31. De Volta à Fazenda Baronesa

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Durante aqueles momentos à mesa tomando café, parecia que todos os problemas tinham se resolvido, as diferenças postas de lado, as mágoas esquecidas, e durante aqueles minutos, todos foram felizes, principalmente Isabela. Todos já tinham terminado o dejejum, mas aqueles momentos eram tão bons, que ninguem quis levantar, continuaram ali sentados conversando como uma família feliz.

- E o que você vai fazer agora, Fernando?

- Junior, vou voltar pra casa, eu e a Isa viemos mesmo só pra ela ter a oportunidade de se acertar com a mãe.

No instante em que ele falou isso, Isabela sentada bem ao lado de sua mãe olhou sorrindo pra ela, esta devolveu-lhe o sorriso com um beijo no rosto.

- Fica mais uns dias.

- Dessa vez não vai dar, Ane, eu tenho meu trabalho e a Isa tem a escola dela, vamos ter de voltar hoje mesmo.

- Então por que você e a mamãe não voltam a ficar juntos, papai? Assim a gente nunca mais vai precisar se separar.

- André, meu filho - Cristina tentou responder toda sem jeito - infelizmente a vida levou eu e seu pai por caminhos diferentes, seu pai tem a vida dele longe daqui e eu tenho a minha pra cá, mas nós sempre seremos bons amigos, e você e sua irmã terão duas casas pra morarem e passearem a hora que quiserem.

- Mas não é a mesma coisa - André abaixou a cabeça triste - eu queria minha irmã perto de mim.

O clima ficou meio pesado, ninguém conseguia responder algo que dissipasse a tristeza do garoto, Cristina engoliu em seco tentando encontrar o que dizer, porém a reclamação do menino ainda não tinha acabado.

- De que me adianta ter um pai se ele tá sempre longe? Só posso passear com ele duas vezes no ano e só posso conversar com ele pelo telefone e quando ele vem aqui ainda leva minha irmã embora.

Cristina não conseguiu segurar a lágrima que desceu na hora, seu coração se quebrou em mil pedaços ao ver a tristeza gigantesca estampada nos olhos do filho de cabeça baixa e calado ao lado do pai.

Fernando tirou os óculos e pôs na mesa, com uma mão abraçava o filho e com a outra enxugava os olhos molhados, ele também não sabia o que dizer.

- Fernando, não é melhor você e a Cristina conversarem em particular sobre isso?

- Seu João, eu...

- Olha a tristeza nos olhos deles, Cris, tenta pelo menos, é pela sua família. - Cristiane estava morrendo de pena ao ver a tristeza dos sobrinhos.

- Mas Ane eu...

- Cris - Fernando interrompeu-a com um gesto e levantou-se da mesa - venha, acho que a gente precisa conversar.

Fernando e Cristina entraram no quarto reserva ao lado da sala e fecharam a porta deixando os filhos com a família na mesa da cozinha.

- E aí, o que a gente faz?

- Nando, eu... não sei, isso não é tão simples assim.

- Mas as coisas não podem continuar como estão, olha como ele ficou, meu Deus, Cris, o que ele falou corta o coração de qualquer um.

- Mas eu não posso voltar com você, Fernando, eu já tenho alguém e sei que você também já tem outra pessoa.

- Você tá bem informada pelo visto, em?

- Nossos filhos se falam todos os dias, o que você acha?

Ficaram alguns segundos calados quando Fernando arriscou:

ISABELAOnde histórias criam vida. Descubra agora