Where do we go? - Billie Eilish

Capítulo VII - Não tão segredo assim...

Billie só soltou minha mão quando as pizzas chegaram. Conversamos sobre carreira, shows, fans inusitados e viagens. Foi uma noite extremamente agradável, a sensação de me sentir um intruso havia desaparecido por completo.
O jantar não foi longo, chegamos a conclusão de que seria melhor irmos embora cedo porque as gravações começariam no dia seguinte. Billie estava visivelmente cansada sentada ao meu lado na van, eu tentei convencer eles de que eu iria embora de uber, mas insistiram que me levariam e eu não aprendi a dizer não a família de Billie. Quando o carro chegou na frente da minha casa, virei para me despedir de Billie e me deparei com ela dormindo. Decidi não acordá-la, acariciei gentilmente as costas de sua mão direita que estava sobre sua perna e me levantei.

- Nos vemos amanhã, rapaz. - Disse Patrick enquanto apertava minha mão.
- Com certeza. - Apertei a mão de Maggie e em seguida a de Finneas.
- Foi um prazer ter você acompanhando a gente, Cristopher. - Disse ele.
- Eu que agradeço pelo convite e pela noite maravilhosa. Obrigado mesmo.

Sorri para eles e saí do veículo caminhando para dentro de casa. Dona Catherine me esperava na varanda com um olhar preocupado.

- O que foi, mãe?
- Você está bem? Se machucou muito? - Ela segurou meu rosto e analisou o corte abaixo do meu olho. - E que blusa é essa?
- Mãe... Relaxa... Eu tô bem.
- Tem noção de que o vídeo de você imobilizando aquele garoto está pela internet inteira?
- Oi? Onde? - Não havia parado pra pensar na centena de celulares apontando pro palco na hora do show. Peguei meu celular e fui caminhando para dentro de casa olhando alguns sites de fofoca sobre celebridades. Em todos a matéria de capa era "Fan alcoolizado invade palco de Billie Eilish". Quando acessei a matéria lá estava o vídeo, do momento em que o indivíduo invadiu o palco até o momento em que Billie tocou meu rosto verificando se eu estava bem e me retirou para perto de seus pais. Abaixo do vídeo estava o seguinte parágrafo:

"Ufa! Essa foi por pouco não? Se a gente perde o ar só de assistir o vídeo, imagina como foi para quem estava lá! Felizmente Billie saiu intocada desse ato de desrespeito por parte do fan. Mas a pergunta que não quer calar é: Quem é o super herói de Billie? Quem é esse homem que a defendeu? Analisando as roupas podemos saber que não era um segurança. Será que Billie está em um relacionamento mantido em segredo ou era apenas um amigo convidado?"

Meu coração veio parar na garganta ao terminar de ler, aquelas especulações podiam incomodar muito Billie e talvez colocar a perder tudo o que acabamos de começar a construir.

- Cristopher? O que foi? Está com uma cara não muito boa. - Minha mãe perguntou num tom de preocupação.
- Mãe... Você estava certa, está rolando alguma coisa entre eu e Billie e essas especulações aqui podem atrapalhar as coisas.
- Filho... A Billie deve lidar com essas coisas o tempo todo, não vai dar em nada isso.
- É, mas... Eu não sei... O que eu estou vivendo é surreal eu não quero perder isso... Eu não quero perder ela. - Minha mãe tocou meu rosto e sorriu.
- Fique calmo... Você é um menino de ouro. Não acho que qualquer garota, mundialmente famosa ou não vá deixar você escapar.
- Está dizendo isso porque é minha mãe.
- Exatamente, eu sou sua mãe e te criei para ser o homem mais maravilhoso desse mundo. - Abracei minha mãe e depositei um beijo em sua testa.
- Obrigado, mãe. Agora eu preciso descansar. - Me levantei e ela sorriu para mim.
- Boa noite, filho.
- Boa noite, mãe.

≈≈≈

No dia seguinte...

Mais uma manhã, mais um encontro com Billie. Tive uma noite um tanto quanto mal dormida, havia sido atormentado pelos pensamentos de que tudo com Billie fosse atrapalhado por essas notícias e suposições de sites de fofoca. Acabei por passar a noite mais lendo o roteiro do clipe do que dormindo de fato.
Dona Rebekah e Dona Catherine estavam décimo sétimo sono e eu não quis acordá-las, tomei meu café da manhã sozinho e me arrumei. Optei por uma roupa básica, calça jeans preta, um coturno de mesma cor e uma blusa de manga comprida branca. Não tinha porque me arrumar muito já que trocaria de roupa no estúdio. Após ter certeza de que tudo estava organizado fiquei na calçada esperando o carro e mais uma vez a pontualidade se fez excelente, sem um mísero minuto de atraso.