Capítulo XXV

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Não podia negar, o lugar era caro mas a comida era divina. Nunca comi um macarrão tão gostoso antes. Me esparramei na cadeira sentindo minha barriga cheia. Quando Deejandra Collins esta bem alimentada, ela não quer guerra com ninguém.

Tomei o restante do conteúdo de minha taça e voltei a me recostar observando meus amigos conversando entre si. Senti algo tocando minha perna e me virei para o garoto ao meu lado.

- Vocês jogaram muito bem hoje - elogiou baixo para que apenas eu o escutasse.

- Você estava lá? - perguntei deixando a surpresa evidente em minha voz.

- Claro! Eu assisto a todos os jogos de vocês - revelou me olhando nos olhos.

- O-obrigada - minha voz vacilou e fui obrigada a desviar o olhar para meu prato vazio.

Mesmo depois de tanto tempo, eu ainda sentia nervosa e meu coração acelerava quando ele me olhava.

Meus olhos caíram sobre Charlotte do outro lado da mesa que sorriu maliciosa e mexeu as sobrancelhas sugestivamente em minha direção. Revirei os olhos ela riu.

- Meu caros amigos, Sr. e Sra. Collins - Austin chamou nossa atenção - Eu, Austin Porter, gostaria de propor um brinde à nossas gloriosas jogadoras que trouxeram a honrosa oportunidade de nossa amada escola, Beacon Dolphins High, de ganhar as regionais de futebol, sendo assim, o primeiro time feminino a conquistar tal feito nos 15 anos da instituição - ergueu sua taça vazia em um gesto exagerado - Mas como fazer um brinde com taças vazias? - olhou na direção de meus pais.

Segurei a risada.

- Só mais uma taça - avisou.

- É você que manda, Sr. Collins - sorriu vitorioso.

O resto da noite foi preenchida por risadas e histórias constrangedoras que meus pais faziam questão de contar para meus amigos. Eles iriam me zoar pelo resto da vida, sem dúvida alguma.

- ...eu deixei ela ficar sozinha no quintal de casa por, no máximo, 10 minutos e quando voltei para vê-la ela estava tentando passar a cabra do vizinho pela portinhola do cachorro - lembrou minha mãe.

- Como que você conseguiu pegar a cabra do vizinho? - Austin perguntou entre risadas.

- Eu não me lembro.

- Você era uma criança estranha - comentou Charlotte.

- Eu que o diga - rebateu Clara.

- Eu era um amor de criança, okay? - fingi estar brava arrancando algumas risadas.

- Crianças, já deu nossa hora - meu pai disse se levantando.

Olhei as horas em meu celular, 21h45. Ainda era cedo.

- Por que vocês não vão se divertir mais um pouco? Eu e sua mãe vamos dar um volta - enfiou a mão dentro de seu paletó e tirou de lá uma nota de cem e me entregou - Aqui, se divirtam.

Nós despedimos de meus pais e saímos em busca de algo para fazer.

- Você vêm? - perguntei à Nicholas quando chegamos no estacionamento.

CHANGES | nick maraOnde histórias criam vida. Descubra agora