Capitulo 15 - Saindo com o meu possível futuro "chefe".

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David e eu saímos do hospital em um táxi que ele chamou. Conseguimos sair com discrição afinal eram cinco da manhã.

- Ainda estou te devendo uma sobremesa não é? - Ele disse quando o taxista perguntou para onde iriamos.

- Está? - Eu disse com um sorriso largo no rosto.

- Estou! Vamos para meu apartamento então? - Ele me convidou. - Não vai fazer nada hoje mesmo, nem se quisesse! - Ele brincou referindo-se ao gesso novamente e nós rimos.

- Você tem razão! - Eu disse em meio a gargalhadas.

- Isso é um sim? - Ele disse pegando a minha mão.

- Sim! - Eu disse enquanto olhava para nossas mãos entrelaçadas.

David deu as coordenadas de sua casa para o taxista e saímos.

Naquele momento eu tentava não pensar em tudo que teria que passar a partir de agora, afinal eu tinha contas para pagar, e com tudo que eu tinha conseguido nesses 8 anos aqui eu não podia simplesmente voltar para casa dos meus pais no Brasil com o rabo entre as pernas e um gesso no braço. Eu iria dar um jeito! Não contive e suspirei pensativa enquanto olhava a paisagem urbana pela janela do taxi.

- Calma, vai dar tudo certo! - David disse acariciando minha mão que ainda estava entrelaçada a dele.

- Estou “menos pior”... ainda não tive nenhuma ideia, mas vou pensar em algo! - Eu disse voltando meu olhar para ele.

- Acabei de ter uma ideia! - Ele disse animado enquanto se ajeitava no banco do carro.

- Qual? - Eu me animei igualmente.

- Eu ajudo um centro de apoio às crianças menos favorecidas aqui em Londres, e você poderia dar aulas de música lá. O que acha?

- É uma ótima ideia! Mas, eu estou precisando de um salário fixo. Eles têm condições para isso?

- Eu vou patrocinar, digamos assim... - Ele disse rápido e mais animado que antes.

- Quer dizer que quem pagaria meu salário seria você? - Eu perguntei confusa.

- Tecnicamente sim... Por quê?

- Não posso aceitar, mas obrigada pela intenção. - Eu disse desviando o olhar.

- Vamos fazer pelas crianças... esquece que o dinheiro vai vir de mim. Elas vão adorar!

- Eu não sei. Não é uma situação muito confortável.

- Só por que está saindo com seu futuro chefe? - Ele brincou em meio a risadas.

- Mais ou menos isso! - Eu ri.

- Vou entrar em contato com os responsáveis pelo projeto e darei seu telefone. Não aceito não como resposta. - Ele disse com a voz firme. - Eu só estou querendo te ajudar. Ajudar é o que eu sei fazer melhor, além de jogar bola, é claro! - Ele disse inflando o peito orgulhoso.

- Mas, que convencido! - Eu ri.

- Não sou eu que digo, são os outros! - Ele riu.

Aproximadamente 5 minutos depois o taxi parou em frente a um prédio majestoso que devia ter mais de 20 andares. Eu saí do carro e ajudei David com suas muletas. Ele pegou um chaveiro em seu bolso e abriu o portão da frente. Adentramos o prédio e logo o porteiro quis saber o que havia acontecido:

- Não foi nada demais senhor Louis. Foi só um acidente. - David disse tentando acalma-lo

Nós dois entramos no elevador e ele apertou o ultimo botão que havia e percebi que meu olhar não tinha me enganado, o prédio possuía mesmo 20 andares.

Chegando lá notei que havia apenas uma porta no andar inteiro, David pegou o chaveiro mais uma vez, logo depois destrancou a porta e a abriu. Ele entrou e eu fiquei parada, sem acreditar no que meus olhos estavam vendo, o apartamento era simplesmente maravilhoso.

Bom demais pra ser verdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora