Capítulo II - Negócios

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Era difícil acreditar no que estava realmente acontecendo. Era de manhã, a luz do sol adentrava o banheiro através da janela e batia diretamente no meu rosto enquanto eu me banhava. Minha mente não processava o fato de que em algumas horas eu estaria numa reunião de negócios com uma das artistas que eu mais admirava em toda a minha vida. Eu já havia perdido as contas de quantas vezes eu li aquele e-mail, acabei por decorar cada palavra que nele continha e, enquanto eu pensava sobre como agir minha mãe interrompeu meus pensamentos batendo incessantemente na porta.

- Dessa maneira teremos um grande problema com o meio ambiente! Você já está há 30 minutos no banho, Cristopher! - Disse ela com aquele tom doce de repreensão.
- Eu já vou. - De fato eu já havia terminado o banho, só estava enrolando para sair.

Quando terminei de me secar, enrolei a toalha na cintura e saí do banheiro diretamente para meu quarto onde o dilema da roupa se instalou. Eu não podia negar a vontade de ir vestido de uma forma impressionante, mas eu não era assim, então optei por usar algo que eu usava no dia a dia. Olhando minhas roupas detalhadamente uma por uma selecionei uma camisa social vermelho escuro, uma calça de alfaiataria preta e um sapato social de mesma cor. Sempre que eu escolhia uma roupa o meu foco era destacar uma peça e nesse caso era a blusa.
Enquanto eu me encarava no espelho arrumando detalhes na minha vestimenta pude ver minha mãe abrir a porta.

- Está pronto?
- Fisicamente? Sim. Psicologicamente? Definitivamente não. - Ela soltou uma risada contagiante o suficiente para me fazer dar um sorriso e veio caminhando até mim.
- Não é como se você nunca tivesse tido uma reunião de negócios antes. - Disse ela enquanto arrumava a gola da minha camisa.
- Dessa magnitude eu nunca tive.
- Continua sendo uma reunião. - Após pegar um kit de primeiros socorros na gaveta da mesa de cabeceira da minha cama, Dona Catherine pegou alguns curativos básicos e colocou nos ferimentos do meu rosto, apenas para que os cortes não ficarem expostos. - Agora vamos, você nunca chegou atrasado, essa não será a primeira vez.

Eu podia sentir minhas mãos tremendo enquanto eu pegava meus pertences e colocava no bolso.

≈≈≈

- É aqui? - Perguntou minha mãe enquanto estacionava o carro em frente a um luxuoso prédio localizado no centro de Los Angeles.
- É... Aparentemente é aqui que fica o estúdio que estava no e-mail.
- Você está bem?
- Meu coração está batendo tão forte que parece que vou ter um infarto... Eu diria que sim. - Após responder eu saí do carro retirando o óculos escuro do meu rosto e colocando pendurado na camisa. Encarei o prédio fixamente durante alguns segundos e me virei para minha mãe. - Se eu ligar chorando você sabe o que aconteceu.
- Boa sorte, filho. - Assenti com a cabeça e caminhei para o interior do edifício.

Havia uma movimentação pequena de pessoas no local, imaginei que não fosse só entrar no elevador então me dirigi até a recepção.

- Boa tarde, senhor. - Disse um rapaz cujo o nome li em seu uniforme "Ramon".
- Boa tarde. Eu vim para uma reunião. Me chamo Cristopher Evans. - Eu disse a ele enquanto retirava minha identidade de dentro da carteira e colocava no balcão.
- Temos um Capitão América aqui. - Ele respondeu num tom bem humorado, o que me fez sorrir.
- Eu gostaria de ser. Mas essa é função de outro Chris Evans bem melhor do que esse aqui. - Ramon deu uma leve risada, mas não respondeu, estava verificando meus dados no computador.
- Ok, Sr. Evans. - Ele devolveu minha identidade juntamente com um cartão escrito "Estúdio Z" em prateado. - É só passar o cartão no leitor do elevador e ele vai te deixar direto no andar de destino. Tenha um bom dia.
- Bom dia. - Respondi num tom neutro e segui para um dos elevadores.

Where do we go? - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora