Capítulo 21 - Surpresa!

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*Por: Manuela*

(HORAS ANTES)

- MANUEEEELAAAA

Do andar se baixo alguém me gritava. Alice, com certeza.

Já havíamos visitado Julieta outras vezes, mas sempre ficávamos ansiosas, Alice em especial. O clima Londrino sem dúvidas a fazia bem.

Apesar do clima lá estar agradável, a mala estava mais pesada do que eu gostaria. De qualquer forma, nunca se sabe qual é a ocasião.

Julieta não sabia que estávamos indo, minha mãe ficou preocupada com o incidente, prefiro chamar assim para não parecer mais grave do que minha cabeça e mamãe diziam, aproveitou que já pretendíamos fazer uma visita e nos mandou para cuidar da Ju. Nada como unir o útil ao agradável.

- Já vou! – berrei de volta.

Terminei minha make, peguei a bolsa que me acompanharia e arrastei a mala até as escadas.

- Nossa Manuela, tem certeza que isso tudo é mesmo necessário? – Meu pai perguntou um tanto surpreso com o tamanho da mala.

- Papai, por favor, não torne a nossa saída mais atrasada do que já está. – Alice suplicou antes mesmo que eu pudesse argumentar.

Sem dizer nada abracei meu pai e o tranquilizei:

- Não se preocupe papai, eu consigo levar tudo. Vamos? – Sorri e podia jurar que Alice sussurrou um “Thank God”, fiz uma careta e seguimos em direção à porta, enquanto caminhava refiz a lista de coisas indispensáveis mentalmente... “Acho que está tudo aqui, assim espero”.

A viagem foi tranquila, cerca de 12h. O aeroporto estava tranquilo, não fizemos escala e durante o voo intercalava entre uma soneca e leitura de alguns capítulos de “Um porto seguro”. Alice estava tranquila, com seu fone de ouvido. Parei por um minuto a leitura a encarei, ela me olhou com dúvida:

- O que foi? – Alice tirou o fone e esperou uma resposta.

- Com quem você disse que a Julieta teve um encontro?

- Com o David Luiz. – As palavras saíram carregadas de zombaria.

- Sabe que é uma possibilidade, certo? – Eu queria me fazer acreditar também. Não que minha irmã fosse feia, não era nada disso. Nós três sabemos que somos bonitas o bastante para ao menos escolher os caras gatinhos. Eu sou um pouco mais morena que elas, Julieta tem pele corada e os cabelos castanhos, Alice é mais clara e opta por um corte um pouco mais radical e menos convencional em um tom louro médio. Mas, sabe quando algo é demais para acreditar? – Engraçado, por que Julieta não nos contou antes?

- Ela deve ter seus motivos. Talvez falta de tempo. – Alice não deu muita importância.

- Deve ser... – Evitei todo e qualquer pensamento chato, pensei na situação que minha irmã estava passando e o quanto ela precisava de mim... David Luiz... Nossa, acho que ela levou muito a sério a minha brincadeira sobre “quero um cunhado de dar inveja nas minhas amigas”, não precisa esculachar. Ri dos meus próprios pensamentos e voltei a leitura, assim que Alice colocou seus fones novamente.

Após o pouso, corremos para a estação do trem, não era hora do rush nem nada, estava bem tranquilo. O que significava que refletiria em nossa rota. Saindo do trem partimos andando até a estação do metrô em Paddington, íamos para Waterloo de lá andando até Southbank.

- Eiii! Será que você poderia me esperar? – Gritei. Alice andava a frente quase na velocidade da luz.

- Onde está a Senhorita “eu consigo levar tudo”? – Alice fez uma careta de desaprovação.

- Eu consigo levar, não consigo voar com tudo isso. Vai com calma, a Julieta não está em condições de sair do lugar. – pensei no que disse. – Ai credo, digo... Ah, você entendeu, vamos com calma, ok? – Alice revirou os olhos e começou a andar ao meu lado. – Não sei por que esta insistência e andar de metro? Um táxi seria tão mais fácil.

- Manu, menos reclamação. Mais ação. – revirei os olhos como ela havia feito anteriormente, sentei bufando e rezando para que chegássemos logo à Waterloo.

Debrucei em cima da mala, até o nosso destino eram 15 minutos.

- Manu – Alice me chamou e eu me esforcei para olha-la – Você tem falado com o Philip? – Me ergui e a encarei incrédula.

- Não... Por quê? – Uma pontinha de ansiedade ressurgiu ao lembrar nossa ultima visita.

- Ah, sei lá vocês pareciam se dar muito bem. – Ela tinha um sorrisinho zombeteiro em sua expressão.

- Esquece isso. – Não consegui encará-la, por que ela estava certa, nós nos dávamos bem, a ponto de eu não querer nada com ele novamente para não ter que dizer adeus mais uma vez.

- Você e Julieta não tem jeito. – Alice riu.

- Olha quem fala. – Alice também tinha lá suas desilusões amorosas, só não admitia muito isso.

Enfim chegamos à Waterloo, e agora restavam poucos minutos até o apartamento de Julieta. Eu e Alice começamos a disputar quem andava mais rápido e logo chegamos ao prédio, rindo muito da cara com que as pessoas nos olhavam.

Subir foi a parte fácil, Lionel topou não avisar à Julieta que havíamos chegado e logo estávamos em frente à sua porta.

Alice tocou a companhia e uma voz masculina respondeu de dentro: “Eu atendo.”

Encarei Alice e ela me devolveu o olhar incrédulo.

Quando a porta abriu, Alice se me escorou na parede e se certificou de que sua boca estava fechada, eu não me controlei:

 - Ah, para. É sério isso?

Bom demais pra ser verdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora