Mais uma tarde ensolarada na pequena cidade do interior de São Paulo, um céu completamente azul revelava um dia de sol bem quente, porém já era quase uma da tarde e nada dos gêmeos chegarem da aula, Cristina começava a ficar preocupada, o horário normal deles chegarem era sempre em torno do meio-dia, porém, quando era o Júnior que "os buscava" na escola na hora da saída sempre demoravam chegar. A casa ficava estranhamente silenciosa sem a presença de suas adoráveis "crias" como ela dizia.
Cristina havia criado os dois praticamente sozinha embora houvesse milhões de ofertas e pedidos de seu pai e de seu irmão pra trabalhar no mercado, não conseguia se sentir à vontade ali, era um ambiente meio hostil à sua timidez, preferia fazer qualquer coisa que a mantivesse longe dali, também não gostava muito de cortar cabelos, mas era o que a ajudava a criar seus pequenos. Queria mesmo lecionar, amava ver pessoas aprendendo a ler ou escrever pela primeira vez mas essa gravidez precoce, a fizera adiar seus planos meio que "temporariamente. "
- Mãe, mãe, manhê, entra André largando a bolsa no chão e se escondendo atrás da mãe, ela quer me pegar.
- Mas o que foi desta vez?
- Ele achou uma nota de vinte reais e em vez de dividir comigo gastou tudo sozinho mãe.
- Que história é essa André?
- Eu achei perto do portão da escola, mas não tenho obrigação de dividir tudo com ela.
- Mas eu dividi com você quando o tio Júnior me deu dinheiro aquele dia.
- Problema seu, eu não mandei você dividir nada.
- André, deixa de ser mal-educado, você tinha de ter um pouquinho de consciência não acha?
- Se ela gosta de ficar dividindo tudo problema dela ora essa.
- SEU INGRATO, MAL-EDUCADO.
- Olha o que você fez.
- E daí?
- E daí? Vai agora pedir desculpas dela.
- Eu não vou nada...
- André você a fez chorar, vai pedir desculpas da sua irmã agora.
- Mas mãe, ela...
- Eu disse agora.
Na verdade, ele nem chegou a entrar no quarto, ao abrir a porta encontrou sua irmã deitada na cama de casal na qual dormiam os três, agarrada no travesseiro chorando e resmungando sozinha:
"Tenho certeza de que se ao menos meu pai estivesse aqui, isso não tinha acontecido. Grosso, mal-educado. "
- Mãe...
- Falou com ela?
- Não, ela...
- Então volte lá.
- Mas mãe, escuta. Ela está falando sozinha daquele negócio de novo.
- Que negocio?
- Do... pai...
De um salto ela levanta do sofá e voa como um raio para dentro do quarto:
- Isabella, do que é que você está falando?
- Nada.
- Como assim nada, seu irmão ouviu você falar outra vez do seu pai.
- Eu não falei nada.
- Eu já te disse um milhão de vezes, seu pai está morto, morto entendeu, e mesmo que estivesse vivo, duvido que ao menos ele teria vindo perguntar se vocês precisavam de alguma coisa, eu criei vocês dois praticamente sozinha. Ele era grosso e estúpido.
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ISABELA
AdventureUma garota de 12 anos q foge de casa a procura de seu pai, até aí a história não teria nada de especial, o problema é que Isabela não sabe nada dele, nome, endereço, profissão, absolutamente nada, mas mesmo assim ela atravessa o país sozinha sem ter...