9. Perseguida

108 25 232
                                    

O sol já estava nascendo e ela estava quase fora da cidade, desceu do ônibus colocando o troco dentro da mochila de qualquer maneira mesmo, caminhou alguns metros e pode ver a distância o posto de gasolina do qual lhe falara Drica, tal qual ela havia lhe dito, haviam vários caminhões parados perto do posto, teria de descobrir qual deles iria pra direção de Fortaleza.

Chegando perto da lanchonete do posto viu vários caminhoneiros tomando café na lanchonete, sua bolsa tinha comida suficiente para o dia todo, mas o único jeito de descobrir algo era entrando na lanchonete, de modo que pegou de volta o troco na mochila, colocou no bolso da calça, entrou na lanchonete e foi direto ao caixa, pediu apenas um suco de laranja e um sanduíche de queijo, o preço foi alto, foi quase todo o dinheiro restante que Drica havia lhe dado, mas valeria a pena, era o preço a se pagar por uma informação.

– Bom dia mocinha, o que vai querer? – perguntou-lhe o balconista, um rapaz magro de cabelos claros e muito simpático.

– Um suco de laranja e um sanduíche de queijo, por favor. – respondeu ela sorrindo. Não estava com fome ainda, mas precisava pensar em algo e ficar rodando por ali sem fazer nada chamaria à atenção.

Alguns minutos depois ele lhe trouxe seu pedido, ela sentou-se por ali mesmo, perto a um grupo de caminhoneiros, e preparou-se para ouvir a conversa deles.

– O que uma mocinha linda como você faz por aqui a essa hora e sozinha? – perguntou-lhe o balconista – fugindo da escola, é?

– Hoje não tenho escola, é domingo.

– Ah, é verdade, mas o que faz por aqui a essa hora, princesinha?

– Estou indo na casa de minha amiga, ela me mandou descer aqui perto do posto.

– Ah certo, e vejo que você é bem corajosa, aqui tem gente de todo tipo, boas e más.

– Verdade, mas eu estou bem.

– Tome cuidado viu? Se precisar de algo pode me chamar. – falou e já foi se afastando pra atender outro cliente.

– Obrigada – respondeu sorrindo.

Isabela ficou cerca de vinte minutos e não conseguiu ouvir nada de importante, falavam de tudo, de peças de caminhão,  de futebol, de filmes, de mulheres, menos do local pra onde estavam indo, saiu desconsolada, despedindo-se de longe do balconista simpático com um aceno de mão, olhava para os próprios pés à medida que andava quando viu um caminhão parado a uns trinta metros dela, o baú era o mesmo da fábrica de biscoitos que a tinha trago, voltou correndo pra dentro da lanchonete e depois de olhar alguns minutos avistou os dois funcionários do caminhão tomando um café numa das mesas próximas, aproximou-se, olhando um aquário de peixes porém tentando ouvir o que eles conversavam entre si, o aquário estava cheio de água, porém não haviam peixes nele.

– Que horas a gente chega lá?

– Se a estrada estiver boa e fizer bom tempo umas cinco horas de viagem serão mais que suficientes. Essa época do ano chove muito em São Luís.

– Agora são oito e meia, isso quer dizer que...

– Umas quatro ou cinco da tarde a gente chega lá.

– Mas aí serão seis ou sete horas. Acha que dá isso de tempo daqui até São Luiz?

– Mas a gente tem que parar pra almoçar não acha?

– Ah, é verdade, eu tinha me esquecido.

– A menos que você aguente até as três da tarde com esse cafezinho aí.

– Rapaz, pra mim, chegar lá é o mais importante, depois o seu Luíz libera a gente, você sabe disso, ele é muito gente boa.

– Sim, mas eu não sei se o seu Luiz já está lá, eu soube que ele 'tava de férias, se ele ainda não voltou, quem tá lá é a puxa-saco da Patrícia, e você sabe como ela é.

ISABELAOnde histórias criam vida. Descubra agora