia hora, Willian falou sem parar com voz monótona e Rothbury escutou-o com paciência.
Ela foi testemunha da boa vontade do marido, pois espiara os dois através de uma fenda da porta do gabinete do pai.
Sentado em uma cadeira de balanço, com as longas pernas esticadas para a frente e os cotovelos nos braços da cadeira, Rothbury anuia vagarosamente nos momentos apropriados, os dedos postos em forma de pirâmide.
A uma certa altura, Willian desviou o assunto subitamente para os pecados da carne, provavelmente por ainda não ter tomado o chá habitual.
Ela gemeu e, de repente, entendeu que o marido detectara sua presença atrás ds porta. Ele piscou.
E por todas as interpretações errôneas do passado a respeito desse gesto em particular, ela soube, sem a menor sombra de dúvida, o que a piscadela representava.
Portanto foi com grande expectativa que ela desceu da carruagem e olhou para a requintada residência londrina de Rothbury.
A porta principal foi aberta. Ele apareceu, com a aparência atraente de sempre e fitou-a com tal intensidade que se poderia dizer que seus olhos eram incandescentes. Ela admirou-se por nunca ter notado o detalhe e atribuiu a distração ao fato de Rothbury ser perito em esconder sentimentos.
- Bem-vinda ao lar, condessa - o marido saudou-a com calor e beijou-lhe as mãos.
Ele a conduziu para dentro do salão decorado com elegância, com a mão quente em suas costas.
Os criados estavam alinhados para conhecer a nova condessa e Charlotte saudou-os com simpatia. Encerradas as apresentações, Rothbury dispensou-os para que cuidassem de seus afazeres.
- Venha - ele a segurou pela mão.  - Eu lhe mostrarei nossos aposentos, apesar de você conhecer o caminho.
Ela sorriu, lembrando-se da última vez em que entrara ali como uma ladra.
Primeiro, ele exibiu os aposentos da condessa, recinto espaçoso e feminino com as paredes cobertas com seda estampada com flores miúdas e lilases e videiras verde-claras.
Como o enlace deles fora uma surpresa, o aposento ainda não fora arrumado e lençóis brancos cobriam a mobília.
- Prometo que o quarto ficará pronto até o final do dia. Se quiser, poderá mudar a decoração a seu critério. Mas você sempre dormirá ali comigo. - Ele indicou com a cabeça a porta de conexão com o aposento contíguo.
- Mesmo quando eu estiver com raiva de você?
- Principalmente nesse caso.
Eles caminharam pelo recinto de mãos dadas e Rothbury levou-a até a porta intermediária. Abriu-a e fez questão de que ela o precedesse para entrar nos aposentos que a ele pertenciam.
Ao contrário da última vez em que estivera ali, o local estava às claras. As cores eram masculinas, marrom-escuro e bronze, com nuances de grená em lugares esparsos.
A cama enorme dominava o ambiente e Charlotte controlou a vontade de correr e pular em cima como uma criança.
- Mas é um lindo...
Ela se interrompeu ao perceber queos dedos de  Rothbury desabotoavam a fileira de botões das vostas do vestido cor de framboesa. Inspirou fundo e sentiu brotar dentro dela um desejo profundo que a aqueceu e deixou-a trêmula.
Impaciente,  ele puxou o vestido da esposa e ela o ajudou, passando os braços pelas mangas. Em seguida ele tirou-lhe a camisa e desamarrou o espartilho,  enquanto Charlotte tirava as luvas e os sapatos. Ela parou diante dele, nua, exceto pelas meias, chapéu e... óculos. Deu uma risadinha e segurou a fita do chapéu.
- Espere, não desamarre o laço - ele pediu. - Em minha imaginação... sempre esperei para ver essa imagem.
Ela notou os músculos do pescoço de Rothbury se mexerem. Ele arfava. O peito se erguia com força. Com olhar semicerrado, ele fitou o corpo nu e acariciou-lhe os seios com as costas dos dedos.
Charlotte surpreendeu- se ao perceber que a mão do marido estava trêmula. Ele se aproximou mais e roçou o peito nos mamilos endurecidos. Era uma depravação deliciosa ela estar sem roupas e ele, vestido.
Rothbury levantou-lhe o queixo e beijou-a nos lábios com suavidade. Afastou-se e olhou-a fixamente.
- Charlotte, nunca imaginei que este momento pudesse chegar, caso contrário eu a teria perseguido sem descanso desde o começo. Eu a amava há muito tempo, mas não tinha esperança de conquistá-la.
