Capítulo 17

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A escola foi realmente chata, mas por sorte entrou uma professora substituta e todos os garotos ou lésbicas, babaram, ela era linda e era bem nova, mas ela namorava. E por acaso, seria ela que iria para nossa excursão. O sinal tocou e guardei meus livros na mochila. 

  - Vai sair hoje? Vou para uma balada maior de idade - Henry sussurrou depois que guardou seus materiais.

  - Não, mas você não tem idade para entrar - Digo e ponho a mochila nas costas.

  - Fiz uma identidade falsa, se quiser tenho uma para você - Ele abre a mochila quando só estamos nós na sala e tira uma identidade. 

    Olho para aquilo e fico pensando. Espero que não termine em encrenca.

  - Okay então, só porque eu estava no tédio - Ele sorri mostrando seus dentes perfeitos e se levanta cantarolando até a saída. 

    Fui ao banheiro e entrei na cabine. Tirei a água do joelho e ouvi a voz do Julian. Olho para meus pés, preciso me esconder. Ponho os pés em uma lateral e as costas suportando na parede oposta, me fixando.

  - Eu sei mãe… vou parar, mas ele que implica! Sério? Tchau! - Ouço um choro, não acredito que alguém assim tem sentimentos. Mas ele é humano. Senti pena dele, me jogo no chão e abro a porta, ele estava de frente ao espelhos e seus olhos castanhos estavam vermelhos. Ele me viu e se virou - O que faz aqui? - Limpou as lágrimas com as mãos.

  - Eu ia… não importa, o que aconteceu?

  - Não é da sua conta - Não sei porque me importei. Caminhei até a porta - Meus pais estão se divorciando - Parei e olhei para trás, cruzei os braços e olhei no fundo dos seus olhos - Foi difícil para mim, pois… eu contei a eles que sou gay - Fiquei segurando minha cara de chocado - Eu e meu pai nunca tivemos uma relação boa, nem mesmo com minha mãe, mas eu não vi como piorar. Contei a eles e… - Ele respirou fundo - Me expulsaram de casa, contei aos meus… antigos amigos, e também não me aceitaram - Ele começa a chorar - Meus pais ficaram brigando e se separaram. Eu estou sozinho, sem ninguém e estou morando na escola em segredo... 

  - Por que está me contando?

  - Eu não sei, talvez seja pela sua cara de anjo - Segurei uma risada.

  - Eu tenho cara de anjo? 

  - Sim.

  - Olha - Desviei o olhar para o chão depois voltei a fitar seus olhos - Pode ficar lá em casa se quiser - Eu juro que isso saiu de dentro de mim. E briguei comigo mesmo. Mas era o certo.

  - Sério? Sua mãe não tem problema com isso?

  - Não, ela sabe que sou bi e  apóia.

  - Você é bissexual? Não estou surpreso… você tem cara.

  - Bom… saber, pode ir lá em casa com suas coisas aviso minha mãe quando chegar.

  - Obrigado - Ele me abraço - Me desculpe pelas coisas que fiz - Abraço ele é depois nos afastamos   - Não conte a ninguém… quer saber, vou assumir que sou! - Ele sai feliz pela porta e fico plantado no banheiro. Depois que o choque bateu, e minha cabeça quase explodiu.

  - Sabia! Nossa! Não parecia!

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Voltei para casa e deitei na cama, ouço um choro ensurdecedor e tampo os ouvidos rangendo os dentes. Olho em volta e não vejo nenhuma criança. Me levanto e saio de casa, algo me guia pela rua e chego em uma casa onde o choro ficou maior. Olho para trás e vejo Thomas e Asher também vindo até a porta. Estavam tampando os ouvidos.

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