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"Não é sempre assim? Preparamo-nos para enfrentar os problemas de frente e eles surgem sempre por trás."
— Esporas de aço
.
músicas do capítulo:
Sorry — pamungkas
Accountable — marc indigo

[...]

Não podia acreditar na mensagem que tinha acabado de ler.

Eu ia ver a mãe de Suzy quase todo mês. Ela era uma pessoa incrível. Sempre estava fazendo coisas por mim mesmo que eu odiasse dar trabalho ou incomodar qualquer pessoa. O seu sorriso nunca saía do rosto mesmo com sua saúde debilitada. Eu amava isso, amava sua força e sua esperança.

Ela adorava minha companhia, e eu adorava escutar tudo o que a mesma tinha pra dizer, mas infelizmente depois que terminei com Suzy eu nunca mais fui vê-la, e no momento não tinha mais o pudesse fazer. Aquilo começou a deixar pra baixo rápido.

Era incrível como as pessoas ao meu redor iam embora de uma forma ou de outra.

— Sana? – Dahyun segurou forte meu braço quando dei um passo tonto pra trás — O que houve?

— Eu preciso ir para o cemitério. Agora!

— Cemitério?! – ela se espantou — Quem morreu?

— A mãe da Suzy. Eu preciso ir até lá – minha voz estava trêmula.

— Meu Deus, isso é... – Dahyun parecia chocada.

— Quem é essa pessoa? – Mark perguntou confuso e me olhou aflito pela minha respiração estranha assim como a coreana ao meu lado.

— Minha ex sogra... – falei em um sussurro.

Dei as costas pros dois e comecei a andar incerta de onde estava indo. Eu estava me sentindo mal. Minhas mãos estavam tremendo muito. Minha respiração irregular.

— Sana, vem eu te levo – cuidadosamente senti meus braços sendo puxados para perto do carro preto, então entrei — Qual cemitério é, minha linda? – sua mão encostou minha perna.

— Onde enterraram minha tia... – puxei minhas pernas pra cima do banco e as abracei.

— Ok – ela suspirou e ligou o carro, dando assim a partida.

Aquela altura eu nem parei pra me despedir do Mark nem nada. Eu só queria não sentir aquelas mesmas merdas. Eu queria ser como uma pessoa normal, sem precisar ficar tremendo ou chorando sem controle cada vez que uma notícia ruim me aparece.

Dahyun dirigiu rápido e não disse nada o caminho todo. Mentalmente agradeci por isso, pois não estava em condições de algo.

Logo Dahyun estacionou, e eu abri a porta do carro com pressa. Quando passei pela porta do motorista ela me chamou:

— Sana, espera! – saiu desesperada do carro.

— Não, por favor... – encostei minha mão em seu peito — Não quero que entre comigo.

— Por quê?

— Não sei qual pode ser a reação da Suzy com você aqui – suspirei.

— Ok... – falou a contragosto — Mas estarei esperando por você.

Assenti, e comecei a caminhar para dentro do cemitério. Ao olhar ao redor senti um peso em minhas costas e uma agonia que jamais poderia ser capaz de explicar. Foi como ser juvenil outra vez. Foi como ser levada quase que desacordada pro velório da minha tia. Foi como se eu estivesse vivendo aquele pesadelo de novo.

Me forcei a tentar esquecer algo que jamais sairia da minha cabeça, e continuei andando rapidamente até encontrar algumas pessoas velando um caixão e avistei Suzy.

New Chances - SaiDa. 2ª temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora