Capítulo 2 - Fear

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Any
- INVADIRAM A ESCOLA!!
Quando alguém gritou isso, veio na minha mente todas as vezes que eu vi em algum no noticiário que um dos grupos de tráfico invadiu algum lugar, me fazendo lembrar das imagens na TV de pessoas mortas no chão. O medo toma conta do meu corpo e preciso tentar me acalmar pra pensar no que fazer agora.

Algumas pessoas estão sentadas paralisadas de medo, outras estão olhando pela janela e algumas ja saíram correndo da sala.
Decido sair da sala para tentar encontrar um lugar para me esconder. Quando estou chegando perto da porta um homem mascarado e armado aparece.

Meu corpo fica rígido e tento pensar no que fazer para não morrer. Ele começa a mirar a arma em minha direção e quando vejo que está quase apertando o gatilho eu finjo que ele me acertou e me jogo no chão a tempo da bala passar por cima de minha e ele achar que morri.

Quando me jogo no chão eu caio em cima da minha mão esquerda que começa a doer muito. Ignoro a dor no pulso e fico deitada meio de lado me fingindo de morta e espero ele entrar na sala.

Viro a cabeça um pouco e vejo que ele está no fundo na sala ameaçando os meus colegas e eu levanto bem devagar silenciosamente e saio da sala o mais rápido que consigo sem fazer barulho.

Tento achar algum lugar para me esconder no corredor e vejo que tem uma sala com a porta fechada. Vou até a porta e olho pela janelinha da porta e vejo que está vazia. Eu entro bem devagar sem fazer barulho e vejo que tem três alunos se escondendo em baixo das mesas perto da parede.

Penso em me esconder em baixo de uma delas mas se algum dos atiradores entrar na sala, a chance de me verem e me matarem é muito grande.
Olho em volta e vejo um armário grande no canto da sala. Vou até ele e tento abrir. Está trancado, droga.

Com o coração muito acelerado começo a entrar em desespero.
- É hoje que eu morro -murmuro baixinho em português de um jeito que só eu consigo ouvir.  

Até que vejo que tem um espaço bem apertado atrás do armário. Eu me enfio ali atrás e puxo a cortina da janela até o canto do armário.

Na parede inteira em que o armário está, tem janelas pequenas perto do teto, mas as cortinas são grandes e vão até o chão.

A cortina consegue me tapar por inteiro e não tem como me ver se alguém olhar para trás do armário, a não ser que puxem a cortina.

Do jeito que esses caras são burros, se eles entrarem nessa sala provavelmente vão matar os alunos que estão no chão e nem vão se dar o trabalho de procurar pessoas escondidas pela sala.

Não sei quanto tempo vou ficar aqui parada, mas espero que ninguém me ache.  Depois de alguns minutos meu corpo ja está um pouco mais calmo, mas meu pulso esquerdo continua latejando de dor.

De repente eu ouço a porta abrir com um estrondo e um dos alunos que estava ali no chão dá um grito de desespero.

- Meu Deus, tomara que não me achem! Tomara que não me achem! Se essas pessoinhas me entregarem eu não sei mais o que faço - eu penso quase sussurrando.

Quando meu coração já está quase no auge de tão acelerado ouço a pessoa que entrou na sala atirando nos alunos que estavam tentando se esconder.

Meu corpo fica rígido como uma rocha e percebo os gemidos das pessoas que acabaram de levar tiros. O barulho do atirador indo embora me deixa um pouco mais tranquila.

Eu sinto uma lágrima descendo pela minha bochecha. Depois outra e outra. Eu odeio chorar. Mas dessa vez me permito chorar até o nervosismo sair do meu corpo silenciosamente. 

Parada aqui eu começo a pensar no que acabou de acontecer. Caramba, eu quase levei um tiro.

Eu machuquei meu pulso me jogando no chão na frente de um cara armado. Eu arrisquei muito minha vida.

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