Ela sentiu-se nas nuvens. Rothbury beijou-a com tanta ternura que ela sentiu o coração apertado.
Ela levantou os braços, entrelaçou os dedos nos cabelos de Rothbury e gemeu quando sentiu a língua ávida mergulhar em sua boca. Eles se abraçaram e Rothbury segurou-a com energia de encontro ao membro enrijecido.
Gemendo, Charlotte puxou com ansiedade as roupas dele. Queria vê-lo desnudo, queria sentir pele sobre pele, mas Rothbury lhe negava esse prazer. Ele acariciou suas costas, a nuca e entortou o chapéu.
O beijo foi interminável e aos poucos chegou a uma investida feroz. Charlotte teve a impressão de pegar fogo. Intrépida, esfregou os seios na camida dele, em um apelo silencioso para ser tocada.
Ele segurou-a pelos ombros, interrompeu o beijo, afastou-a e fitou-lhe o corpo com olhar brilhante de paixão.
Ambos arfavam e Rothbury passou as palmas quentes sobre os seios de Charlotte, apertando-os e passando os polegares sobre as pontas túrgidas.
Ela segurou-lhe a cabeça e empurrou-a para baixo.
Com satisfação, ele lambeu os seios, sugou-os e saboreou o gosto da esposa. Ela estremeceu e ele gemeu.
Ele não podia esperar mais. Precisava experimentá-la por inteiro. Ajoelhou-se diante de Charlotte para venerá-la com a boca. Beijou-lhe o ventre, as coxas e alcançou o ponto central, íntimo e úmido.
Ela sussurrou o nome dele e Rothbury compreendeu que a chocara com sua audácia, mas assim mesmo não se importou.
Ele a sugou com voracidade, segurando-a com força de encontro a sua boca, enquanto bebia seu néctar.
Ele alternou rodopios de língua e lambidas, e fez Charlotte gemer e suspirar sob sua orientação em busca do prazer. Ao senti-la sacudir-se, entendeu que ela estava próxima do auge e apressou os movimentos. Segurou-a pela cintura e, em movimentos ascendentes com a mão, atingiu o seio que passou a acariciar enquanto sugava o pequenino botão escondido entre as dobras.
Ela gritou e Rothbury continuou a doce tortura até os joelhos dela se dobrarem. Ele a abraçou e levou-a até a cama. A rigidez do órgão masculino era tão grande que ele teve certeza de que ficaria maluco se não possuísse Charlotte naquele momento.
Ele se despiu com rapidez impressionante e deitou-se ao lado da esposa na cama. Ela abriu as pernas para recebê-lo e ele mergulhou entre as coxas esguias.
Trêmula, Charlotte abraçou-o pela cintura com as pernas e, ansiosa, encostou os lábios de os dele para um beijo. Disse a si mesma que o corpo de Rothbury era magnífico e passou as mãos pelas costas, braços e peito musculosos.
Tímida, pôs a mão entre os dois e tocou na masculinidsde que a encantava. Quente e rijo. O membro também era sedoso. Ela não se conteve e apertou a ponta.
Rothbury interrompeu o beijo e inspirou fundo.
- Eu o machuquei? - Ela apavorou-se com a possibilidade de tê-lo feito sofrer, ainda mais em um momento como aquele.
Ele fechou os olhos, meneou a cabeça e pressionou os lábios.
-Rothbury.-  ela sussurrou - , quero sentí-lo dentro de mim.
Ele descerrou as pálpebras e fitou os olhos de Charlotte. Sem deviar a vista, posicionou-se na abertura da feminilidade e, segurando-a pelo quadril, penetrou-a devagar, com receio de que ela ainda estivesse sensível. 
Ela arqueou-se de encontro a ele, permitindo a entrada completa.
Foi o que Rothbury fez e por pouco não perdeu o juízo naquele minuto.
Os dois começaram a mover-se com ritmo constante e firme. Os gemidos de Charlotte tornaram-se mais desesperados e ela pressionou o traseiro dele com os tornozelos.
Rothbury acelerou as investidas com violência maior, determinado a fazer com que ambos atingissem a bênção gloriosa.
E quando nisso ocorreu, Rothbury gemeu várias vezes o nome da amada.
- Charlotte... minha Charlotte...
Eles ficaram agarrados por vários minutos até a respiração e as batidas do coração voltarem ao normal. Satisfeitos, acabaram por adormecer.

Um Conde Sedutor (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora