New Chances - SaiDa. 2ª temporada

55.

"Palavras são, na minha não tão humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de ferir e de curar."
— Harry Potter e as relíquias da morte
.
música do capítulo:
Alredy Gone — Sleeping at last

[...]

POV SANA

Minhas mãos começaram a tremer enquanto eu não conseguia tirar meus olhos daquela foto.

Não pode ser verdade... Não pode...

Minha visão começou a ficar embaçada, por meus olhos começarem a lacrimejar.

Eu senti lágrimas descendo pelo meu rosto de maneira violenta, mas eu não conseguia me mover.

O barulho na sala começou a atrapalhar qualquer coisa que o professor de Crítica Teatral dizia. As pessoas começaram a olhar pra mim, mas eu não conseguia parar de olhar pra maldita foto.

Meu coração estava se quebrando em pedaços.

— Filha da puta! – escutei Nayeon e saí do choque — O que significa isso?! – ela estava com o celular erguido pra Chungha que sentava na fileira do lado.

Olhei pra garota que estava meio assustada, com a boca aberta. Quando ela me olhou, encolheu os ombros. Eu poderia jurar que ela ouviu meu coração parando de funcionar.

— Quando foi isso? – perguntei praticamente em um sussurro, deixando mais lágrimas cair.

— Sana... Me desculpa – eu mal conseguia captar alguma emoção — Quando vimos foi tarde demais, já estávamos ali...

— Foi recente?! – minha voz saiu um pouco mais alta, e eu engoli um soluço.

Meus punhos estavam cerrados e agora eu só conseguia sentir raiva e dor.

Os alunos observavam atentamente toda a situação e eu me senti humilhada ali.

— Foi.

Bastou isso pra que eu levantasse da minha mesa aos prantos, chorando como uma criança, indo direto pra fora da sala.

Ouvi Nayeon berrar alguma coisa e um falatório alto começou.

Mas antes que eu pudesse cruzar o corredor meu corpo foi chocado com a última pessoa que eu queria ver, no dia, no ano, na minha vida!

— Sana, me escuta! – Dahyun tentou segurar meus braços e eu me soltei com raiva.

O toque dela fez cada parte do meu corpo doer mais.

— Não encosta em mim! – soltei em meio ao choro.

Tentei passar mas ela me parou desesperada outra vez. Eu consegui ver seus olhos marejados mas eu só sentia raiva dela.

— Você mudou seu cabelo pra fingir que isso não foi recente?! – minha garganta doeu.

— Não! Eu não te traí! – suas mãos trêmulas tentavam me fazer ficar.

— Não vem mentir pra mim, Kim Dahyun! – solucei alto, esfreguei a manga do meu casaco no rosto com ódio — A puta da Chungha disse que aconteceu.

— Eu não me lembro disso... Sana, mas eu não traí você! – tentou se aproximar e eu empurrei seu peito.

— Você nem se lembra? – ri irônica — Vai se foder, Kim!

Vários alunos começaram a sair de suas salas pra observar o showzinho. Meu mico. Minha vergonha.

— Estava cansada de eu te encher com seus problemas que acabou contando meus segredos depois de transar com ela? – não conseguia parar de chorar.