17 - Um Pequeno Sacrifício

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Ah claro, alienígenas estão visitando a Terra e ao invés de irem para Washington ou Nova York, estão no interior da Carolina do Sul, vestindo roupas de gorila para assustar adolescentes.
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Por algum motivo, foi bem estranho ir para a escola sem Skyler ao meu lado. Já havia me acostumado a tê-la sempre comigo, então sua falta me fez sentir um certo vazio, o qual Wendy já havia me alertado.

Fui pensando nisso até a escola, onde vi Wendy se estranhando com Natasha e por muita sorte, Atila ainda não havia aparecido. Eu tinha certeza de que quando aquilo acontecesse, a coisa iria piorar, mas fora as duas ficarem com olhares e indiretas, não tivemos problemas naquela manhã.

Peter chegou atrasado, já no final da primeira aula e eu achei que ele estava com algum problema, em parte por parecer com raiva de alguma coisa, mas também por isso não mudar ao nos ver, o que normalmente acontecia.

Foi aí que pensei ser o estranho caso da sua irmã, Beatrice. Ela estava no hospital por algum motivo, mas ele havia dito que não era nada para eu me preocupar, então não devia ter relação. Ele e a irmã de 12 anos estavam sempre brigando, então se ela tivesse algo que não fosse muito sério, Peter estaria feliz.

Skyler chegou no final da segunda aula e tivemos algumas conversas mentais no decorrer das aulas, até a hora do intervalo e com isso, me atrasei com a cópia das lições, onde pedi para que ela fosse com Wendy para o refeitório, após Peter dizer que iria para a quadra jogar futebol.

Ao sair pelo corredor e ir até a turma de Karin, percebi que a classe havia acabado de sair, então voltei para beber um pouco de água, seguindo para a escada depois, onde vi a tímida garota de 1,49 de altura presa na parede por duas garotas um pouco mais altas, que não a deixavam passar, então fiquei observando escondido.

— Você vai fazer a nossa lição de química e matemática, não vai? Se você quer ser mesmo nossa amiga, vai ter que fazer isso pela gente. — Uma morena em tom escuro com menos de 1,60 de altura tentava fazer um jogo psicológico com Karin.

Não no meu turno. — Murmurei e tentei bancar o valentão, chegando com peso ao descer para o piso antes da escada, com uma expressão de mau, as cercando e assustando. Aquilo quase me fez sorrir, só que logo depois fiquei sem ideia do que fazer e falar, o que começou a me deixar nervoso e quase pondo tudo a perder.

— Se me encostar, eu grito... — A mais clara falou, enquanto ambas recuavam para a parede e me olhavam com cautela.

— E eu chuto... — A morena falou sem muita confiança. Elas agiam exatamente como a minha mãe me dizia para fazer se alguém me sequestrasse, me fazendo ficar com raiva por descobrir que literalmente era tratado como uma garotinha.

Ao mesmo tempo, estava precavido de que se tentasse argumentar, falaria alguma coisa que serviria de munição contra mim mesmo. Estava tentando salvar Karin de garotas malvadas e não sabia direito o que fazer, mas sabia o que não fazer.

Olha, é aquele gordo da cicatriz. O que tentou abusar da garota rica. — Um cochicho chegou aos meus ouvidos e também nos das meninas. Uma dupla de fofoqueiras estava subindo as escadas.

Agora está tentando abusar das mais novas, nojo! — Aquilo ainda me perseguia depois de tanto tempo. Não adiantava tentar explicar e por mais que fosse mentira, ninguém nunca me defendeu, a não ser Wendy. Era muito doloroso ouvir esse tipo de coisa, mas tinha que fingir não ouvir para não causar ainda mais confusão.

Livro 2 - Os VerdadeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora