Livro 2 - Os Verdadeiros

27 - Deixa a Gente Tomar Café!

— Não pensei que fossem descobrir. — Ele falou, enquanto rápidos estalos de dedos foram ouvidos e rápidas bolas de fogo foram disparadas na direção de Skyler.
________________________________________

— Não! Exclamei e meu corpo se moveu sozinho em direção ao veículo.

Pisei com força no chão, sentindo uma dor no abdômen e no rosto, mas ignorei. Só corri e me agarrei a parte dianteira do ônibus, enquanto ele escorregava para fora da pista, onde comecei a ser arrastado junto com ele, enquanto ouvia urros e impactos dos golpes Wendy mais alguns gritos de Natasha.

— Não! me deixa acabar com essa caipira! — Natasha pediu, mas Atila saiu voando com ela para algum lugar, enquanto eu ainda fazia muita força.

Não entendia o motivo de ninguém sair, até que notei o motorista com mais 2 adolescentes bloqueando a saída, onde garotas gritavam desesperadas tentando escapar, enquanto uma gritaria também vinha do fundo, provavelmente a briga pela saliva da súcubu e com isso, a coisa piorou.

A movimentação fez mais da metade do ônibus sair da pista e pender para baixo, o que fez a parte da frente subir e eu manter nivelado, enquanto escorregava cada vez mais no chão de terra, aguentando a dor na barriga, peito e rosto, mas o veículo não parava de recuar. Se mais um pouco fosse para fora da pista, ele iria cair.

— WENDY! Eu preciso de você! — Me desesperei ao perceber que não iria aguentar o por muito tempo. Sabia que a súcubu estava machucada, mas ainda sim, a chamei.

Alguns segundos e a ruiva surgiu em super velocidade, levantando poeira para me ajudar a salvar o ônibus com umas 30 pessoas. Seu cabelo estava desgrenhado, o lado direito do rosto inchando e a blusa vermelha tão esticada que metade do sutiã preto estava amostra. Ao mesmo tempo, parte do brilho do corpo estava bem menor, sem falar nos músculos agora normais.

— Como a gente acabou nessa situação! Nem café eu tomei ainda! — Sua voz estava normal, me fazendo ter certeza de que Wendy havia voltado. Então caiu a ficha...

— Você não perdeu aquela super força de agora pouco, né?

— Perdi... — Ela ficou sem jeito e fomos puxados quando houve outro tumulto dentro do ônibus e ficamos perto da beira do desfiladeiro. — Não tenho mais força!

— Cadê o Peter?! — Perguntei ao sentir os braços fraquejarem.

— Sei lá! — Wendy estava apenas com os braços brilhando. Na hora que aquele brilho sumisse, seríamos forçados a soltar ou cair e eu não sabia qual escolheria.

— Vamos, todo mundo saindo! — Peter veio correndo e forçou a abertura da porta, que estava a centímetros da beira do desfiladeiro.

Rapidamente, um pequeno exército de garotas conseguiu passar pelos seguranças hipnotizados e o elemental entrou no ônibus, onde pouco depois ouvi gritos vindo dos garotos, que começaram a correr para fora do veículo, mas apesar do raciocínio rápido de Peter para agir, o brilho Wendy cessou.

— Agora não! — A súcubu viu sua força se tornando irrelevante e o ônibus cair, mas ela não soltou, Wendy continuou segurando e puxando com todas as forças que ainda lhe restavam, porque ela nunca iria desistir.

Ao mesmo tempo, Peter e provavelmente mais alguns estudantes não deram sinal de que haviam saído, então não podia soltar de jeito nenhum, a vida do meu melhor amigo estava em jogo. Aquilo me fez fazer o impossível e mudar de gorila para ligre.

Todo o meu corpo tremia e minha respiração parou, enquanto a cabeça latejou e a barriga doía de forma aguda junto ao peito e braços pelo esforço, mas eu não ia largar de jeito nenhum, mesmo com o chão quebrando aos meus pés, segurei o ônibus sozinho como se a minha vida dependesse daquilo.