Capítulo 6

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Jogar pedras no lago estava ficando tedioso, me levantei e coloquei minha jaqueta jeans pois o vento frio já me atingiu em cheio. Caminho até o carro da minha mãe que estava na delegacia de frente ao parque. Ela saiu e sorriu quando me viu.
- Você teve sorte, incriminaram você. Mas o verdadeiro foi pego – Suspirei aliviado – Está tudo bem? Já faz dias que você tem andando fechado.
- Está tudo bem sim mãe. Vamos? – Ela assentiu e entrou no carro logo em seguida eu também. Ela ligou e acelerou o carro, eu coloquei os fones de ouvidos e fiquei olhando a janela do carro, aí veio aquela garota da lanchonete, ela era tão linda será que vou vê-la hoje? Um sorriso brotou da minha boca e afastei esses pensamentos profundos. Aqueles olhos. PARA O CARRO! Jasper gritou na minha mente. Por instinto fiz o carro desligar de repente, o carro parou de vez e minha mãe ficou chocada. Olhei para o copo de café da minha mãe e ele tremia muito. Olhei para frente e algo sacudiu o carro. Uma rachadura começou a se abrir na terra e alguns carros caíram, minha mãe ligou o carro em desespero e deu a ré, mesmo alguns carros impedindo.
- Socorro! – Uma voz familiar gritou, olhei para uma esquina onde Sam estava, quase caindo na rachadura que se expandia. Tirei os fones e abri a porta do carro, sai correndo pulando por cima de vários até chegar até ela – Cal! Me salva – Ela deslizou e caiu mas se segurou na beira, que rachava a ponto de quebrar. Peguei a mão dela e me segurei em um poste de lá, o barulho aumentou com as buzinas e o grande estalo que aquela rachadura fazia nas casas e lojas. A mão dela deslizou e vi em câmera lenta ela gritando e caindo no buraco. Só que não queria, areia negra se formou em minha mão e se esticou como chicote e a alcançou, puxei com força e ela foi jogada de lá até o chão firme. Ela me olhou perplexa, e depois para o buraco crescendo.
j- O que é você? – Fiquei constrangido deu meia volta não querendo olhar para ela mas o solo cedeu nos meus pés e só me senti caindo em algo duro e a escuridão.



Estava escuro, pontos luminosos se acenderam e levavam a um caminho, onde no final tinha uma entrada. Caminhei por ele confuso, minhas roupas estavam em farrapos e minha pele suja de poeira. Continuei andando até uma câmara, um lugar onde estava cheio de cristais brilhosos e nunca meio tinha um lago muito azul e vivido. Me aproximei e ouvi sussurros, estava me chamando.  Cheguei na beira dessa pequeno lago e vi algo no meio dele, um cristal. Aí algo estremeceu a câmara, os mini cristais das paredes rochosas apagaram-se e o lago ficou negro. Mas percebi que minha visão ia fixando escura, eu estava morrendo? Tão jovem. Senti água subirem dos meus pés à cabeça e logo me senti sufocado, acordei do transe e vi a luz do sol brilhando através da água, nadei até a superfície respirando e enchendo meus pulmões de ar. Nadei rapidamente até a margem e sentei na areia. Olhei em volta e estava em uma floresta linda. Me levantei e usei minhas últimas forças até chegar na rua onde um caminhão que passava parou ao me notar.

O homem do caminhão me deixou na rua de casa, andei até bater na porta, minha mãe abriu e ficou chocada ao me ver. Policiais estava lá dentro e percebi o choro da minha mãe, ela me envolveu com seus braços em um abraço forte.
- Isso é um milagre! Obrigada Deus – Ela sussurrou. Ela me puxou pela mão até dentro de casa onde os policiais me olharam perplexos.
- Como você? – A polícia nova mas bonita disse e olhou seu parceiro. Só tinha dois por lá.
- Foi um milagre! – Minha mãe falou sorridente.
- Mãe, vou para a cama, estou cansado – Uma pequena dor de cabeça me invade e sem ninguém perceber saiu para meu quarto e me deito na cama, dormindo.

Às 19 horas eu acordo. Meu celular tinha uma ligação perdida da Sam então retorno e logo ela atenda.
- Fiquei sabendo que você está salvo, mas como?
- Nem eu mesmo sei.
- Posso ir na sua casa? – Olhei pela janela e tinha bombeiros do lado de fora, a casa da frente estava só os pedaços.
- Se conseguir passar por bombeiros.
- Está tudo bem aí? 
- Sim, só a casa da frente que não.
- Ah sim, já estou indo – Ela desliga e fico a sua espera, cinco minutos depois ela chega e eu estava no computador vendo as notícias da cidade.
- Está uma bagunça a cidade e tudo – Suspiro, tem quase certeza que é o mundo me forçando a começar o fim de tudo. Preciso achar uma forma de parar o mais rápido possível isso – Oi? – Volto para a terra, estava muito fundo nos pensamentos.
- Me desculpe estava fora de sintonia. Cadê seus pais?
- Em uma fazenda, não foi só a cidade. Além disso muito obrigada por me salvar.
- Tudo bem, faria isso pra salvar quem precisa. Quer assistir um filme?
- Na verdade... o que tem nesse computador? – Ela me olhou maliciosamente e logo recusei.
- Não! Sem chance.
- Vamos! – Ela implorou e cedi, sentei-me na cama e ela na cadeira do computador. Logo ela olhou meu Facebook, Instagram e outras redes sociais – Ui você é muito safado – Fiquei vermelho e me afundei no travesseiro – Seu amigo é bem pervertido. E muito retardado! – Ela começou a rir. Depois passou a olhar minhas fotos – Muito lindas, você tem muita foto com sua mãe, onde é isso?
- Não viagem para Paris, e essa outra é em São Paulo, Brasil – Ela viu minhas fotos zoadas e começou a rir muito, cada vez mais eu me enfiava na cama morrendo de vergonha.
- Esqueceu de trocar de roupa? – Olho para minha roupa e lembro que estava com a roupa rasgada e um pouco molhada.
- Me esqueci! Foi mal, vou me trocar – Entrei para o banheiro com roupa nova e me troquei de porta aberta, pois tinha me esquecido. Saiu vestindo a camiseta e ela me encarava estranho – O que?
- Nada, queira nem saber – Ela apontou para o banheiro, e tinha um espelho, logo entendi.
- Meu Senhor! Você me viu?! – Ela travou e logo assentiu com a cabeça. Fiquei vermelho que senti o sangue queimar a pele – Aí que vergonha.
- Relaxa, amizade aqui – Ela piscou e continuou mexendo no meu computador. Ficamos conversando até ela ir embora.

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