Capítulo XIII - Nossa noite

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Billie's POV

Faziam exatos 15 minutos que eu estava parada dentro do carro, olhando o interior da casa de Cristopher. Por mais que eu soubesse que Drew estava certa, ter chegado sem avisar me deixava um pouco aflita. No celular minhas mensagens com ele estavam abertas, não sabia se pedia para ele vir até o carro ou se... Não sei... Só sabia que não dava para ficar ali a noite toda.
Desci do carro e com as mãos levemente trêmulas o tranquei, meu corpo inteiro se arrependia de estar caminhando àquela hora da noite para a casa dele, mas eu me forcei a tocar a campainha. Rapidamente alguém veio atender, era uma mulher loira, aparentava cerca de 40 anos, eu não a conhecia, o que me deixou mais tensa ainda.

– Boa noite, eu sou a...
– Billie... Não se preocupa, meu anjo. Até as paredes dessa casa já aprenderam a falar o seu nome. – Ela era simpática, e muito engraçada, o que aliviou minha vontade de sair correndo dali. – Eu sou Rebekah, ainda não nos conhecemos, sou a tia do Cristopher.
– É um prazer conhecer a senhora.
– Não, senhora não, pelo amor de Deus. Só Rebekah está perfeito.
– Certo, Rebekah... O Cristopher está aí?
– Está enfiado naquele quarto jogando com alguns amigos...
– Oh... Ele está com visita? Melhor eu ir então, não quero atrapalhar... – De forma alguma eu interromperia uma noite dele com os amigos para ter uma conversa nada agradável.
– Não, não... – A tia dele deu uma leve risada e eu fiquei sem entender bem. – Cristopher não tem amigos americanos, ele está jogando no computador com os amigos do Brasil. Pode ir lá. – Ela me deu passagem e fechou a porta após eu entrar.
– Bela casa a de vocês... – A decoração em tons de cinza e madeira escura combinadas com a luz amarelada dava um ambiente muito calmo, pelo menos pra mim.
– Obrigada. – Ela respondeu com um largo e muito belo sorriso. – Você vai subir as escadas e ir até o fim do corredor, a porta com o aviso de: Não entre. É a que você tem que entrar. E já aviso que bater não vai adiantar, dificilmente ele vai ouvir algo com aqueles fones enormes.
– Entendi. Muito obrigada, Rebekah.
– De nada, querida... Fica a vontade.

Fiz exatamente o caminho que ela indicou, subindo as escadas e indo até o fim do corredor. O aviso estava numa placa vermelha pregada na única porta preta de toda a casa. Bati três vezes na porta, mas não obtive resposta nenhuma, então abri devagar a mesma. Era um cômodo impecável de organizado, cheirava a perfume como se alguém tivesse acabado de usar, a direita estava um closet num design bem diferente, era um nível acima do restante do chão do quarto, sendo completamente aberto. Pelo que observei toda a iluminação do quarto era em rgb, assim como o meu e naquele momento todas as luzes estavam roxas. A direita estava a cama de casal dele, sem um mísero amassado nos lençóis e, de frente para a porta estava ele, sentado de costas pra mim, vestindo apenas uma calça cinza claro de moletom, o que me dava visão de uma pequena parte de suas cicatrizes que subiam até sua nuca. Pensar no que Cristopher havia passado para ser tão marcado fazia meu coração doer instantâneamente. Na mesa dele haviam dois monitores, um com uma chamada de vídeo de 4 pessoas e outro com o Fortnite rolando. Eu não entendia uma palavra do que ele estava falando, mas a animação dele e o jeito que ele ria conversando me fez sorrir e encostar no batente da porta para observar, talvez apreciar aquele momento dele.

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Cristopher's POV

Já eram duas partidas ganhas seguidas, eu e o pessoal estávamos inspirados hoje. Eu havia esquecido completamente do acontecimento no set, e àquela altura, sem nenhuma mensagem de Billie sequer respondendo o que eu havia enviado, só me dava certeza de que ela se achava dentro da razão no que fez.

Where do we go? - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora