Capítulo 14

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  Acordei com muito frio e me levanto, olho ao redor, a janela estava fechada e o ar-condicionado desligado. Peguei uma camisa de manga longa e tecido um pouco grosso que seria bastante. Vou ao banheiro e penteio meu cabelo liso, aproveito e olho meu celular para ver alguma mensagem, eu esperava uma do Henry mas não tinha nada dele e meu coração pesou como pedra. Engoli o choro e suspirei pesadamente.

A essa hora minha mãe já deve estar no trabalho, vasculho o quarto para saber onde esse frio está vindo. Vou para a sala e lá encontro um sujeito, Thomas.

- Sabia que esse frio não era normal.

- Só queria te acordar maninho - Aquilo feriu meu orgulho.

- Não me chama assim está bem? - Ele levanta a sobrancelha e puxa o lábio.

- Como queira. Eu achei que não apareceria então vim pessoalmente - Pego uma xícara e ponho café para mim. Bocejo.

- Você é muito chato cara - Ele revira os olhos.

- Esqueci que é adolescente - Ele olha o chão e coça as sobrancelhas e logo seu olhar volta a mim - Vou te ajudar com seus poderes. Fiquei sabendo sobre a profecia sua, além disso encontrei esse diário, estava enterrado no meio daquele lugar onde tinha aqueles retratos dos primeiros Escolhidos - Ele mostra um caderninho com a capa de couro e negra com um símbolo de uma árvore. Fico um pouco curioso de o que seria.

- Ta! Para de me encher o saco e começa logo então.

- Aqui não né gênio - Ele fica pensativo - Já sei onde!

Estávamos em um lugar grande dentro de um depósito abandonado.

- O que isso significa? - Olho em volta para analisar melhor.

- Treinei aqui desde que nasci, mas atualmente não uso pois, já controlo meus poderes.

- Você só controla água? - Pergunto e ele arqueia a sobrancelha.

- Quer a lista toda?

- Sim, para ter noção - Ele solta os braços com preguiça e sento no chão atento para ouvir.

- Consigo ficar muito tempo embaixo da água; mudar os estados físicos da água; controlo a transformação dos lobisomens; controlo sangue; consigo derrubar vários seres sobrenaturais de uma vez e tenho saliva/lágrimas de cura, só eu acho e você? - Quando ele terminou eu estava morrendo de sono.

- Acho que só sei controlar a areia negra.

- Essa areia não é comum. Chama-se Breu.

- Nossa que sinistro, como deixa várias pessoas no chão de uma vez?

- Assim - Ele foca os olhos em mim e começo a ficar fraco e lágrimas saem dos meus olhos involuntariamente, me seguro no chão mas meus braços estão muito fracos, e fico no chão. Meus pulmões estão pesados e sinto como se eu estivesse sendo esmagado pelos meus erros. Ele tira o foco de mim e sinto minha força retornando, paro de chorar e me levanto meio sonolento.

- O que foi isso Jesus?! - Tentou limpar os olhos das lágrimas para poder enxergar melhor.

- Eu faço isso quando estou cercado. Tenta algo contra mim - Respirou fundo e posiciono meus braços a minha frente fico pensando nos seus olhos e ele começa a coçar os seus - Está queimando - Sangue sai de seus olhos e ele cai de joelhos no chão - Eu não enxergo! - Paro por medo e ele se regenera muito rápido que fico até surpreso. Ele se levanta - Nunca jamais fique com medo de seus poderes, mesmo eles sendo negros, deverá ter orgulho disso, pois é melhor fazer alguém ter pesadelos do que deixar um lugar tão frio e matar vários congelados - Olho para as minhas mãos, aperto os dedos forte e o olho, me concentro de novo - Como faz ter vários de você? Se multiplica? - Ele olha em volta vislumbrando o nada.

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