04.

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Odeio não conseguir te odiar por mais que eu tente ou por menos que você faça.
— 10 Coisas que eu odeio em você.

[...]

As pessoas da cafeteria me olhando como se eu fosse louca ou segurando uma risada por eu ter gritado na entrada do recinto não era o que tinha me deixado sem ação. Era Sana, ela estava lá me olhando, de uma forma que eu daria tudo pra decifrar. Eu nunca entendia o que passava na cabeça dela, e aquele momento não era diferente.

Ela poderia estar pensando o quanto eu era idiota por ter mandado mensagens pra ela de madrugada, pior, sua namorada que poderia ter lido as mensagens e Sana estaria puta comigo. Ou ela poderia estar me vendo como só mais uma pessoa que entrou ali...

Resolvi parar de pensar como louca e andar para perto do balcão para então fazer meu pedido. Quando passei pela mesa onde estava sentada, seus olhos estavam presos em um livro, parecia estar concentrada, então resolvi nem cumprimentá-la de longe.

— Bom dia, o que a senhorita deseja? – um jovem rapaz me perguntou simpático.

Minha cabeça voltou a doer devido a quantidade de álcool que eu havia ingerido na noite passada.

— Um café, sem açúcar, por favor – pedi segurando minha cabeça.

— Ok, sente-se e eu levarei depois de pronto – o garoto sorriu e pareceu falar com alguém que trabalhava na cozinha ali.

Me virei de costas pro balcão e observei o lugar melhor afim de procurar onde sentar. Quando meu olhar bateu na direção de Sana, ela me olhava da mesma forma que antes, o que me causou agonia por não saber o significado por trás deles outra vez. Suspirei pesadamente, e com a mão acenei pra mesma, que apenas acenou de volta.

Puxei uma cadeira para sentar em uma mesa próxima a sua, mas em um momento súbito, o lado idiota do meu cérebro começou a comandar meu corpo.

— Eu... Eu posso me sentar com você? Ou... Está esperando alguém? – perguntei receosa e coçando a nuca.

— Não. Pode sentar – respondeu.

Puxei a cadeira que ficava de frente a ela e me sentei. Seu olhar voltou para o livro e eu consegui ler o título agora "O pequeno príncipe".

— "Então, eu me sinto feliz..." – citei de repente uma frase do livro, o que fez Sana olhar pra mim.

— "... E todas as estrelas riem docemente." – ela completou a frase me olhando nos olhos, fazendo meu cotação bater mais forte contra o peito.

— Eu não sabia que gostava desse livro.

— Eu não sabia que você gostava de ler – pareceu rude, mas eu apenas ri de forma nasal. Ela não estava errada, eu não gostava de ler.

— Me lembro de precisar ler na aula de literatura.

— Agora está claro – segurou um sorriso — Bom dia... – seu olhar voltou para o livro.

— Bom dia – respondi com um sorriso de canto.

Sana estava com um de seus moletons grandes onde escondiam até um pouco de seus dedos. O cabelo de lado. Seu semblante um pouco cansado, mas nada parecia fora de ordem. A pouca maquiagem em seu rosto só me fez lembrar da garota de antigamente que deveria estar com alguma camiseta nerd por baixo do casaco.

— Seu cappuccino e seus bolinhos! – o garoto que me atendeu depositou a bebida e a comida à frente de Sana.

— Obrigada, Yuta – ela respondeu com um sorriso doce nos lábios.

New Chances - SaiDa. 2ª temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora