New Chances - SaiDa. 2ª temporada

39.

"Eu não sei o que eu vou ser daqui a 5 anos, eu não sei nem o que vai acontecer amanhã. Eu só quero chegar ao fim do dia."
— Até as últimas consequências
.
música do capítulo:
One only — Pamungkas

[...]

Eu estava deitada em posição fetal na cama da Dahyun tinha mais ou menos meia hora. Ela me levou do parque até sua casa depois de uma sessão de perguntas quais eu não respondi. Eu não contei nada nas primeiras horas porque eu não conseguia, porque meu corpo tremia e a lembrança da discussão toda me rasgava por inteira, mas depois que o efeito do calmante, que eu tomei antes dela chegar fez efeito, eu só conseguia sentir alguns tremores insistentes e me sentir fraca.

Dahyun estava deitada de frente pra mim, selando cuidadosamente os machucados da minhas juntas, enquanto eu tentava acalmar minha respiração. Era evidente que sua preocupação estava ali mesmo que ela não dissesse nada, seu olhar preocupado dizia tudo, olhando minha mochila como se eu fosse viajar sem saber pra onde, olhando a minha cara vermelha de tanto chorar e o fato de eu estar fora de casa pela madrugada. Ela tinha muitas perguntas sobre tudo isso, mas eu não me sentia pressionada, era bom.

— Dahyun... – praticamente sussurrei e ganhei sua total atenção — Eu fui expulsa de casa – finalmente falei.

— O que?! – me olhou indignada — Como isso aconteceu?!

— Foi uma discussão idiota. Minha mãe começou a me ofender, ofender minha tia, o de sempre... – suspirei ainda um pouco trêmula. Tomar apenas um remédio só estava adiando minha melhora — Acredita que ela acha que meu pai e minha tia tiveram o caso?

— Sério? Que horror... – ela beijou minha mão outra vez — E isso é verdade?

— Não. Eles eram meio irmãos, mas nada de envolvimento desse tipo entre eles. Meu pai odiava o fato da minha tia se sentir livre em termos românticos. Antes dela namorar com o otário do Donghae ela teve um poliamor, meu pai descobriu e começou a dizer que tudo o que ela fazia no teatro era se prostituir... – suspirei cansada. Meu peito doía muito — Ele sempre foi um idiota e minha mãe tinha ciúmes dele... Mas eu não sei muito sobre o que ela sente já que a gente só discute.

— Então por causa dessa história toda ela te expulsou de casa?

— Meio que isso... Eu não sabia pra onde ir então eu acabei parando no parque – abaixei meu olhar.

— Você sabe que tem a mim. Por que não me pediu ajuda? – levantou meu queixo fazendo com que eu a olhasse.

— Eu só 'to realmente cansada de te meter nessa confusão. Desde sempre você está no meio dos meus problemas familiares e eu odeio isso – falei com pesar.

— Eu não me importo em estar no meio disso se eu puder te ajudar.

— Fala como se eu não te machucasse toda vez que eu sumo ou faço esse tipo de besteira – sutilmente balancei minha mão machucada e dei uma risada fraca.

— Me machuca muito mais me sentir impotente – se aproximou e selou minha testa suavemente — Não era desse jeito que eu esperava, mas você pode ficar mesmo esse um mês de férias da universidade aqui em casa – sorriu de canto.

— Dahyun...

— A gente pode passar alguns dias nos meus pais também se quiser. Minha mãe está bem melhor pra receber visitas e vai ser bom demais pra ela te ver. Se você quiser, lógico...

— Não sei... Eu não sei nem onde está Darkness. Eu preciso dele! – tentei levantar mas ela me impediu.

— Calma. A gente dá um jeito, mas você precisa descansar – tentou me tranquilizar fazendo carinho em meu rosto — Eu sei que você tomou alguma coisa, não sou idiota... – tensionei ao ouvir — Mas eu não posso julgar seu momento de desespero, e espero você descansar pra termos qualquer tipo conversa mais séria. Deixa o remédio fazer seu devido efeito, hm?