13.

3.5K 312 1K
                                    

"Você não pode controlar as coisas que acontecem com você, mas pode controlar a forma que reage a elas."
— Você de novo.

[...]

O caminho de volta pra casa foi totalmente silencioso, nem mesmo o rádio do carro foi ligado. Era bastante raro ver Dahyun quieta, sem ao menos fazer alguma gracinha sobre qualquer coisa ou sobre mim. Mas o seu fungado, e o nariz vermelho eram apenas vestígios de um dia doloroso.

Ela era uma pessoa totalmente vulnerável quando algo sério envolvia sua família. Dava pra perceber que esse sempre é motivo pelo qual Kim se sentia impotente, desde o acidente do seu pai, da sua mãe na última vez, e agora com sua mãe novamente.

Me disseram que ela ficou destruída quando eu entrei em coma, mas eu prefiro pensar que não a fiz sofrer desse jeito.

Dahyun estacionou em frente a minha casa e virou a cabeça pra mim, mas continuei olhando pra frente sem saber o que fazer, porque eu queria dar um abraço acolhedor nela, mas somente o que eu fiz foi tirar o cinto e abrir a porta do carro.

— Sana, espera... – Dahyun suavemente tocou meu braço, então voltei a encostar a porta — Muito obrigada por hoje.

— Não precisa agradecer – neguei com a cabeça.

— Eu sei que nós não temos nos falado direito desde que voltamos a nos ver, que estamos estranhas uma com a outra, e sei lá... – deu de ombros — Isso foi importante pra mim.

— Eu faria qualquer coisa pra ajudar.

— Sério? Ou está apenas retribuindo o que eu fiz? – nos olhamos de forma intensa. Isso ainda era doloroso pra mim, e aparentemente pra ela também.

Sempre é horrível tocar em uma ferida não cicatrizada.

— Não. Eu estou apenas tentando ser uma pessoa melhor. E sabendo de tudo o que você me contou, eu não conseguiria ter sangue frio de não fazer nada a respeito – suspirei e me encostei no banco, olhando para frente novamente.

— Você tem um coração enorme... Uma pena que você não vê isso.

— Realmente não...

— Não tem o coração enorme ou não vê isso?

— Primeira e segunda opção – assim que respondi escutei Dahyun rir baixinho e tirar o cinto.

— Sabe, isso tudo o que você fez significa que se importa comigo ainda – senti seu olhar me queimando.

— Eu já disse que só quis ajudar – olhei pra ela.

— Porque você se importa comigo... E não ache que eu não ouvi você me chamando de namorada – deu um sorriso confiante e mexeu as sobrancelhas.

— O que? – meu rosto queimou — Eu estava me referindo a Suzy!

— A Suzy por acaso fuma?

— Não.

— Então você me referiu sim como sua namorada – ela mordeu a língua enquanto um sorriso gigante estava em seus lábios.

— Eu te dei cobertura, e como todo mundo sabe que eu não namoro com você, ninguém vai saber que você fuma – cerrei o olhar — Me agradeça por isso.

— Poderia usar qualquer termo, mas usou namorada – ela insistia em me provocar e eu revirei os olhos.

— Você enche o saco de todo mundo assim?

— Bom... – ela pareceu pensar — Você é minha pessoa favorita pra isso.

— Então por favor, escolha outro alvo – respirei fundo — Eu vou indo – saí do carro mas escutei a outra porta bater e reclamei mentalmente.

New Chances - SaiDa. 2ª temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora