Heróis: Thomas

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Eu queria ser um herói para salvar o mundo, mas terei ser um para salvar a mim mesmo.

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Sem dúvida, Wendy sempre será uma presença notável onde quer que vá, mas é hora de conhecer um pouco melhor o nosso principal herói. Alguém que diferente da ruiva, sempre quis ser um. Mas para entender melhor, teremos que voltar um pouco até sua festa de aniversário de 8 anos, onde Thomas tentava pegar brigadeiros sem ninguém ver, pois sua mãe só o deixaria comer alguns na hora do bolo.

Se esgueirando aqui e ali, Thomas conseguiu pegar 2 do canto da mesa e pôr um na boca. Então, correu rápido até os fundos, onde acabou não prestando atenção na curva e esbarrando em alguém que nem saiu do lugar, o fazendo cair sentado e o brigadeiro em sua mão voar para cima, enquanto ele engolia o outro no susto.

Uma mocinha que aparentava ter cerca de 13 anos, com uma pele clara sem nem mesmo uma espinha no rosto, olhos azuis em tom forte e um cabelo muito escuro, a qual usava um vestido preto que teria deixado a mãe de Thomas nervosa por achar a cor maligna para se vestir e usar aquilo atrairia "coisas ruins" para a criança.

— Desculpa! — Thomas rapidamente se desculpou, nem parando para pensar que ela nem saiu do lugar, pois foi ensinado que as meninas eram muito frágeis e deveriam ser sempre bem cuidadas.

Ele viu a garota pegar o brigadeiro no ar sem olhar, usando apenas 2 dedos, como se fosse uma ninja, então se levantou fazendo uma posição de mão que remetia ao tigre no zodíaco chinês, uma mania que havia pego e demoraria anos para esquecer.

A estranha garota apenas o olhava com curiosidade, o encarando com leves torções de pescoço, como se estivesse analisando a situação. Por um momento, o garoto se lembrou do pedaço de um filme que viu escondido de sua mãe, o qual um robô que possuía aparência de um motoqueiro era enviado do futuro para matar um garoto e garantir que as máquinas dominassem o mundo.

A adolescente estava parecendo muito um robô disfarçado, começando a deixar o pequeno Thomas nervoso e até assutado, o fazendo dar um passo para trás. Até que a mocinha mostrou um belo sorriso e lhe deu o brigadeiro na boca.

Após mastigar, ela passou a mão em sua cabeça e o abraçou forte como aquelas tias que pareciam querer matá-lo, mas sabia que não podia contrariar uma mulher, apenas baixar a cabeça, algo que não entendia bem o motivo, mas obedecia. Então aguentou sem dizer uma palavra.

Falando nisso, a garota também não dizia nada desde que eles se esbarraram, quase como se não soubesse a língua local. Ela não tinha olhos rasgados ou cara de quem era filha de um traficante, como sua mãe havia o ensinado a identificar, então não falava chinês e nem espanhol, mas se ela não falava inglês, de onde era?

— Ei! Quem é você? — A pequena Wendy, uma ruivinha de 8 anos, que parecia ter 10, mais uma "janelinha" entre os dentes da frente e usando macacão novo, chegou. A estranha garota caucasiana passou mais uma vez a mão na cabeça de Thomas, enquanto encarou Wendy com uma expressão não muito boa.

Em seguida, a mocinha correu até a parte escondida no lado oposto do perigoso "quarto de bagulhos" do pai de Thomas, um lugar que o menino não podia entrar por sua mãe dizer que ele poderia morrer lá dentro, onde Wendy correu atrás dela, mas chegando lá, disse que a garota havia sumido.

Thomas não deu atenção, pois a estava vendo no telhado, como se tivesse voado até lá, fora estar usando uma calça, como se tivesse trocado de roupa em instantes. Ela então balançou a mão e o aniversariante retribuiu, enquanto Wendy saía pelo outro lado e a estranha se jogava do telhado para a mata no outro lado da cerca.

Livro 2 - Os VerdadeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora