Livro 2 - Os Verdadeiros

12 - A Vingança de Grace

— Kyusho Jitsu estilo ofensivo. — Grace se pôs séria em uma posição parecida com a do estilo gafanhoto.
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Karin me abraçava, enquanto tremia com tamanha energia amedrontadora. Aquilo vinha mesmo da pessoa mais gentil que eu conhecia?

Tive impressão de que o lugar estava esfriando e o vestido de Grace se transformava em trevas, que voavam pela sala de jantar e corriam pelas paredes, ficando cada vez mais densas. Era algo assustador, mas assim como Peter estava se controlando, eu também me forçava a ficar calmo.

— Vir na minha casa e me insultar dessa forma? Você não irá morrer Samuel... Mas garanto que irá lamentar por isso. — Ela matinha os braços esticados para baixo e as mãos abertas como se estivesse lançando sua energia invisível no ar.

— Vade retro Satana! — Ele falou em Latim. — Acha que eu tenho medo dos seus truques, bruxa? Pois não tenho. — O padre avançou um passo e preparou a mão para bater em Grace, Matt e eu nos pusemos de pé na mesma hora.

— Não é necessário. Sei me defender muito bem. — Grace nem olhou para trás.

— No final das contas você é apenas uma mulher. — O padre avançou em Grace, mas ela facilmente desviou e golpeou o seu rosto com o nó dos dedos, acertando em algum lugar que deve ter doído muito pelo urro de dor.

— Nunca subestime uma mulher. Especialmente uma tão bem vivida.

— Hora sua... — O padre não teve tempo de completar, pois um soco muito rápido veio em seu nariz, o interrompendo, mas o homem já na terceira idade se jogou para o lado em uma estrela, desviando com estilo.

O padre então saltou sobre Grace, que desviou e acertou 2 golpes com a ponta dos dedos em seu peito, o fazendo sentir um incômodo maior do que o previsto e ficar confuso, dando brecha para a sensitiva emendar em uma sequência de golpes digna de algum filme asiático.

— 4... 8... 12... 16 golpes! — Grace deu o último golpe e recuou quando o padre parecia querer cambalear, ficando estranhamente cansado e com o braço direito dormente. Parecia ter sido tudo calculado para aquilo acontecer.

— Já está cansado? Não ia me bater? — Grace provocou, enquanto o padre colocava a mão no tórax e movia o braço, tentando restabelecer seus movimentos.

— Demais! Acaba com ele! — Wendy estava calada, mas do nada havia voltado a si para apreciar o momento, enquanto eu olhava para Karin, que também estava me olhando. Ambos pensamos na mesma referência. Quanto a Peter, ele observava como se estudasse os movimentos da nossa mentora.

— Grace possui alta graduação em Kyusho Jitsu. O estilo perdido da luta com pontos de pressão. — Dave nos explicou.

— Não foi perdido, ainda é achado por aí. — Peter o corrigiu.

— Na verdade, esse veio depois em uma tentativa falha de imitar o estilo, o real parou de ser ensinado e assim foi perdido há muitos e muitos anos. O original é tão incrível que beira o sobrenatural, sendo algo que demora muitos anos para se aprender e só conhecido por algumas pessoa na Terra, as quais não o ensinam mais.

— E uma delas sou eu. Não tinha talento, porém tive muito tempo para aprender.

— História fascinante... — O padre estava ofegante. — Mas tive um certo treinamento de ninjutsu quando jovem e sei que é uma técnica inútil se você não puder tocar nos pontos de pressão. — Ele avançou.

Com muita dificuldade, o homem pôde agarrar o braço esquerdo de Grace, mas antes de tê-lo torcido, ela girou como em uma dança e se curvou usando o golpe clássico de judo, que o jogou no chão como um saco de batatas.