New Chances - SaiDa. 2ª temporada

18.

"A ideia que a minha felicidade custava as lágrimas de outra pessoa, me doía muito."
— Dom
.
músicas do capítulo:
Postcard — Troye Sivan
Talia — King Princess

[...]

Então era isso.

Eu não iria conseguir afastar Kim Dahyun, porque ela não iria dar o braço a torcer e porque não era o que eu queria.

Ela ainda era a calmaria da minha euforia, mas doía porque eu sabia que tínhamos um limite. Onde eu não poderia ficar encarando seu rosto por mais de cinco segundos sem querer tocar seu rosto ou juntar seus lábios no meu.

Aceitei meu cargo de traíra e não estava afim de ser culpada pelo choro da minha namorada, pelo choro de Dahyun, ou pelo choro de ninguém que não fosse eu.

Estava decidido, havia escolhido a pessoa que iria machucar:
Minatozaki Sana.

— O mar a noite me assusta um pouco – sua voz atrapalhou meus pensamentos.

— Sinto medo do mar de qualquer forma...

— Nunca mais entrou no mar ou algo do tipo depois... depois daquilo? – perguntou receosa olhando pro mar.

— Eu evito – suspirei.

Por mais que eu quisesse me machucar, eu ainda tinha perguntas, e queria deixar tudo mais claro na minha cabeça.

— Quando você disse que sentiu sentimento no nosso beijo... – parei de falar por um momento e ela me olhou atenta — Que tipo de sentimento era?

— Vários – ela sorriu de forma maliciosa e eu senti meu corpo arrepiar — Mas um foi predominante... Eu senti paixão.

— Como é? – fiquei paralisada.

— Ficou nervosa por que eu disse que estou apaixonada por você? – Dahyun falava de forma tão natural que me deixou intimidada e sem acreditar.

— Não... – brinquei com a areia.

— Pelo menos eu admito que estou – deu um sorriso provocante e voltou a olhar pra frente.

— Eu estava bêbada, Kim. Deveria esquecer tudo isso.

— Você é uma péssima mentirosa.

— Perdão?

Dahyun se aproximou sorrindo e segurou uma das minhas mãos. Uma corrente elétrica passou pelo meu corpo, como toda vez que ela sempre tocava alguma parte do meu corpo. Nossos rostos ficaram próximos demais. Ela me observava com atenção, parecendo tentar gravar cada parte do meu rosto. Levou suas mãos até meu rosto e fez um carinho suave, que sem perceber por causa do ato acabei fechando os olhos e suspirei.

De repente sua mão saiu do meu rosto. Senti o queixo de Dahyun apoiar em meu ombro. Seu cheiro era muito bom, eu sentia falta dele. Por reflexo encostei minha cabeça na sua e me aconcheguei ali mesmo sem mover minhas mãos nervosas que estavam emaranhadas uma na outra.

— Seu coração fica acelerado quando estou perto, sua respiração descompassada, e você quase não olha nos meus olhos... – sua voz soava suave — Você apenas tem medo de admitir que eu ainda mexo com você.

— Está enganada – minha voz falhou e ela riu baixo — Eu apenas fico sem graça com toda essa aproximação.

— Então você quer que eu pare?

Fiquei em silêncio.

— Tudo bem, não precisa implorar, eu não vou parar – falou entre uma risada suave e eu quis ignorar que aquilo me deixou com vergonha.