Billie's POV
Deixar Cristopher foi uma das coisas mais complicadas que eu já havia feito, principalmente depois da noite magicamente inesquecível que tivemos juntos. Queria muito poder ficar para ver o carro novo dele, mas as mensagem de Drew me ameaçando de morte se eu não fosse embora já estavam quilométricas no meu celular, eu respondi que já estava indo, mas isso não foi suficiente para ela que decidiu me ligar no facetime.
{- Onde você tá, vadia?} - Drew ecoou pelo sistema de som do carro carinhosa como um coice de cavalo.
- Saindo de Beverly.
{- Beverly? Não sabia que o boy era burguês.}
- Ele não é, veio aqui comprar um carro, dei uma carona a ele.
{- Entendi. Está perto então. Eu e sua mãe estamos aqui te esperando.}
- Finneas e meu pai estão aonde?
{- Foram buscar Claudia no aeroporto? Não vai me dizer que...}
- Sim! Eu esqueci! Fuuuuck! Ela vai dar na minha cara. - Como eu pude esquecer que Claudia chegaria hoje?! Esse garoto está me deixando louca.
{- Relaxa, eu digo pra ela que você estava... Ocupada... Digamos assim...}
- Quem vai tomar na cara é você. Mas sim... Eu estava maravilhosamente ocupada.
{- Você sabe que eu vou te forçar a me detalhar tudo o que aconteceu não sabe?}
- Eu sei. Passei o café da manhã inteiro mentalizando seu interrogatório. Acredita que a mãe dele me fez burritos? E foram um dos melhores que eu já comi na vida!
{- Deixa sua mãe ouvir isso...}
- Shhh... Os dela ainda são melhores, na verdade não melhores, mas diferentes, tem alguma coisa no tempero da mãe dele que meu Deus!
{- Estou te vendo virando a esquina.} - Ela disse e imediatamente desligou a chamada.Quando estacionei o carro perfeitamente na entrada da casa, Drew estava na porta me esperando e abriu um largo sorriso ao me ver.
- Eu estou feliz e quero muito um abraço muuuito demorado. - Disse enquanto dava a volta no carro e caminhava até a porta. Drew não pensou duas vezes antes de me agarrar como se eu fosse um urso de pelúcia.
- Olha só quem decidiu voltar pra casa. - Minha mãe surgiu na porta com um sorriso doce nos lábios.
- Exagerada... Foi uma noite fora só, nada demais.
- Diz isso pro seu pai que queria te ligar de dez em dez minutos e eu não deixei.
- Te devo uma só por isso, mãe.
- Eu cobro depois.
- Tenho um anúncio pra fazer pra vocês, mas só quando todos estiverem aqui.
- Anúncio? Imagino o que seja, mas vou esperar a surpresa. - Mães...
- Eu e você temos assuntos a conversar, mocinha. - Drew disse e imediatamente foi me puxando para o meu quarto, eu só sabia rir, parecia que ela estava tão feliz quanto eu. Depois de praticamente me empurrar para dentro do quarto ela fechou a porta atrás de si e se virou para mim com um semblante de expectativa. - Eu me lembro muito bem que da primeira vez que tivemos esse tipo de conversa você estava com uma cara péssima e me disse que nunca mais faria sexo de novo... Então não pense que eu vou deixar que pule QUALQUER parte desse processo que te fez ficar "Maravilhosamente ocupada". - Ela disse tudo muito rápido, mas fez questão de citar o que eu havia dito na ligação lentamente.
- Desacelera, calma... Eu vou contar...
- Desacelera nada! Depois do Henry eu achei que você ia virar assexuada, você estava traumatizada, Billie. - Ela se jogou na minha cama depois e eu me sentei ao lado dela.
- Eu estava. Mas eu te contei do nosso primeiro beijo e do jeito que eu saí daquele camarim depois do que aconteceu.
- Sim, eu lembro, nas suas palavras: "Eu nunca quis tanto arrancar a roupa de alguém em toda a minha vida."
- Exatamente. Eu não sei explicar o que ele tem. Fisicamente eu sei que ele não é um Deus Grego. Apesar de ser muito bonito, por conta de toda a visibilidade, caras muito mais bonitos aos olhos da sociedade já vieram em cima de mim...
- Isso eu preciso concordar, quando eu vi a foto dele eu pensei: Ele é fofo e bonitinho... Mas já vi melhores.
- Você não pensou não, você falou isso pra mim.
- É verdade...
- Enfim! Ele tem algo... Ele é perfeito no quesito pegada e cama. E quando eu digo perfeito... É per-fei-to. Tudo, simplesmente tudo. Do jeito que ele me deitou na cama até acordar no dia seguinte.
- Opa, opa... Temos longas horas entre esse "me deitou na cama" até o "acordar no dia seguinte".
- Vai mesmo me fazer falar tudo?
- Tuuudo não, mas eu preciso de mais informações. Fala sério, Billie. A gente passou da fase da timidez há muito tempo não?
- Eu sei... Eu sei... - Respirei fundo. - O que quer saber?
- Vamos por partes. Como foi chegar na casa dele? E a conversa de vocês?
- Eu cheguei lá, a tia dele me recebeu super bem e me disse que ele estava no quarto jogando com alguns amigos.
- Ele estava com visita? E você foi mesmo assim?
- Então, eu também achei que estava, mas não era visita física. Ela me disse que Cristopher não tem amigos aqui nos Estados Unidos, então ele mantém relação com os amigos no Brasil.
- Espera... Brasil? Cristopher é brasileiro?!
- Sim, eu nunca te contei?
- Não??? Tudo bem que a fisionomia dele é bem diferente da maioria dos caras americanos, mas eu stalkeei ele no instagram e o sotaque é zero. Eu já viajei com você, já ouvi outras pessoas falando nossa língua, e os sotaques são extremamente notáveis. - Ela disse num tom de surpresa.
- Pois é. Essa foi a reação de todo mundo quando ele disse de onde era na pizzaria.
- Escolheu justo um importado de beeem longe hein?
- Não estava nos meus planos, você sabe disso.
- Eu sei que não. Mas continua.
- Aí eu subi pro quarto dele e pense num quarto organizado, não tinha um milímetro de desorganização naquele lugar. E ele estava lá, jogando fortnite no computador, vestindo só uma calça de moletom e com os amigos numa chamada de vídeo.
- Os amigos dele te viram ou algo assim?
- Viram sim. Mas quando ele notou que eu estava ali desligou na hora.
- Sensato.
- Eu pedi desculpas pelo que aconteceu, por acusar ele de algo sem certeza do que tinha acontecido.
- Muito bem...
- Bem, ele estava sentado na cama, e me puxou pro colo dele...
- Uuhh, boy! - Senti meu rosto esquentar e tinha certeza de que ele estava completamente vermelho.
- Ele fez uma coisa que na hora eu não notei, mas agora que você citou o Henry eu me lembrei...
- Ah não...
- Não, calma! É que lembra quando eu te disse que com o Henry eu praticamente tinha cedido a pressão e insistência dele?
- Sim.
- Então... O Cristopher foi o contrário, ele estava bem preocupado, perguntou se eu tinha certeza...
- Mentira! Que precioso...
- Pois é!
- Ele veio do Brasil pra ser mais decente do que muito garoto americano.
- Nem me fale...
- Bem... Continua que agora vai ficar interessante.
- Põe interessante nisso, aquele garoto parecia conhecer meu corpo mais do que eu mesma!
- Não, isso não existe... Um cara? Da idade dele? Fazer isso?! Alguém me leva pro Brasil.
- Eu estou falando sério, aquela boca linda fez coisas que eu nem consigo descrever.
- Cadê o controle do ar-condicionado? - Ela disse e em seguida o localizou do lado do meu travesseiro. Vi os números no led do ar-condicionado diminuírem até o mínimo possível.
- Quer congelar a gente?
- Não, quero ver se o fogo do seu rosto apaga, você está vermelha.
- Ridícula!
- Brincadeira... Continua.
- O resto você sabe! Nem começa.
- Ele não é um coelho não né?
- Tem algo que seja o contrário de um coelho? Porque ficamos umas boas horas ali.
- Eu me recuso a acreditar que ele não tenha cometido sequer um erro. Um só.
- O erro dele não foi bem culpa dele assim...
- Como assim.
- Você sabe que ele tem a minha altura praticamente, e o que faltou de altura em nós dois, nele sobrou em outra coisa.
- O queee?! Quando viajamos pro Brasil mesmo?
- Eu espero que logo, estou em negociação com o Lollapalooza, mas acho que não vai rolar. Estou estressada com isso. Os caras são zero flexíveis. Agora que os rumores que eu vou estouraram, não quero decepcionar os fans de lá.
- Se os caras não facilitam, faz show solo.
- Estou pensando exatamente nisso. Vou tentar negociar em paralelo, se tiver condições de show solo eu cancelo com o Lollapalooza.
- Exatamente. - O celular de Drew começou a vibrar freneticamente e ela, preocupada e sem entender o pegou para verificar o que era, quando vi a expressão dela se fechar.
- O que houve?
- Seguiram você...
- Me seguiram? Como assim?
- Até a casa do Cristopher, te seguiram, tiraram fotos de vocês dois.
- Não... - Puxei o celular da mão dela e verifiquei a maldita foto. - Não é possível que esses caras me acham em TODOS os lugares! Nem a casa dele é segura!
- Billie, relaxa... Você pode contornar isso numa entrevista ou algo do tipo. - Enquanto ela falava eu passava as fotos tiradas, até que pegaram um momento antes de entrarmos no carro, que demos um selinho rápido.
- Como eu contorno isso aqui, Drew?! - Virei o celular pra ela, que o pegou de volta imediatamente.
- Filhos da puta... - Minha mãe entrou no quarto imediatamente com o celular na mão.
- Pelo clima aqui dentro já vi que você viu não foi?
- E tem como não ver? Isso deve estar sendo estampado agora em todas as páginas de fofocas de artistas do mundo.
- Bill... Calma. - Minha mãe se aproximou se se sentou do lado de Drew.
- Eu acabei de começar um relacionamento, tem literalmente horas, e já vão ter milhões de pessoas sabendo disso. Vocês sabem o quanto me esforcei para manter meu relacionamento com Henry escondido, pra não expor ele a tudo o que eu sou exposta e que nem sempre é bom.
- A gente sabe, Bill... Mas agora é relaxar e encarar essa exposição. Não é o que você queria, não é o que você gosta, mas negar não dá e ignorar isso também não porque você sabe que vão perguntar em qualquer entrevista que você fizer. - Drew tinha um ponto, eu não ia conseguir ignorar essas perguntas, mas eu nunca estive tão aterrorizada da fama destruir algo na minha vida ao invés de construir.
- Billie, seu relacionamento com o Cristopher depende muito mais de vocês dois do que qualquer outra coisa. Você já sabe como lidar com tudo isso, tenho certeza que ele vai aprender também, vocês só precisam conversar e levar isso da melhor forma possível. - Minha cabeça estava um turbilhão, mas Drew tinha bons argumentos. Nem sei como Cristopher irá reagir a isso tudo. Não sei sequer se ele já havia visto as fotos.
- Billie... - Minha mãe chamou minha atenção, me tirando dos meus pensamentos de quanta merda essas fotos poderiam causar. - Você ama esse rapaz? - Engoli seco e a encarei fixamente fazendo que sim com a cabeça. - Então isso vai ser um simples detalhe.
- Simples não.
- Vai ser simples sim. - Drew me corrigiu. - Lembra quando sua carreira estourou e o quanto você ficou assustada com os fans, papparazzis? Mas depois você entendeu que dava pra se divertir, que aquilo era só uma consequência do seu sucesso, você só tem que aprender a lidar. Da mesma forma que aprendeu antes, pode aprender agora e ensinar ele a lidar com isso também.
- Ok... Vocês estão certas. Primeiro eu preciso conversar com ele.
- Acho que o ideal seria todos nós conversarmos com ele. Eu, seu pai, Finneas... Porque querendo ou não isso agora é de domínio público e da sua imagem a gente cuida. - Minha mãe disse no tom profissional dela.
- Quando que a gente vai ter essa conversa? A gente sai em turnê em dois dias.
- Hoje. - Ela me respondeu. - Você já apresenta ele devidamente para Claudia e anuncia o que a gente aqui já sabe. Convida ele para o almoço, já que vamos fazer o churrasco de chegada de Claudia. Seria ótimo se ele participassem.
- Eu acho uma ótima ideia. - Drew disse sorrindo. - Eu preciso conhecer esse cara logo.
- Ok... Eu falo com ele. Se ele não estiver trabalhando tenho certeza de que virá.
- A mãe dele também poderia vir não é, Maggie? Podemos fazer isso em família de verdade.
- Gostei da ideia, Drew... O que acha, Billie?
- Se ele gostar da ideia... Não vejo porque não. - Esbocei um sorriso por receber todo aquele apoio genuíno, minha mãe tinha um carinho por Cristopher que não tinha por Henry, isso só me dava mais esperança de que realmente ele era o cara certo.
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Where do we go? - Billie Eilish
Hayran KurguApós um acidente automobilístico a vida de Cristopher Evans, um modelo, fotógrafo e ator estava prestes a mudar. Fruto de muito esforço e sorte ele consegue a oportunidade de trabalho que mudaria sua vida completamente, o que ele não contava era que...