Capítulo 30

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A minha cabeça estava latejando. A minha boca estava seca.

Eu mal consegui abrir os olhos porque a claridade do quarto fez a minha cabeça doer cinco vezes mais.

Ela estava pesada, era como se tivesse sacos de cimento empilhados em cima dela.

Puta que pariu, que dor infeliz.

Coloquei os braços sobre meu rosto e respirei fundo umas três vezes antes de me sentar na cama.

Olhei para o lado e a Elisabeth não estava na cama. E aí, eu me joguei para trás fechando os olhos novamente.

E aí eu comecei a lembrar de tudo.

Saí da empresa e fui para um bar. Enchi a cara, voltei para casa bêbado e para falar a verdade não sei nem como eu consegui dirigir até aqui.

Me sentei, na verdade, caí assim que destranquei a porta e a empurrei. Me arrastei até a parede e sentei escorando as costas na mesma e logo em seguida chutei a porta com o pé.

E aí ela veio e eu terminei com ela. Eu terminei com ela porque não quero que machuquem ela, não quero que a Medeline machuque ela.

Aí meu Deus, que merda eu fiz?

— Elisabeth. - chamei saindo do quarto. — Elisabeth. - chamei.

Eu continuei chamando seu nome enquanto abria os quartos de hóspedes um por um, mas ela não estava em nenhum deles.

Desci as escadas e continuei chamando seu nome.

Mas ela não respondeu, nem apareceu.

— Porra!. - eu disse subindo correndo.

Peguei meu celular e comecei a ligar para ela e é claro que não atendeu.

— Da para atender a porra do celular?

— Você não pode sumir assim, caralho!

— Elisabeth, pelo amor de Deus, só dá um sinal de vida para eu saber que você está bem.

— Porra! Atende!!

— Elisabeth, por favor, atende!

— Atende essa merda! Mais que droga! Atende!

Depois de seis mensagens na caixa postal, eu joguei o celular na cama e levei as mãos a cabeça torcendo para que nada tivesse acontecido com ela.

Fiquei pensando se ligava para ela de novo, ou se procurava ela mais uma vez pela casa. Ou sei lá, mas eu precisava achar ela.

Peguei meu celular e liguei para o Frank.

          * LIGAÇÃO ON *

— Sr.Ross.

— Frank, você viu se a minha mulher saiu de casa?

— Não senhor, mas ao que tudo indica ela não saiu. O GPS do guarda costas dela mostra que ele ainda está estacionado perto da sua casa. Se ela tivesse saído ele teria ido atrás.

— Não é possível. Procurei ela pela casa toda.

— Certeza absoluta que ela não está aí senhor?

— Eu procurei pela casa toda.

— Eu vou ligar para ele e confirmar se ela saiu ou não.

Então ele colocou a chamada em espera e eu fiquei esperando ele voltar com a resposta e não demorou mais do que cinco minutos.

— Sr.Ross?

— Oi?

— Ele falou que ela não saiu de casa, nem colocou o pé para fora.

The contractOnde histórias criam vida. Descubra agora