07 - Ataque à Mansão

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— Posso estar velho, mas acho que ainda consigo subir em um muro... — O padre falou de forma dura ao cruzar os braços.

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Olá, sou eu, o Viajante. Tive de interromper Thomas por um tempo, pois estamos prestes a presenciar um momento decisivo desta história, então não acho que o ponto de vista dele seja suficiente. Por isso, vou trazer todos os fatos da ocasião.

A equipe da mansão estava se preparando para fazer um lanche ao anoitecer. Era apenas um simples lanche, mas o que não sabiam era que não muito longe dali, os inimigos já se preparavam para atacar. Cerca de 10 homens já estavam atrás do muro na parte oeste da propriedade.

Um dos matadores, um homem de estatura mediana, magro, porém musculoso e de pele caucasiana, cabelo liso até o pescoço, cerca de 40 anos, rosto rígido e de nariz fino, estava terminando de embainhar sua adaga secreta pela lateral na cintura. Também tinha punhais especiais, mas levava aquela lâmina extra por garantia.

— Realmente é necessário levar essas granadas? A ideia é não chamarmos atenção. Devemos ser rápidos e sutis e não começar uma guerra...

— Você é um exímio lutador, Roman. Já eu, prefiro não me arriscar no combate corpo a corpo com esses demônios. — Um outro homem de estatura mediana, cerca de 32 anos, uma barba rala castanha e um corpo esguio prendia um cinto com algumas granadas ao redor do corpo.

— Por favor, como se encarar jovens demônios fosse arriscado. — O guerreiro bufou, balançando a cabeça. — Posso matar um lobisomem em alguns segundos com as lâminas de prata sagrada e possuo Deus ao meu lado nesta investida, então o que eu deveria temer? — Roman olhou com arrogância.

— O azar, meu caro. Nossos inimigos são muito poderosos. — O homem pegou seu Magnum calibre 45 e mostrou a Roman. — Não vou me permitir receber investidas. Uma com tranquilizantes para retardá-los... — Ele bateu na coxa direita. — E uma com balas de prata sagrada para silenciá-los permanentemente.

— Como quiser, Jonathan. Mas do meu ponto de vista, armas de fogo são armas de covardes que não possuem habilidades para se garantirem em combate. — Roman o olhou de cima, como costumava fazer com todos a sua volta.

— Quando se luta contra demônios poderosos... — Um homem grande chegou no meio da conversa e mostrou sua escopeta. — Devemos usar armas poderosas.

— Mudança de planos. — O Padre Samuel avisou. Não estava com sua batina e sim com uma roupa preta colada ao corpo, a qual o permitia mostrar mais agilidade do que a grande maioria dos homens de sua idade. — Recebi novas ordens. Devemos levá-los vivos para obtermos informações e matá-los apenas ao amanhecer.

— Sob qual alegação? — Roman ficou descrente. — O ninho é para o treinamento de demônios guerreiros. Retirá-los daqui ainda com vida faria com que corressemos riscos desnecessários. O melhor a se fazer seria matá-los na primeira oportunidade.

— Sob a alegação de ser uma ordem e ponto final. — O padre o encarou em tom de desafio. — O plano original ainda é o mesmo, matar o Anticristo. Mas devemos levar a rainha dos demônios e as crianças sedadas. Nem eu posso questionar uma ordem vinda de tão alto.

— Tudo bem, mas que fique claro... Nós não concordamos com isso. — Jonathan falou por ele e Roman.

— Basta estarem vivos... — O padre deu a entender e esboçou um sorriso. — E como está o alvo? — Ele olhou para o muro onde um engenhoso aparato de sustentação semelhante a um elevador rústico mantinha o homem calvo com um potente rifle em seu ombro, apoiado na superfície de concreto.

Livro 2 - Os VerdadeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora