Real?

79 10 1
                                    

Apesar da confusão no bar, tudo estava bem, Niylah impacientemente se recusou a me deixar levá-la até nossa antiga casa, Ridley disse que cuidaria dela e eu? Bem,eu me encarreguei de levar Clarke para casa.

Ao meu lado a loira estava exausta,frustrada e em silêncio,nunca há vi deste jeito entre os três anos e oito meses que a conheço,algo a perturbava tremendamente e eu queria sanar suas dores,mesmo sem saber o porquê.

-- você está bem? _ perguntei enquanto a olhava fixamente em busca da causa de seu silêncio _ para onde devo te levar?

-- para o céu _ respondeu a loira de uma forma arrastada e sonolenta,ela olhava para a janela mas era como se ela estivesse desligada do mundo,e por trás de seus olhos triste havia aquela menina com desejos suicidas, havia uma Clarke real e tímida _ qualquer lugar que não seja minha casa.

Não questionei o motivo,ela me diria se quisesse,eu apenas dirigi em silêncio até minha casa,afinal não tinha para onde eu a levar.

Chegando em casa eu lhe guiei para dentro,logo lhe mostrei o quarto onde ela poderia dormir e lhe deixei uma troca de roupa para poder dormir.

Após deixar Clarke devidamente confortável, eu me dirigi até a cozinha onde busquei por uma garrafa de vinho,precisava aliviar o estresse de reencontrar com minha irmã novamente.

Niylah era minha irmã gêmea, não a culpo por me odiar,mas sim por não me compreender…meu pai era um monstro comigo e não com ela,minhas opções na época se resumiam em fugir,o matar ou morrer nas mãos dele.

Caminhei até meu quarto entrando já arrancando minhas roupas,joguei a camisa no chão em seguida levando um susto.

-- uau _ Clarke estava sentada em uma poltrona perto da janela,ela já havia tomado banho e trocado de roupas, isso me fez questionar o quanto de tempo eu demorei divagando no caminho até meu quarto, talvez eu tenha demorado demais enquanto bebia, realmente não importava mais _ sua casa é linda.

-- senhorita Griffin o que faz aqui? _ perguntei paralisada, talvez por medo ou receio…ou talvez por que Clarke estava vestindo apenas um blusão que eu havia lhe dado e um shortinho qualquer, já que eu não tinha uma roupa íntima para lhe oferecer,e o fato de eu saber que apenas aquelas duas peças cobriam seu corpo me enlouquecia …ou talvez por que eu estava excitada por sua presença _ deveria estar descansando.

-- eu vim cuidar dos seus ferimentos, é o mínimo que posso fazer _ disse ela me olhando dos pés a cabeça mordendo de leve seu lábio inferior. _ se importa?

-- ferimentos? _ falei examinando meu corpo atrás dos tais ferimentos,olhei meu abdômen e busto atrás de algo, apenas encontrei pequenos rastros de sangue _ não precisa se preocupar,eu lhe garanto que estou bem.

-- sim ,em seu lábio inferior e sua mão esquerda ,não notou?_ disse ela já em minha frente nem percebi ela se aproximar. _ não me incomodo em lhe ajudar Lexa,nunca.

Clarke delicadamente colocou sua mão em meu rosto acariciando minha bochecha com seu polegar enquanto com a outra mão limpava meus lábios ,eu observei suas expressões de perto constando o quanto ela é linda e meiga quando quer.

Clarke terminou de cuidar dos meus lábios,acariciando o pequeno corte com o polegar em seguida tirou suas mãos de meu rosto com um pesado suspiro,ela me olhou por uns instantes e puxou meu pulso de leve me guiando até a beira da cama,onde me fez sentar enquanto agora cuidava do corte em minha mão.

-- obrigado _ sussurrei apreciando cada toque gentil. _ eu suponho que você tenha algumas perguntas sobre hoje….

-- você me dirá quando achar necessário… e disponha lobinha _ sussurrou ela de volta se encaixando entre minhas pernas em seguida levou sua mão ao meu rosto novamente repousando a outra em meu pescoço. _ posso fazer uma coisa? Uma coisa que eu desejo mais do que respirar?

-- só se me dizer o porquê de me chamar de lobinha _ concordei extasiada por seus carinhos. _ considere uma troca.

-- por causa do seu sobrenome _ disse Clarke gentilmente _ Loup, é lobo.

Clarke suspirou se inclinando sobre mim beijando minha cabeça ,fechei os olhos sentindo seus carinhos,ela me acariciava e beijava, seus lábios estavam agora em minha testa e suas mãos acariciando meu rosto e pescoço,senti ela se sentar em meu colo um pouco ofegante, sentia sua respiração em meu rosto,seus lábios beijaram toda minha face e após alguns instantes de hesitação ela finalmente beijou meus lábios .

Era estranho gostar de seu gosto e ao mesmo tempo querer me afastar,meu cérebro gritava que era errado que éramos desfuncionais demais uma para a outra ,mas eu a queria ,logo meu amiguinho deu sinal de vida e Clarke se remexeu surpresa mas não parou o beijo ,pelo contrário ela o aprofundou ,senti sua língua pedindo passagem que prontamente cedi, suas mãos foram para minha nuca enquanto eu segurava sua cintura .

Clarke arfou encostando sua testa a minha,ela enfiou seus dedos em meus cabelos enquanto os seus polegares acariciavam minhas têmporas,seu corpo começou a se esfregar no meu com períodos de intensas reboladas .

-- por que dói tanto Lexa ? _ perguntou ofegante. _ por que sinto que meu coração está sendo esmagado? Por que eu te quero tanto assim?

-- por que estamos com tesão,queremos nos aliviar,mas não podemos, não assim _ respondi a tirando de meu colo a colocando sentada ao meu lado. _ não é certo, você não está sóbria. _ nos encaramos enquanto recuperavamos o fôlego. _ e também,por que é errado uma doutora transar sobre o efeito de álcool com sua futura paciente.

-- eu gosto de você _ revelou ruborizada._ mais do que eu deveria.

-- também gosto de você,apesar de me irritar 90% do tempo._ falei com humor recebendo um tapa no braço seguido por um lindo sorriso. Clarke não merecia minha grosseria,nem nada além de respeito e carinho _ não que seja sua culpa,mas você me irritava…você é um lembrete do que não posso ter.

-- melhor eu ir deitar,senão vou te atacar de novo _ declarou com humor. _ poderia me ter se assim você quisesse.

Me levantei lhe estendendo a mão ajudando a levantar,lhe acompanhei até a porta. Meu corpo queria que ela ficasse,mas seria tão errado quanto perigoso e eu não queria a machucar, não queria a por em perigo.

-- boa noite senhorita Griffin _ desejei sorrindo. _ se precisar de algo,me chame.

-- boa noite lobinha _ respondeu sorrindo já se afastando. _ você pode ter tudo o que quiser, não se esqueça disso.

-- espere _ a chamei me aproximando dela que se virou de imediato _ obrigado por tudo por cuidar de mim._ agradeci lhe dando um selinho. _ doutora.

-- ora de nada,no final o pagamento compensou _ respondeu dando uma piscadela sorrindo,me roubou mais um selinho seguido de um tapinha na bunda e correu sumindo pelos corredores. _ boa noite.

Continuei na porta sorrindo e negando com a cabeça.

“Estou ferrada”

Nemo (Clexa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora