Marca das trevas

Capítulo 8

Acordei e usava só uma camisa branca e uma cueca branca também. A preguiça me bateu mas com a força do ódio eu levantei e fiquei sentado na cama esperando meu cérebro ligar de novo. Peguei o celular no criado-mudo e olhei as horas, 7:30. Até a aula começa demoraria. Me levantei coçando os olhos e fui ao banheiro,, meu cheiro estava horrível. Suspirei olhando me no espelho. As marcas ficaram visíveis, eram pretas e não saiam por nada.
- Como faço para parar? – Jasper apareceu atrás de mim e quase levei um susto.
- Só se você morrer.
- Eu quero que pare de fazer pesadelos para minha mãe e todos os meus vizinhos. Eles não conseguem dormir.
- Isso pode ser possível, mas você precisa treinar.
- Como?
- Lembra da sua amiga, Raven? O irmão dela é um escolhido. Mas isso é só um dos seus problemas, lembra da briga feia que você terá?
- Verdade, mas um de cada vez – Ele sumiu do nada. Fiquei imaginando essa tal briga que tanto fala. Fiz minha higienes normais e peguei meu celular e liguei para a Raven.
- Ray, tenho um pedido...
- Qual?
- Pode me treinar? Por que eu faço todos ter pesadelos, isso não pode continuar sabe?
- Entendo, tá, me encontra na floresta, perto do lago as 15 horas, topa?
- Sim, obrigado mesmo.
- De nada! – Ela desliga e deixo meu celular. Vou para a sala e minha mãe está assistindo televisão com o senhor Pedro, um médico que ela arranjou não sei onde. Sentei a mesa e peguei um sanduíche que tinha lá em cima e um achocolatado. Pedro e minha mãe se sentaram a também sorrindo para mim, fiquei meio desconfortável e parei de comer.
- O que foi?
- Então... – Minha mãe começou – Como vamos nos casar... vai ser hoje a noite, você vai né? – Engoli o sanduíche
- Claro, só acho muito em cima.
- Queríamos marcar perto já que ele vai viajar para Toronto e ficar com seu filho para passar o final de ano lá – Eles se levantaram e foram felizes da vida para o quarto dela arrumar as coisas. Bebi meu achocolatado e relaxei novamente. As 8 eu já estava pronto, sai de casa e vi Chloe conversando com Connor na porta da sua casa, eles me olharam e disfarçaram. Fui andando até a escola ouvido música e quando cheguei tinha ambulâncias na porta da escola. Me aproximei, um policial me viu e veio até mim.
- Você é Cal Polar? – Fiquei constrangido com meu outro sobrenome, de mãe, sim ela é Estrela Polar.
- Sim senhor.
- Conhece Simon Shane? – Fiquei meio confuso.
- Sim por que? – Ele respirou fundo.
- Ele se suicidou, mas antes de pular do prédio da sua escola, ele gritou seu nome várias vezes e falou que você é um monstro. Sabe de alguma coisa? – Eu travei na parte que ele falou que Simon se jogou do prédio da escola. Minha confusão só piorava, maldito poderes, foi quando eles chegaram que isso começou.
- Não senhor, fiquei com ele por alguns dias mas nada mais, paramos de nós ver a um tempo mas nada de ruim, ele até aceitou na boa por que também queria – Menti no final mas como vou contar que ele me sequestrou?  O policial anotou e o diretor falou que as aulas foram canceladas. Voltei chorando um pouco para casa, quando cheguei Connor me chamou a casa da Chloe. Fui até ele.
- Eu sei que você sabe sobre aquilo – Fiquei meio confuso mas depois me lembrei, Chloe estava apenas olhando da porta de sua casa. Connor parecia muito bravo – Se você ousar espalhar, ou contar para a polícia, eu te pego tá? – Eu fingi um pouco de demência mas não sei por que, não sei mesmo eu simplesmente dei a meia volta e fui para casa ele me segurou pelo pulso antes – Estou falando com você moleque! – Soltei minha mão e o empurrei, ele quase decolou e caiu sobre o chão duro.
- Se você levantar a mão para mim de novo, será a última vez que terá suas mãos – Chloe foi ajudar ele a se levantar, e quando ele se levantou empurrou ela é depois a xingou.
- Acha que é forte, vem então.
- Não Cal! – Chloe disse mas ninguém deu ouvidos. Ele veio para cima de mim, eu apenas desviei do soco e dei um na sua cara. Ele caiu com tudo no chão e ficou paralisado, estava tendo um pesadelo acordado. Senti uma presença de cavalo atrás de mim, e ele podia ver, aquele caralho negro estava o assustando. Voltei para casa o deixando lá jogado no chão – Cal! – Olhei para trás pela voz da Chloe.
- Quero falar com você depois pode ser? – Não digo nada apenas me virei e finalmente entrei em casa. Pedro e minha mãe estavam se pegando no sofá, eu passei direto e fui para meu quarto. Afinal em algumas horas eu ia começar a ter controle de mim mesmo.  Mas aí um pensamento me invade. Simon morreu me chamando de monstro, será que eu sou?
Me sento na cama pensativo, eu sou um monstro. Olhei paras minhas mãos e fiquei pensando nas brigas que esses poderes me envolveu, deitei na cama olhando para o teto fixamente. Todos querem me matar! Nesse exato momento um grupo daquelas criaturas pode estar me vigiando, esperando o momento certo para atacarem e me ver morrer. Um fogo estranho sobe pela minha garganta, meus olhos esquentam, e entro em uma visão. Vários cavalos negros correndo rumo a uma luz forte bem ao longe e algumas areias luminosas dourada em forma de outros animais iam e vinha, brigando com os cavalos. A terra estava devastada. A visão termina mas um sono pesado me invade e caiu no sono.

Algo me acorda, era o despertador. Me levanto com a cabeça doendo e vou ao banheiro. Logo depois tento me vestir adequadamente, o que uma pessoa que tem treino de batalha usaria nessa ocasião? Me vestir da melhor forma que pude. Quando cheguei a floresta, Raven jogava pedrinhas no lago e logo me viu.
- Estava te esperando. Vamos começar?
- Claro.

- Foco! – Eu estava em cima de uma pedra no meio do lago, Raven estava em um bote pequeno. Eu tinha que fazer um peixe de fumaça preta, estava conseguindo mas quando ele se formavam explodia e me jogava na água. Já estava pingando suor – Pronto! Já dei – Parei e respirei fundo – Agora luta, você não pode ficar só treinando seus poderes, então entra aí.

- Um, dois! – Outro soco dela em mim – Você não tem um reflexo?
- Minha coordenação motora me abandonou no berço – Ela para de se mexer.
- Pausa – Eu vou para uma mochila que ela trouxe e bebo água e logo ela joga uma pedra em mim e rapidamente meu braço se mexe e pega – Viu você tem – Fiquei surpreso, paro de beber água – De novo! Depois é tiro ao alvo.