Capítulo 16 - Primeira Dose de Amor

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-  Você não vem? - David perguntou confuso.

- Ahn? Vou sim! Seu apartamento é lindo! - Eu disse indo em sua direção enquanto olhava tudo em volta.

Me distraí com tanto bom gosto na decoração e tropecei no tapete que havia no centro da sala, sem pensar duas vezes me apoiei em David que por conta do gesso cambaleou nos fazendo cair em cima do sofá.

- Desculpa, desculpa, desculpa! Te machuquei? - Eu disse preocupada enquanto David ria.

- Não, relaxa! E você, tá bem? - Ele disse colocando as mãos na minha cintura sutilmente.

- Estou! - Estremeci em cima de David ao sentir suas mãos tocarem meu corpo.

Ele começou a aproximar o rosto do meu antes mesmo que eu pensasse em levantar. A mão dele que anteriormente estava em minha cintura acariciou minha nuca e levou meu rosto pra mais perto ainda do dele fazendo nossos lábios se encontrarem de forma lenta e sexy. David mordiscava e puxava meus lábios enquanto apertava minha cintura com vigor. Conforme o beijo se intensificava nossos rostos e corpos ficavam mais próximos um do outro.

Foi quando nossos rostos ficaram perto demais.

- Ai ai! - David disse levando as mãos ao nariz quebrado e cheio de esparadrapo.

- Desculpa! - Eu disse preocupada enquanto levantava.

- Calma, tá tudo bem! Podia ter sido pior.  - David disse sorrindo de lado.

- Desculpa mesmo! - Eu disse com testa franzida em uma expressão preocupada.

- Fica tranquila! A culpa não foi sua. - Ele disse me dando um selinho quando levantou. - Me deixa ver se tem alguém em casa. Petetona? Patetinha? - David disse enquanto andava pela sala indo pra cozinha.

- Ah meu Deus, David! O que houve? - Eu ouvi alguém gritar da cozinha.

- Ju, vem cá! - David me gritou depois de responder a senhora algo que não pude ouvir.

Segui o caminho que David tinha feito para não me perder e consegui chegar à cozinha. Lá havia três mulheres.

- Ju, essas são pateta, patetinha e patetona! - Todos nós rimos. - Esse é o jeito carinhoso que eu as chamo, mas os nomes são: Aline, Mariana e Dona Lourdes. - Ele disse apontando cada uma. - Meninas essa é a Julieta, a garota do sax.

- Hummm - Dona Lourdes disse parecendo saber de algo a mais.

- Prazer! - Eu disse com um sorriso simpático do rosto.

- Prazer! - Elas disseram juntas.

David pegou minha mão e seguimos para a sala. Ao chegar, sentamos no sofá e ele ligou a TV.

- A dona Lourdes vai pedir nossos remédios. - Ele disse envolvendo meus ombros com um dos braços. - E preparar nossas sobremesas. Espero que goste de pudim.

- Amo pudim! - Eu disse com a boca salivando só de pensar.

- Eu também!

David pousou o pé engessado sobre a mesinha de centro. Ficamos ali por vários minutos assistindo Friends. Gargalhávamos e nos acariciávamos em meio as cenas hilárias deste seriado tão clássico.

Vimos cerca de dois episódios até dona Lourdes, vulgo: Patetona, se aproximou de nós com dois pratinhos com fatias de pudim. Agrademos e ela voltou para cozinha.

- Nossa! Isso está demais! - Eu disse saboreando uma colherada.

- Ela faz o melhor pudim que eu já comi!

David e eu comemos mais ou menos 4 pedaços de pudim cada um. O que nos deixou com "overdose de açúcar", segundo ele.

Quando eram aproximadamente 11 horas da manhã eu estava cansada e meu corpo suplicava por minha cama. E acabei adormecendo nos ombros de David enquanto assistíamos TV.

- Ju! Acorda! - David disse fazendo cafuné em mim.

- Oi? - Eu disse me ajeitando no sofá.

- O almoço já está pronto. Está com fome?

- Não. Ainda estou cheia de pudim. - Eu disse dando uma risadinha.

- Então vem comigo, pra você poder descansar.

- Acho que é melhor eu ir pra casa David, não quero incomodar mais.

- Você não está incomodando em nada.

- Ah meu Deus! Já é tarde assim? - Eu disse olhando o relógio que havia em uma das paredes da sala que marcavam 3 horas da tarde. - Preciso ligar para Lucy e para minha família, eles devem estar preocupados. Preciso mesmo ir! 

- Tudo bem. Mas me deixa pelo menos chamar um taxi pra você?

- Ok.

***

Continuamos na sala assistindo TV até que o interfone tocou e Mariana, vulgo: Patetinha, veio nos avisar que o taxi já havia chegado.

- Aaaaaah! - David disse fazendo beicinho enquanto olha pra mim.

- Eu te ligo! - Eu disse com um sorriso largo no rosto.

- Se não ligasse, eu ligaria. - Ele piscou.

Levantamos e David me levou até a porta. Dona Lourdes nos esperava com a porta aberta e com um saquinho nas mãos.

- Aqui estão os remédios que você tem que tomar. - Ela disse me entregando os antinflamatórios. - Tchau, melhoras! - Ela disse fazendo um breve carinho em meu braço e se retirou.

David e eu paramos no corredor enquanto eu esperava o elevador.

- Não precisa descer. Você também precisa descansar. - Eu disse acariciando levemente a mão dele.

Ele assentiu com a cabeça, segurou a mão que acariciava ele e me puxou pra mais perto. Ele afastou uma mecha do meu cabelo e a pôs atrás da orelha, levou a mão até minha nuca entrelaçando dos dedos em meus cabelos. Aqueles olhos quase verdes alternavam entre meus lábios e meus olhos.

- Não esquece os inflamatórios que eu não esquecerei a dose de amor. - Ele sussurrou em meu ouvido e me beijou romanticamente fazendo-me esquecer de tudo, me levando às nuvens.

Bom demais pra ser verdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora